Pular para o conteúdo

Espondilite Anquilosante: Dores Invisíveis e Como Combatê-las – GUIA DE DOR FÍSICA.


Camila, que bom que você entende o que estou falando. É bom compartilhar com você sobre a dor da espondilite. Hoje vamos falar sobre as dores invisíveis na Espondilite Anquilosante. Sabe o que eu chamo de dores invisíveis? São aquelas dores físicas decorrentes do processo inflamatório. A intensidade da dor desse processo inflamatório e a intensidade da fadiga são duas coisas físicas que não são visíveis. Na Espondilite Anquilosante, ela só se torna visível quando o processo inflamatório já cometeu a articulação, inflamou-a e calcificou-a. Quando se perde a mobilidade articular ou se tem uma rigidez daquela articulação, é que a gente consegue ver a espondilite. Mas ela é muito silenciosa, invisível na verdade e as pessoas que estão ao nosso redor têm dificuldade em compreender quando a gente fala nessa intensidade dessa dor e desse cansaço excessivo. Realmente, a intensidade é violenta e muitas vezes as pessoas me olham e falam: “Nossa, Camila, mas é você? Rastoldo, você não sente mais dor?” Eu falo que hoje não, mas eu já tive tanta dor, a intensidade foi tão grande, que eu não conseguia lavar o cabelo ou vestir minhas roupas sozinha porque eu não tinha forças para movimentar as minhas articulações para fazer essas duas coisas que eram tão básicas. Muitas vezes, as pessoas que conversam comigo nas redes sociais falam: “Nossa, mas é as pessoas que estão à minha volta não entendem, falam que é a vontade que eu sou preguiçosa que eu tô me utilizando né?” Eu já escutei muito isso também, então eu entendo o tamanho da dor que não passa a ser só física, mas também uma dor emocional.
Mas falando dessa dor física, como que a gente poderia levar para essas pessoas que estão ao seu redor para que a gente consiga conviver de uma forma mais harmoniosa e que a gente consiga ampliar o olhar tanto nosso quadro das pessoas que estão ao seu redor?
A primeira dica é que a gente tenha a clareza sobre a nossa patologia, que a gente conheça o que causa essa informação, porque isso acontece, o que acontece fisicamente no nosso corpo. Que a gente fale com as pessoas com muito carinho e daquilo que dói realmente. É importante que a gente esteja analisando quais são essas emoções, quais são esses medos com as suas inseguranças diante da expansão de mídia, para que eles também tenham clareza do que acontece dentro de nós. A gente não pode supor que eles entendam, supor que eles compreendem aquilo que a gente sente, eles têm que compreender porque eles realmente não estão vivendo a dor que não é visível. Então, isso é uma coisa que a gente precisa entender. O outro, se a gente não falar, se a gente não estiver analisando, acha, se a gente não demonstrar aquilo que está acontecendo com a gente, ele não pode entender, ele não pode compreender e muito menos ajudar, porque às vezes ele tem que fingir que esquece a dor, mas se ele não sabe que é uma dor que acomete 24 horas por dia e 7 dias na semana, como que ele… Ele não tem culpa de tentar falar assim: “Olha, esquece a dor.” É uma forma muitas vezes de ajudar, mas que por a gente estar naquela condição, acaba criando um conflito ainda maior.
Outra dica é que você disponha disso para a pessoa e diga o que você gostaria de receber, uma ajuda em que ela possa tá te ajudando e de que forma ela pode te ajudar. Quando a gente vai levando e fazendo com que as pessoas participem desse conhecimento, com relação à espondilite, que ela tem gerado em cada um de nós, a gente consegue uma compreensão, o envolvimento, uma empatia das pessoas que estão no nosso redor.
Se esse texto fez sentido para você, curte, compartilha, comenta aqui embaixo, e diz como tem sido esse processo, porque cada vez que a gente vai compartilhando, mais informações, a gente vai se sentindo mais acolhido pelo fato de olhar que a gente não está sozinho nesse mundo.
Então, vamos juntos nessa caminhada e nessa batalha diante da Espondilite Anquilosante.
Fonte: Dores Invisíveis na Espondilite Anquilosante – DOR FÍSICA por Camila Paraschiva