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Alerta médico sobre alergias alimentares: riscos e cuidados necessários.


Com a morte de um torcedor do Flamengo por choque anafilático depois de comer camarão, acende-se o alerta sobre os riscos da alergia a alimentos. É um assunto muito sério, pois pode levar à obstrução da glote e a pessoa morre na hora. Os médicos orientam que é preciso estar atento a alguns sintomas e buscar atendimento o mais rápido possível.
Esta é a última foto de Diego Rodrigues, o carioca de 26 anos que morava em Mogi Mirim, no interior de São Paulo. Ele viajou até o Rio de Janeiro para ver a semifinal da Libertadores. Era apaixonado pelo Flamengo e seria a primeira vez dele no Maracanã, mas morreu horas antes, depois de comer camarão, por choque anafilático.
O camarão é um dos alimentos que mais provocam reações, iguais às que mataram Diego no Rio de Janeiro. Isso acontece porque o sistema imunológico reconhece como prejudiciais algumas proteínas do alimento e reage produzindo substâncias químicas. Uma delas é a histamina, que causa inflamação.
Mas os especialistas dizem que as mortes, além de raras, não costumam acontecer logo no primeiro contato com o alimento. Normalmente, o organismo dá sinais que podem ajudar a evitar o pior no futuro. Os primeiros sintomas são coceira, vermelhidão da pele e irritação na garganta. A alergia também pode causar inchaço nos lábios e nas pálpebras, náusea e vômito.
O presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia acredita que, no caso de Diego, os primeiros sinais podem ter passado despercebidos. “Algum alimento que tinha molho de camarão e ele não percebeu, ou o peixe com molho de camarão, ou que, no preparo do caldo, tinha um camarão e ele se sensibilizou. A partir do momento que ele se sensibilizou, na próxima vez que entrou em contato com o camarão, ele teve a reação.”
Outros alimentos, como ovo, leite, amendoim e peixes, também podem causar alergias alimentares. “Se teve a primeira reação, ele tem que procurar um especialista, ele tem que procurar alergista para fazer o diagnóstico de alergia alimentar”, orienta o médico.
Lucas descobriu que tinha alergia a camarão numa aula de gastronomia na faculdade. “Eu comecei a limpar o camarão, já comecei a sentir uma irritação na pele, aí na hora que a gente foi apresentar ao professor, ele não fez nada. Comecei a comer e já comecei a sentir a acontecer. É forte na garganta, aí depois comecei a ter um monte de bolinhas pelo corpo. Fui para a enfermaria da faculdade.”
Uma pequena quantidade do alimento já é suficiente para causar reações alérgicas graves. Nesses casos, ocorre falta de ar, pelo fechamento da garganta, queda de pressão e parada cardíaca. O socorro deve ser imediato.
E enquanto a ambulância não chega, a orientação é afrouxar as roupas da pessoa e deitá-la com as pernas para cima, a fim de melhorar a circulação. Em último caso, apelar para a massagem cardíaca. Mas o médico alerta que o ideal mesmo é carregar sempre uma injeção de adrenalina, que permite ganhar tempo até a chegada ao hospital.
“Nós temos aqui no Brasil 11 unidades. É um problema muito grave. Esse dispositivo de adrenalina autoinjetável não está disponível. Hoje, o que se tem, o que se importa, pouca gente vai ter condições de carregar uma caneta de mil reais, que pode ou não ser usada.”
Fonte: Médico alerta para perigo da ingestão de alimentos que podem causar alergias por Fala Brasil