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Entenda o que é lombalgia doença degenerativa discal com o Dr. Diogo, neurocirurgião


Vamos falar um pouquinho hoje sobre lombalgia. A lombalgia é um termo extremamente abrangente e não é específico. Lombalgia é dor na região lombar. Você pode ter, por exemplo, um tumor no pâncreas e estar com uma dor lombar. Você pode estar com pneumonia na base do pulmão e estar com uma dor lombar. Você pode estar com cálculo renal e estar com uma dor lombar.
Portanto, a lombalgia é um termo extremamente abrangente que muitas vezes faz com que tenhamos que investigar o paciente de forma um pouco mais abrangente, através de exame físico e exames complementares, dependendo do quadro clínico do indivíduo.
No entanto, vamos nos deter na lombalgia causada pela doença degenerativa e fiscal, que é a principal causa de lombalgia. A estatística é que 80 a 90 por cento dos pacientes terão algum quadro de lombalgia no decorrer da vida deles. Uma percentagem desses indivíduos tornam-se portadores de dor lombar de forma crônica.
A lombalgia na grande maioria das vezes vem e melhora espontaneamente. Quando tem origem na coluna, na grande maioria das vezes vem e melhora espontaneamente. É óbvio que você não precisa deixar a pessoa com dor durante esse período em que ela normalmente vai melhorar. Você pode lançar mão de tratamentos com medicações, tais como anti-inflamatórios, opióides e outras formas de tratamento. Às vezes, em casos de dor muito intensa, é necessário um tratamento um pouco mais invasivo.
Quando se fala de doença degenerativa do disco, não estamos falando de uma doença com um fundo genético necessariamente hereditário, mas genético, o que é agravado por alguns fatores ambientais que envolvem primariamente o disco, ou seja, a estrutura que fica entre uma vértebra e outra. Antigamente imaginava-se que os fatores laborais, postura, peso era a principal causa da doença degenerativa discal. O termo técnico é esse: doença degenerativa discal.
Acredita-se que esses outros fatores (postura, peso) têm influência, mas eles perfazem aproximadamente 10% das causas. Todos juntos, no entanto, os 90% são de fundo genético. Até agora não foi possível isolar um gene específico. Inúmeros genes foram isolados, mas nenhum gene específico que cause a doença degenerativa e discal.
É basicamente um processo, uma cascata de eventos que vão ocorrendo, que envolvem processos bioquímicos dentro do disco, processos inflamatórios e perda de água de dentro desse disco. Por isso que às vezes usa-se os termos de secação e desidratação discal, ou seja, quando o disco perde a altura dele ou a qualidade dele de servir como amortecedor.
A função do disco normal é proporcionar que o indivíduo realize as atividades do dia a dia normalmente, sem gerar dor. Quando o disco começa a se degenerar, o indivíduo pode começar a apresentar dores lombares e outros eventos, não necessariamente uma ressonância mostra um disco degenerado. Há muitas vezes em que aquele disco degenerado não tem nada a ver com o tipo de dor que você tem.
Você tem que examinar o paciente e às vezes vê esse paciente inúmeras vezes para tentar criar um nexo causal entre um disco degenerado e uma determinada dor. E muitas vezes os pacientes possuem vários discos degenerados e têm bastante dor. Tem muita gente que tem um monte de disco degenerado e praticamente não tem dor lombar.
Existe uma dissociação entre imagem de ressonância e quadro clínico. Não dá pra gente poder falar que está vindo só disso com certo. Eventualmente, alguns casos você consegue dizer isso quando o quadro clínico está muito condizente com a imagem, mas em alguns casos não.
Secundariamente à lesão do disco, você tem alguns eventos que são consequências dele, que pelo menos nós imaginamos, é que pelo menos sabe-se hoje em dia. Quando existem movimento anormal na estrutura anterior que é a estrutura de suporte de carga do disco, você tem uma sobrecarga das facetas, que são as estruturas articulares posteriores.
Esses pacientes muitas vezes vão desenvolvendo alterações degenerativas dessas facetas que também podem ser uma fonte de dor secundária à doença degenerativa inicial. Essas facetas podem ficar hipertrofiadas, o que chama-se de zigo artrose ou ósseo artrose facetária. Pode existir um espessamento dessas facetas que pode comprimir o nervo junto com a alteração do disco.
Enfim, várias alterações secundárias podem contribuir para mais dor secundariamente. Isso também faz com que esses discos degenerados com essas facetas eventualmente degenerados possam causar um ciclo reverberatório, ou seja, que se autoalimenta de espasmo de musculatura, que faz com que a pessoa tenha cada vez mais dor.
De forma simplificada, a doença degenerativa é basicamente isso. Mais importante é entender que fatores genéticos que ainda não são totalmente entendidos, apesar de serem muito pesquisados, são a principal causa da doença degenerativa discal.
Fonte: O que é LOMBALGIA? ou Doença Degenerativa Discal – Dr Diogo Neurocirurgião por Dr. Diogo Anderle