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Bexiga Neurogênica: Entenda o Diagnóstico com o Dr. Caio Cesar Cintra


Nessa fase de cada agente que quer seguir a urologia neurogênica, é comum utilizar o termo “bexiga neurogênica” para se referir a uma alteração funcional do trato urinário, causada primeiramente por um problema neurológico. Isso pode levar a uma falsa sensação de que o problema primário está relacionado ao funcionamento da bexiga, quando, na verdade, pode ser causado por uma disfunção neurológica independente da causa ou do tipo de vivência do paciente.
A bexiga é um órgão que parece desenvolver uma ação muito simples, mas que do ponto de vista de controle biológico é muito complexa. De uma maneira geral, ela tem duas funções básicas: a função de armazenamento da urina e a função de esvaziamento da mesma. Durante a maior parte do dia, a bexiga tem a função de armazenamento, onde ela começa a acumular a urina produzida pelo organismo. Para que isso aconteça, há um mecanismo de contingência que fica contraindo e impedindo que a urina saia pela bexiga. Assim, ela armazena a urina que vai sendo formada pelo organismo de maneira progressiva, expandindo em manteigas de armazenamento com pressões sempre baixas.
Na fase de esvaziamento, esse mecanismo de continência é relaxado, permitindo a eliminação da urina. Para isso, há um envolvimento e a participação de vários elementos do sistema nervoso. Em neurologia, isso começa no córtex cerebral, onde as informações são transmitidas até um órgão de retorno, através de inúmeros segmentos e nervos que levam essas informações do cérebro até a bexiga.
Então, quando há uma disfunção nessa transmissão de informações em decorrência de uma doença neurológica, pode ocorrer uma bexiga neurogênica, que é uma alteração funcional do trato urinário causada por um problema neurológico.
Existem diversas causas que podem levar a esse tipo de disfunção, como por exemplo, um problema neurológico congênito, uma lesão medular, um derrame, um acidente ou até mesmo um diabetes de longa data. Por isso, é importante avaliar cada indivíduo e sua função de saúde especificamente para poder definir o que fazer e qual o prognóstico.
De uma maneira geral, a bexiga neurogênica pode ser vista como um padrão absolutamente variável e multifatorial, dependendo da causa base e da situação do paciente que chega.
Porém, é importante ressaltar que existem pacientes que, mesmo tendo o potencial de desenvolver sintomas urinários relacionados à qualidade de vida, conseguem ter um prognóstico favorável e bom, como é o caso daqueles pacientes que têm uma bexiga que, apesar de não funcionar de maneira adequada, consegue armazenar a urina numa pressão baixa e esvaziar de maneira suficiente, sem trazer complicações neurológicas, infecção urinária, perda de função renal ou destruição da michigan médio e longo prazo.
Já pacientes que sofrem de doenças neurológicas primárias que afetam as regiões dos nervos envolvidos no controle da bexiga e que apresentam um prejuízo nessas regiões têm um prognóstico ruim em relação ao trato urinário superior e ao longo prazo, já que perdem a capacidade de identificar o momento de desligar a fase de armazenamento e começam a reter urina, o que leva a pressões muito altas e perda da capacidade de esvaziamento adequado.
Portanto, a bexiga neurogênica pode ser uma condição que pode afetar de maneiras diferentes cada paciente, mas é importante avaliar cada caso em particular para poder definir o tipo de tratamento e prognóstico adequados.
Fonte: Dr. Caio Cesar Cintra fala sobre Bexiga Neurogênica por Assoc. Brasileira Continencia BCStuart