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Dicas para prevenir o câncer de pulmão.

O Câncer de Pulmão

O Hospital de Clínicas em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul trouxe como tema para esse programa a prevenção do câncer de pulmão, que representa uma doença epidemiologicamente muito relevante, sendo a neoplasia que mais mata no mundo e a terceira doença que mais mata no mundo, perdendo apenas para a cardiopatia isquêmica e para os acidentes vasculares cerebrais. Infelizmente, o câncer de pulmão ainda é diagnosticado com muita frequência de forma tardia, e isso é um grave problema.

Para abordar esse tema, contamos com a presença do Dr. Sérgio Pinto Ribeiro, chefe do serviço de pneumologia do Hospital de Clínicas, e do Dr. William Lorenzi, médico do serviço de cirurgia torácica do hospital. Eles discutiram os métodos de rastreamento e a importância de detectar a doença precocemente.

A Tomografia de Baixa Dose

Segundo o Dr. Sérgio Pinto Ribeiro, a tomografia helicoidal de baixa dose pode mudar o cenário do diagnóstico tardio do câncer de pulmão. Para isso, o rastreamento da doença através de raio-x de tórax não é suficiente. Estudos recentes mostraram que a tomografia de baixa dose é capaz de detectar a doença em estágio inicial. Isso é fundamental, pois quanto mais precoce a doença for detectada, maiores serão as chances de cura.

Apesar desses avanços, um problema que surge com o rastreamento é a alta quantidade de falsos positivos – pequenas lesões que não apresentam sinais indicativos de humanidade e que não trazem nenhum sintoma. Segundo o Dr. William Lorenzi, a maioria dos nódulos detectados pelos programas de rastreamento são benignos e precisam ser acompanhados. Essa situação pode gerar ansiedade e preocupação nos pacientes, além de um gasto financeiro elevado para o sistema de saúde.

A Seleção da População Alvo

A recomendação da maioria das sociedades de oncologia e cirurgia torácica para o rastreamento do câncer de pulmão é que se faça a tomografia de baixa dose nos pacientes que têm entre 55 e 75 anos de idade, com carga tabágica razoável – no mínimo, 30 maços e que o tabagismo seja ativo ou tenha sido interrompido há menos de 15 anos. Essa triagem é baseada em dados clínicos, e é importantíssima para selecionar de forma adequada os pacientes com maior probabilidade de terem neoplasia detectada na tomografia de baixa dose.

No entanto, há diversas tentativas e linhas de pesquisa em andamento para melhorar a seleção desses pacientes e encontrar neoplasias em estágio inicial. Métodos de imagem cada vez mais sensíveis e específicos e a análise de compostos exalados são algumas das possibilidades que podem ser exploradas no futuro.

Conclusão

Em resumo, detectar o câncer de pulmão precocemente é fundamental e a tomografia de baixa dose pode ser uma grande aliada nesse sentido. No entanto, ainda há muitos desafios a serem enfrentados, como a alta quantidade de falsos positivos e a necessidade de se selecionar adequadamente a população alvo para o rastreamento. Os avanços tecnológicos e as pesquisas em andamento dão esperança de que possamos melhorar o diagnóstico do câncer de pulmão e aumentar as chances de cura para os pacientes.

Fonte: Prevenção do câncer de pulmão por Hospital de Clínicas de Porto Alegre