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Alerta: Aumento de casos de hepatite em crianças globalmente.


O mundo ainda nem se recuperou da pandemia do coronavírus, e já se acompanha, sem entender, o surgimento de uma doença misteriosa. Em pouco mais de um mês, diagnósticos de uma hepatite sem causa conhecida se multiplicaram entre crianças e adolescentes em mais de 20 países, inclusive no Brasil.
A hepatite sempre foi uma doença perigosa. Você pode perder a vida por causa da hepatite A. Agora, ela está realmente acometendo mais as crianças, entre 10 e 16 anos. O número de casos aumentou e, pior, a causa desse surto nenhum médico do mundo conseguiu descobrir até agora. Uma das suspeitas é que tem relação com o coronavírus.
Estamos falando da Hepatite Misteriosa 1 e quando a gente chama de hepatite misteriosa é que já foram descartadas todas as causas diagnosticáveis. Nesse momento, o surto de hepatite aguda infantil sem causa definida foi relatado pela primeira vez no mês passado, no Reino Unido. Na ocasião, mais de 100 crianças apresentaram a doença. Hoje, ela já pode estar em mais de 20 países, inclusive no Brasil.
Qual seria a causa dessa doença? Essa é a principal pergunta dos cientistas, porque para definir as medidas de prevenção e o tratamento, é preciso conhecer a causa. Como a ciência ainda não tem resposta, os pais ficam preocupados. “Será que tem alguma coisa que a gente possa fazer para parar o contágio?”, perguntam-se.
A hepatite é a inflamação do fígado que pode ser diagnosticada com o exame simples. Os médicos deram um prazo de 24 horas – era o tempo que o corpo da menina de 10 anos aguentaria esperar por um fígado novo. Ela foi diagnosticada com hepatite. Foi um choque. É muito grande a necessidade de viabilizar uma UTI aérea para transportá-la, porque ela tava… Ela ficou internada na UTI. Então foi uma coisa muito rápida, parecia impossível, mas aconteceu.
A Andreia, saiu de Natal no Rio Grande do Norte e foi transplantada em Fortaleza no Ceará, cinco anos atrás. Ela entrou na fila e em menos de 6 horas ela conseguiu o fígado. Porque como era criança, e foi a hepatite fulminante, então ela não tinha tempo. Se não conseguisse esse fígado, ela morreria. A menina, hoje com 15 anos, vive bem com fígado transplantado.
Mas a mãe dela está de olho nas notícias sobre uma “hepatite misteriosa” que ronda o mundo. “Eu tô morrendo de medo”, diz a mãe, porque até demais as partes que sofrem com, com transformando também, né? Pode atingi-la.
Máquinas como essa analisam amostras de sangue e verificam a quantidade de enzimas produzidas pelo fígado. Quando os exames dão acima de 500, significa que a criança tem uma hepatite. Existem várias causas para a hepatite em uma criança, e o mais comum são os vírus. Para que uma criança como hepatite entre no rol dos casos suspeitos da doença misteriosa, é preciso primeiro descartar todas as causas conhecidas de falência hepática.
E essas máquinas têm um papel fundamental nisso. Elas trabalham dia e noite para identificar os vírus causadores das hepatites A, B e C, os tipos mais comuns no Brasil. A doença também pode ser provocada por síndromes genéticas ou autoimunes e pelo excesso de remédios, drogas lícitas. Mesmo nos Estados Unidos e Europa, por exemplo, o acetaminofeno e paracetamol é a principal causa.
O abuso de paracetamol está entre as hipóteses levantadas pelos cientistas para explicar a hepatite misteriosa. Mas o que tem chamado a atenção dos médicos é a ação de um vírus causador de sintomas respiratórios, vômito e diarreia. A suspeita é que a presença do adenovírus seja combinada com algum outro fator. O coronavírus continua sendo uma suspeita.
“É importante, é um agente possível de desencadear um quadro imunológico e o adenovírus iria ser só um gatilho”, disse um médico. Os médicos esclarecem que a nova hepatite não tem nada a ver com a vacina para o coronavírus. A relação da vacina com esses casos de hepatite não existe. Segundo o relatório da agência de segurança de saúde do Reino Unido, a maioria das crianças com a doença tem entre 3 e 5 anos. As crianças são mais suscetíveis às infecções, elas são mais aglomeradas, elas colocam a mão em tudo, né? E a pesquisa afirma ainda que os casos relatados até agora não têm nenhuma relação entre si. Aparentemente, não é de contato pessoal. Aparentemente, porque nesse grupo de pacientes jamais estudado, dois casos apenas tiveram contato pessoal.
A falta de respostas espalha insegurança por todo o mundo. Rapidamente, os casos suspeitos se espalharam por toda a Europa. Aqui em Portugal, as autoridades de saúde criaram um grupo de trabalho para acompanhar o surto e estabelecer uma rotina na divulgação dos novos casos com boletins todos os dias. São os médicos que conseguem controlar. Tanto sal foi da Ásia que vieram as primeiras confirmações de morte pela hepatite de origem desconhecida. Foram pelo menos cinco crianças na Indonésia. Cingapura também registrou casos da nova hepatite E. A doença também chegou aqui em Israel, no oriente médio.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o aumento do número de infecções já é uma questão urgente que precisa de respostas rápidas da ciência. E os primeiros sinais da hepatite podem ser confundidos com muitas outras viroses: prostração, dor de barriga, vômito, náusea. Em algumas crianças, apresentam sintomas mais evidentes como pele e olhos amarelados, a chamada icterícia, sinal de alerta para procurar o hospital. E algumas dessas crianças têm evoluído magicamente, os sinais de gravidade e, em casos extremos, até precisando de transplante hepático. Cerca de 10% das centenas de casos de hepatite notificados no mundo precisam de transplantes.
Foi assim com a garotinha de dois anos de Dakota do Sul, nos Estados Unidos, no fim de abril. A vida da menina saudável mudou completamente. Ela acordou e tinha a coceira por todo o corpo. No dia seguinte, os olhos dela já estavam um pouco amarelos. Para os médicos, a causa daquilo era um mistério. A função hepática dela falou rapidamente. Um transplante de fígado salvou a vida da menina lá.
E os casos suspeitos de hepatite crescem a cada dia no Brasil, em vários estados, todos sob sigilo médico, inclusive a morte de um bebê de oito meses no Rio de Janeiro, que ainda está sendo investigada. Aos pais, por enquanto, resta vacinar as crianças contra as hepatites dos tipos A e B, que fazem parte do calendário nacional de vacinação, e contra o novo coronavírus.
“Se realmente tiver alguma relação com coronavírus, e a gente a princípio pressupõe que possa se manter, a principal forma de evitar é proteger. O coronavírus não é brincadeira. Você é muito bem o que eu passei, e não desejo isso para ninguém”.
Fonte: Casos de hepatite misteriosa se multiplicam em crianças no mundo todo por Domingo Espetacular