Remédios Antidepressivos e Peso

No vídeo de hoje, vamos falar sobre remédios antidepressivos usados para depressão e ansiedade e o que eles têm a ver com peso. Eles emagrecem? Eles engordam? Podem ser usados?

Para quem está chegando agora, meu nome é Fernanda Gomes de Melo, sou médica endocrinologista e nesse canal eu falo um pouquinho sobre endocrinologia e medicina do estilo de vida. Eu vou falar hoje sobre uma categoria de remédios antidepressivos que são os inibidores de recaptação de serotonina. Esse nome complicado é bem conhecido como alguns dos exemplos dessa família que a Fluoxetina, Sertralina, Citalopram, e são remédios que já estão aí no mercado há algum tempo. São muito indicados para tratamento de depressão, primeira escolha nos quadros de depressão, são muito usados para tratar a ansiedade generalizada, transtorno do pânico e muita gente acaba recebendo uma prescrição para alguns tratamentos relacionados à perda de peso e aí fica a dúvida, né? Há um tempo atrás muita gente achava que a Fluoxetina serve para emagrecer e Estudos mostraram que a Fluoxetina, a longo prazo, engorda. Então, qual é a sua confusão, engorda, emagrece?

A coisa fica mais clara quando a gente entende para quê que ela é usada. Existem alguns comportamentos alimentares que contribuem para o ganho de peso e que têm a ver com aumento de ansiedade, com descontrole de impulso ou com quadro de depressão que a gente costuma chamar de atípica, porque o tradicional, a depressão clássica, cursa com falta de apetite. Mas algumas pessoas têm depressão com aumento de apetite, principalmente comer compulsivo e aumento de vontade de comer carboidrato e coisas que são menos saudáveis e mais engordativas. Não é o momento de apetite geral, se entra com comer salada simples em pacientes com comer compulsivo ou aqueles que têm aumento do comer emocional, quer dizer, começa a comer por aumento de uma cidade por situações estressantes, perda do controle alimentar em situações até de tédio de falta do que fazer, tem vontade de mastigar ou pacientes que têm um hábito alimentar que a gente chama de beliscador, que come várias vezes pouco.

A gente sabe que estudos mostram que uma baixa de serotonina no cérebro nas vias que controlam o hábito alimentar podem estar relacionadas a esses sintomas. Então, o tratamento aumentando a serotonina aumenta a sensação de saciedade, diminui a vontade de comer carboidrato, aumenta o controle do hábito alimentar. Com isso, a gente com frequência acaba usando essas medicações para tratar essas situações específicas.

Alguns pacientes chegam no consultório do endocrinologista como quadro depressivo, como a depressão atípica, daquele tipo que eu falei com o aumento de apetite, aumento de vontade de comer coisas mais engordativas e menos saudáveis, menos alimentação mais regrada habitual e podem se beneficiar do tratamento em conjunto do antidepressivo, de uma reeducação alimentar, momento do estímulo da prática de atividade física, a correção do hábito do sono, porque muitas vezes eles estão com insônia ou hipersonia, quer dizer, têm mais sono do que o que seria habitual, então sempre sonolentos.

A correção desses sintomas do quadro depressivo vai se beneficiar do uso do antidepressivo. Esses remédios não estão na lista de remédios anti-obesidade ou remédios para emagrecer, mas eles têm indicação quando o endocrinologista consegue detectar a presença desses sintomas ou do depressivo ou do hábito alimentar do comer transtornado.

É muito importante você procurar um endócrino que tenha uma abordagem mais global e que enxergue paciente como um todo e com isso esse remédio vai ter a sua boa indicação, mas não vai tomar fluoxetina da sua vizinha porque ela te disse que ela perdeu peso tomando fluoxetina, porque não é assim que a coisa funciona.

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Fonte: Remédios Antidepressivos engordam? Emagrecem ? Endocrinologista Dra Fernanda G de Melo explica por Endocrinologia Estilo de Vida Dra Fernanda G Melo