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Antibióticos em excesso podem levar a Sinusite Fúngica de difícil cura.


Oi, tudo bem?
Eu entendo que muitas vezes a gente não acredita nas coisas sem agente ver. São Thomé passou por isso também, compreensível, e vou mostrar para vocês dois casos clínicos de pacientes meios para tentar demonstrar para que vocês possam acreditar que o uso de antibiótico não é para todos os casos clínicos de rinossinusite crônica.
Nesse primeiro caso, observe esta imagem da vídeo nas as copias nesse paciente. Observe que mesmo na doença existe a beleza da natureza. Veja que a secreção dela fica circulando dentro do seio esfenoidal. Esse paciente tem um queixo de gotejamento posterior. Por que volta e meia um pouco dessa secreção acaba sendo do seio, ele acaba deglutindo. É um desconforto muito grande porque ele fica a engolir na secreção de vez em quando. Então, observe que essa secreção fica circulando dentro do seio e somente a cirurgia endoscópica com abertura maior desse seio maxilar vai fazer com que o ar circule dentro desses seis canais e tal, e essa secreção acabe saindo, e o paciente melhore das queixas e dos sintomas dele. Foi isso que eu fiz, e o paciente melhorou.
O segundo caso é isso. Meu nome é Marcos César, sou médico otorrinolaringologista aqui do Hospital Ipo de Curitiba, e estou mostrando para vocês para que vocês tentem acreditar igual São Thomé não acreditava, que não existe indicação de antibiótico para muitos casos de rinossinusite crônica.
Nesse segundo caso, é um médico amigo meu, o Ricardo Amazônico. Ele tem a primeira doença, uma polipose nasal que é uma rinossinusite crônica com polipose nasal que hoje a gente chama de ideia, que é uma doença respiratória que tem envolvimento com a aspirina. Mas enfim, vamos lá no caso clínico dele. Ele já operou algumas vezes da polipose nasal e ele fazia quadros de rinossinusite crônica com secreção mucopurulenta. O que ele fazia? Ele acabava tomando antibiótico.
Bem, agora a gente vai ter que parar e pensar um pouquinho dentro da minha cavidade nasal. Eu tenho dois grandes grupos de microrganismos. Três, às vezes, as bactérias que estão em número muito maior. Existem fungos e vírus que são em números menores. Existe uma harmonia entre todos eles. Essa harmonia ocorre porque a quantidade de bactérias que existe dentro da cavidade nasal impede que sobre alimento para fungos e vírus se multiplicarem. Bem, o que acontece se o começa a tomar muito antibiótico? Eu queria uma desarmonia. Eu começo a diminuir a minha flora bacteriana e sobra minha flora fúngica. Foi por isso que o Ricardo fez, além da polipose nasal, além da rinossinusite crônica, com por bactérias, agora ele fez uma rinossinusite fúngica bilateral nos seios maxilares.
E vou mostrar para vocês a cirurgia do Ricardo. Serve o dano da mucosa que existe dentro da cavidade nasal do Ricardo, assim como a quantidade de secreção mucopurulenta e de fungos que é uma coisa endurecida dentro do seio maxilar. Isso não melhora com antibióticos. Só melhora mesmo com a cirurgia.
Vamos lá. Essa é a narina do lado esquerdo do Ricardo. Observe a quantidade de degeneração polipoide que eu tenho dentro da cavidade nasal. Essa abertura do seu seio esfenoidal e a quantidade de pólipo. Olha o pólipo. Esses pólipos, além de ser pólipos da polipose nasal, aquele tipo de pólipo, ele é pólipo de característica inflamatória. E quando você tem muita secreção mucopurulenta passando pela cavidade nasal que a gente pode vir aqui, ele acaba fazendo essa degeneração polipoide. Então, aqui eu já retirei os pólipos da frente do seio maxilar dele. E observe esse conglomerado fúngico, esse aglomerado fúngico. Observe que parece uma pedra, parece pedregulho no meio de lama assim, todo o macerado é extremamente duro. Isso nunca, com antibiótico, vai resolver. Observe que eu vou retirando os pedaços desse aglomerado fúngico. Isso é fungo. Essa é uma rinossinusite fúngica. Por quê? Porque os fungos se sobressaem dentro do seio maxilar em virtude de que o Ricardo ficava tomando muito antibiótico. Ele, com uso de antibiótico, ele matou a flora de antibiótico que é uma flora saprófita que vive em harmonia com a nossa cavidade nasal e os seios paranasais. E deu oportunidade, então, para que esses microrganismos fúngicos se proliferarem, se organizarem e chegar, fazer isso. Ele fica empedrado dentro do seio da face. Então, somente a cirurgia mesmo pode fazer com que esse paciente tenha uma melhora clínica dos sinais e dos sintomas dele, porque o antibiótico é para bactérias, não é para fungo.
E usar antifúngico via sistêmica, ou seja, tomar antifúngico, ele não resolve para isso. Porque esses fungos eles ficam presos dentro de uma cavidade aberta, revestida por ar, não tem vasos sanguíneos que ficam ao redor desses fungos que você possa fazer um antifúngico via oral para melhorar essa esse tipo de sinusite fúngica. Observe o seio maxilar aqui do lado direito, bastante degeneração polipoide. Vou removendo essa degeneração polipoide e vou também desse lado direito e tirando tudo esse fungo que você pode ver claramente aqui, ó, esse fungo preso dentro da cavidade do seio maxilar do lado direito novamente.
Lembrando que uso de medicação como corticoide e antibiótico para essas fichas dessas pólipos nasais, eles são extremamente importantes para melhorar os sintomas do paciente, mas de maneira muito pontual e não de uso contínuo como o Ricardo estava fazendo. Daí você pode fazer essa alteração da microflora da cavidade nasal, desencadeando assim esses conglomerados fúngicos que congregados dentro do seio maxilar, especificamente no caso do Ricardo. Os sintomas dele melhoram, lógico, depois de toda essa limpeza. Observe como seja mais limpo. Cavidade aberta, aerada, nitidamente. Isso aqui vai ficar muito melhor por Ricardo conforme os dias de pós-operatório, porém, passando e usar antibiótico ficar bem reduzido.
Fonte: Uso incorreto de antibióticos pode causar uma Sinusite Fúngica de difícil tratamento -Otorrino Marco por Otorrino Marco