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Entenda a doença amiloidose com a explicação da médica Dra. Marcia Cruz


No mês de conscientização da doença amiloidose, é importante abordar o tema para informar a população sobre essa condição rara. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças raras afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 para cada duas mil pessoas. Dessas pessoas, 75% são crianças e jovens.
A amiloidose é uma doença que causa o depósito de uma substância amilóide, uma proteína produzida pelo corpo que se torna instável na circulação sanguínea e acaba se depositando nos tecidos. Esse depósito ocorre principalmente nos dedos periféricos, causando uma neuropatia, uma doença neurologista que faz com que a pessoa perca a sensibilidade ao calor, dor e tato. Essa condição pode levar a feridas que muitas vezes se infectam.
A doença também pode afetar o coração e outros órgãos, comprometendo a função deles. O tratamento atualmente aprovado pela Anvisa é uma droga que estabiliza a proteína no sangue, fazendo com que ela não se deposite nos tecidos. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de sucesso no tratamento.
Existe um grupo de risco para desenvolver a doença amiloidose, que são as pessoas com a condição hereditária. De acordo com a médica nefrologista Márcia Cruz, para cada nascimento, há uma possibilidade de cinquenta por cento de herdar a mutação independente de ser homem ou mulher. No caso da amiloidose mais comum, que é originária de Portugal, a chance de descobrir a doença é de cerca de oitenta por cento aos trinta anos. Existe uma outra mutação de origem africana que é mais associada a uma doença cardíaca.
Os principais sintomas da amiloidose incluem a neuropatia, como perda de sensibilidade e tato, e a cardiopatia, como falta de ar e dificuldade em realizar atividades diárias. Se a pessoa tem um histórico familiar da doença, é importante buscar um centro de referência para cuidado precoce e fazer exames para detectar a condição.
No início, pode ser difícil encontrar um médico que conheça a doença devido à sua raridade, mas existem centros especializados em grandes cidades, como o Rio de Janeiro. Os médicos que devem ser procurados são neurologistas e cardiologistas. É importante que haja uma educação médica continuada na área de neurologia e cardiologia para que mais profissionais saibam identificar a doença amiloidose e tratar adequadamente.
A conscientização sobre a amiloidose é crucial, pois muitas pessoas demoram a receber um diagnóstico preciso. O conhecimento sobre a existência da doença pode levar a um tratamento mais eficaz e melhor qualidade de vida para os pacientes.
Fonte: Doutora Marcia Cruz, médica, explica o que é a doença amiloidose por Alesp