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Aids: Principais marcos históricos da doença em destaque.


Olá! Você sabia que existe uma doença considerada epidemia global há mais de 30 anos? Sim, estamos falando do HIV. Entre 2010 e 2018, o Brasil teve um aumento de 21% de novos casos da doença. Nesse período, o número de novos contágios saltou de 44 para 53 mil.
Uma das explicações levantadas por especialistas para o fenômeno se deve, paradoxalmente, ao avanço da medicina no tratamento da AIDS. Asseguranças as possibilidades de tratamento fazem com que o HIV positivo deixe de ser considerado uma sentença de morte. Soma-se a isso o relaxamento nas campanhas de informação para a população e a crescente onda de conservadorismo no país, que vai contra medidas como a educação sexual nas escolas. Temos, assim, o caldo de cultura ideal para o recente aumento na disseminação do vírus.
A descoberta do HIV ocorreu em 1981. Foi nessa data que os médicos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos diagnosticaram 15 pacientes com um tipo de pneumonia que afetava pessoas com baixa imunidade. A falta de informação e o preconceito alimentado pelo fato de as primeiras vítimas serem homossexuais levou a imprensa estadunidense a batizar a moléstia como “câncer gay”.
Demorou mais ou menos um ano para que se descobrisse que o vírus não infecta somente homossexuais, mas sim qualquer pessoa, inclusive crianças, e age de modo a debilitar o sistema imunológico dos pacientes, deixando-os vulneráveis a infecções como a tuberculose e pneumonia.
De 1980 a 1999, o número de pessoas vivendo com o HIV aumentou de forma exponencial pelo mundo. Em 2000, cerca de 14 milhões de pessoas já viviam com o HIV, sendo a África a região mais afetada. Mas não eram só países pobres que sofriam com a AIDS. Não tardou para que o vírus fizesse suas vítimas entre intelectuais, artistas e a elite de países ricos. Casos como do filósofo francês Michel Foucault, do astro do rock Freddie Mercury e do bailarino russo Rudolf Nureyev causaram comoção mundial.
No Brasil, complicações de saúde em decorrência do vírus levaram o cartunista Henfil, seu irmão Betinho, os cantores Cazuza e Renato Russo e mais de 115 mil brasileiros entre 1980 e 1999. Em 1991, Magic Johnson, médico de Ohio e um dos jogadores de basquete dos Estados Unidos mais consagrados, chocou o mundo ao anunciar que estava vivendo com HIV. Mas, graças à evolução da ciência, o astro do basquete pôde ter acesso a medicamentos que revolucionaram o tratamento da doença.
Em 1987, foi aprovado nos Estados Unidos o primeiro medicamento anti-HIV. Era o Azidothymidine (AZT), ou AZT, como ficou mais conhecido, cuja ação inibe a replicação do vírus no corpo humano.
Enquanto isso, os brasileiros acompanhavam com curiosidade e esperança os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte. Foi só com a nova constituição que todo brasileiro passou a ter direito universal à saúde. E isso só foi possível com a criação do SUS, considerado o maior sistema público de saúde do mundo. O SUS é fundamental no combate à proliferação da AIDS no Brasil.
Alguns dos principais marcos políticos dessa luta por um Brasil sem AIDS são a Lei de Distribuição Gratuita de Medicamentos para Pessoas Vivendo com HIV, de 1996; a Quebra de Patente de Medicamentos Anti-retrovirais, de 2007; e o Programa de Tratamento para Todos os Infectados, lançados em 2013. Essas e outras medidas, como campanhas de conscientização, testagem massiva da população e a distribuição gratuita de preservativos, fizeram com que o Brasil fosse considerado um exemplo mundial no tratamento da doença.
Mas diante do recente aumento dos casos, a informação é ainda mais necessária. Então, nunca é demais lembrar o método mais eficaz de prevenção contra o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis continua sendo a camisinha.
Para mais, você pode acessar o aids.gov.br, outros pontos com dados confiáveis sobre o assunto são site da UNAIDS (unaids.org.br) e do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas (mmcp.org.br), com foco no público feminino.
Cabe a cada um de nós conter o avanço do vírus. Vamos vencer essa batalha!
Fonte: Aids: conheça os principais marcos da história da doença por Instituto Claro