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Entenda o que é Doença Renal Crônica e suas classificações


No vídeo de hoje, eu vou falar sobre definição e classificação da doença renal crônica. Fique nesse vídeo até o final que eu vou explicar tudo isso hoje para você.
Olá pessoal, eu sou o Dr. Roberto Galvão, do canal Nefrologista, o maior canal de saúde renal do YouTube Brasil com foco na prevenção. Ajude mais pessoas a se beneficiarem dos nossos vídeos fazendo a sua inscrição no canal, ativando o Sininho das notificações e deixando aquele like para gente.
Direto ao assunto, o que é a doença renal crônica? Nós temos dois critérios para definir essa situação. A primeira delas são as chamadas alterações renais durante um período de três meses ou mais. Quais são essas alterações? São várias alterações que a gente fala muito aqui no canal. Podem ser alterações radiológicas, como doença renal policística, hidronefrose ou ainda cicatrizes renais, atrofia renal, aqueles rins de tamanhos diminuídos vistos a ultrassom. Nós ainda temos alterações dos exames de urina, como a albuminúria ou a proteinuria. Nós ainda temos hematúria e presença de cilindros na urina, ou seja, exame de urina alterado durante um período de três meses ou mais, ultrassom alterado durante um período de três meses ou mais, é uma doença renal crônica. Até mesmo a biópsia renal é levada em consideração, aquela doença que já está em acompanhamento há pelo menos três meses, cuja biópsia mostra algum tipo de alteração renal, também entra na classificação de doença renal crônica.
O segundo critério é uma queda na taxa de filtração glomerular para um valor abaixo de 60 ml por minuto. E nós ainda temos a combinação desses dois critérios. A doença renal crônica é classificada por estágios, que são os graus da doença. Para você saber esse grau, você antes precisa saber sua TFG (taxa de filtração glomerular), que é obtida a partir de um aplicativo que você mesmo calcula com esse vídeo aqui do canal, bastando saber sua creatinina. Ou ainda, você pode ter feito um exame de urina de 24 horas. E aí, basta você procurar um resultado chamado clearance de creatinina. E para coisa ficar mais simples, eu vou colocar aqui do lado a tabela de classificação da doença renal crônica.
Acompanha comigo: na linha de cima, o estágio um é aquele que tem até FG acima de 90 ml por minuto. Ou seja, a função renal ainda é normal com alguma alteração renal, aquilo que eu falei no começo do vídeo, aquelas alterações podem ser de ultrassom, do exame de urina, enfim. O estágio 2 é aquele que vai de 60 a 89 ml por minuto e é considerado ainda uma doença leve. O estágio 3a é aquele que vai de 45 a 59 ml por minuto e é considerado ali uma doença já leve a moderada. Nós temos o estágio 3B que vai de 30 a 44 ml por minutos, já é uma doença mais moderada, mais para avançada. No estágio 4, nós já temos uma doença mais avançada, mais grave e isso equivale a uma TFG entre 15 e 29 ml por minuto. E finalmente, no estágio 5, onde a doença já é classificada como uma falência renal, a TFG se encontra abaixo de 15 ml por minuto.
Esta é uma das grandes questões do canal: o que você deve fazer quando tem um diagnóstico de doença renal crônica? Em primeiro lugar, manter a calma e consultar um especialista em rins, no caso, um médico nefrologista. Antes de tudo, para confirmar esse diagnóstico. Às vezes, você pegou o aplicativo, calculou, fez alguma coisa errada, às vezes, um médico clínico que não tem familiaridade com a nefrologia falou que você era renal e de repente você não se encaixa nos critérios. O nefrologista é o médico que vai fazer essa classificação correta da sua doença.
A partir dessa classificação, de uma forma bem resumida, eu vou dizer o que vai acontecer com você. Se você é um paciente do estágio um ou estágio 2, que são os estágios mais leves, o tratamento basicamente consiste em tratar a sua doença de base, tratar diabetes e hipertensão, se for uma nefrite, ajuste dietético, se for cálculo renal, investigação metabólica, enfim, são medidas de suporte na tentativa de diagnosticar e tratar e retardar a progressão dos estágios da sua doença.
A medida que os estágios vão avançando, essas medidas continuam valendo, mas outras medidas vão sendo instituídas. Estágios 3a e 3B são aqueles em que a doença renal, a perda da capacidade filtrativa dos rins, vai levando a outras alterações. Então, o paciente nessa fase pode ter mais inchaços, mais dificuldade para controlar a pressão, pode ter algum grau de desnutrição, anemia, alteração do fósforo, do potássio, hiperparatireoidismo.
Nessa fase, é muito importante, nas outras também é, se for possível, mas na 3a, 3B é muito importante ter um acompanhamento de uma nutricionista. Tudo isso que eu estou falando até aqui é o chamado tratamento conservador da doença renal crônica. E quando a gente chega no estágio 4, todas as medidas do estágio 1, 2, 3A, 3B continuam valendo, mas a doença começa a se tornar mais agressiva, as coisas começam a se tornar mais difíceis de controlar. E nessa fase, nós também, além de intensificarmos as medidas clínicas, a orientação dietética nutricional e tudo, nós também já começamos a preparar o paciente para um futuro aí de terapia renal substitutiva de análise peritoneal, ou hemodiálise, ou ainda, ou transplante renal.
Então, todas essas situações futuras, o médico tem que ser um pouco ter um pouco de senso de previsão do futuro, observar a velocidade de progressão da doença e nos momentos projetos e colocando essas pautas aí, discutindo com o paciente o momento de de repente fazer uma fístula, pensando na hemodiálise, o treinamento da peritoneal, os candidatos a doador no transplante. Enfim, são várias coisas que são pensadas nessa fase. Por essa razão, as consultas também começam a ser mais intensificadas.
No estágio 5, é onde se consome realmente a falência renal. O paciente ele deve entrar numa terapia renal substitutiva. Alguns vão escolher hemodiálise, outros vão escolher peritoneal, raros pacientes vão conseguir fazer um transplante primitivo ou seja centralizar. Eu tenho, aliás, um vídeo aqui no canal explicando o que é transplante preventivo. E ainda, o paciente pode, alguns poucos conseguem se manter em tratamento conservador durante mais alguns meses. Alguns pacientes que têm uma boa condição clínica, um bom estado físico, um bom estado nutricional, exames fáceis de controlar, podem ainda continuar em conservador durante algum período.
E temos também de falar daqueles pacientes que recusam o tratamento da diálise ou ainda aqueles que não têm condições clínicas de de alisar, pacientes idosos com doenças mentais degenerativas, enfim, são situações que até contraindicam a realização de diálise. Eu tenho também outro vídeo aqui no canal que eu explico quando você não deve indicar diálise em um paciente em terminalidade. Mas de qualquer forma, essas são as opções que nós temos aqui de segmento no estágio 5.
Eu espero que este vídeo tenha sido útil para você e, se você ainda tem dúvidas, deixe a sua pergunta agora mesmo aqui nos comentários e não se esqueça de compartilhar com seus amigos em redes sociais, nos grupos de WhatsApp. Eu volto em breve com um novo vídeo. Um grande abraço.
Fonte: Doença Renal Crônica: Definição e Classificação por Nefrologista