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Como tratar lesão vesical durante uma Histerectomia


Na realização de uma histerectomia, é importante que o cirurgião tenha habilidade não apenas na técnica cirúrgica, mas também no tratamento de possíveis complicações relacionadas ao procedimento. Uma dessas complicações, embora não muito frequente, é a lesão na bexiga durante a cirurgia. Isso pode ocorrer principalmente em pacientes que possuem múltiplos cesarianas prévios ou que passaram por alguma cirurgia pélvica anteriormente.
Para tratar essa complicação, é importante ter em mente algumas estratégias cirúrgicas. Primeiramente, é preciso lembrar que o útero entra lateralmente na bexiga e essa entrada é chamada de trígono vesical. Quando há lesão na região central, que é o local mais comum, o tratamento é relativamente simples e pode ser feito por meio de sutura.
No entanto, quando a lesão é lateral, é importante visualizar os meatos ureterais. Já quando a lesão é central, não há necessidade disso na maioria dos casos. Para a sutura da bexiga, é recomendado utilizar um fio absorvível, pois um fio inabsorvível na via urinária pode levar à formação de cálculo.
A sutura deve ser feita de forma contínua, primeiramente na mucosa e em seguida na muscular, de maneira separada. No final do procedimento, deve-se realizar um teste com sonda vesical e 120 ml de água destilada ou soro fisiológico com uma substância colorida para verificar se há extravasamento pela linha de sutura. Caso não haja, a paciente pode ficar com a sonda vesical por 7 a 10 dias e depois retirá-la sem a necessidade de realizar algum teste.
É importante lembrar que a complicações podem ocorrer durante a realização de uma histerectomia e que o tratamento de cada uma delas deve ser adequado e realizado com cautela. O conhecimento e a habilidade do cirurgião são fundamentais para um tratamento bem-sucedido e para que a paciente tenha uma recuperação tranquila.
Fonte: Lesão vesical na Histerectomia, o que fazer? por Dr Marcelo Vieira