Doença de Parkinson

Olá, eu sou Dra. Carla Frohmuller e faço Geriatria Clinica e Preventiva. Hoje o nosso assunto é sobre a Doença de Parkinson! Vamos falar sobre algumas características que você deve saber e duas dicas maravilhosas que eu aprendi no curso de NeuroReabilitação de Harvard que eu fiz em junho do ano passado.

A Doença de Parkinson é a causa de 80 por cento das síndromes parkinsonianas e está associada à idade. O aumento da incidência começa a acontecer perto dos 50 anos e aumenta de forma um pouco mais acentuada a partir dos 60. Geralmente, a primeira manifestação é o tremor de repouso em uma das mãos que desaparece quando a mão se movimenta. A lentificação do movimento também aparece do lado do tremor, essa lentificação nós chamamos de Bradicinesia na linguagem médica.

A Rigidez também é observada no lado do tremor. Existe uma hipertonicidade que causa uma resistência ao movimento daquela articulação. É importante destacar que a Doença de Parkinson é uma doença que caracteristicamente é assimétrica, não é igual dos dois lados do corpo.

A expressão facial está reduzida, o volume da voz pode estar diminuído e a marcha e o equilíbrio podem vir a ficar comprometidos à medida que a doença progride. Mas, o que pouca gente conhece é que existem sintomas relacionados à Doença de Parkinson em outros sistemas do corpo.

Não quer dizer que todos os pacientes terão todos os sintomas, mas muitos poderão ter alguns deles. A perda da capacidade de sentir o cheiro acontece com 75 a 90 por cento dos portadores da Doença de Parkinson. Pode haver uma diminuição do ritmo intestinal, com o desenvolvimento de constipação, e uma piora da dermatite seborreica. Quedas da pressão arterial podem acontecer quando a pessoa se levanta e fica de pé. Existe um comprometimento muito importante do sono, isso é muito comum.

Por tudo isso, por essas alterações de sono, é muito comum também os sintomas de fadiga. O diagnóstico da Doença de Parkinson é clínico e existem critérios muito bem estabelecidos para nortear esse diagnóstico. E, o tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar, voltada para a qualidade de vida.

Além dos medicamentos, existem exercícios e atividades que comprovadamente melhoram a função motora dos pacientes com Parkinson. O apoio de fonoaudiólogas e de fisioterapia motora pode ser um aspecto muito importante do tratamento também.

E agora, eu queria falar sobre a marcha e um sintoma que perturba a vida e independência dos pacientes com Doença de Parkinson. E aí vão estar as duas dicas maravilhosas que eu quero trazer hoje para você. Foi visto em pesquisas que existe uma facilitação motora quando existe um estímulo auditivo de forma rítmica.

Então, andar com o metrônomo mostrando o ritmo ou cantando uma música com ritmo forte, ou mesmo contando pode ser muito bom! Existem diversos aplicativos gratuitos com metrônomos que podem ser baixados no celular.

E a outra dica que eu quero compartilhar com você é sobre os bloqueios motores, que também são conhecidos como “freezing”. Nesses bloqueios motores, a pessoa fica meio que congelada, ela para como se tivesse um ímã puxando o pé dela para o chão.

Às vezes, essas paradas, esses bloqueios acontecem no início da marcha. Mas, quando, por exemplo, a pessoa vai atravessar uma passagem mais estreitinha ou quando ela vai de encontro a uma multidão, isso faz com que, por exemplo, atravessar uma rua lotada de gente possa ser um verdadeiro desafio para o paciente com Doença de Parkinson.

Então, eu quero falar com você sobre um programa super reconhecido e desenvolvido por uma dançarina profissional chamada Pamela Quinn, ela é portadora de Doença de Parkinson e faz um trabalho belíssimo mostrando que os movimentos rítmicos não só facilitam a marcha como diminuem muito os episódios de “freezing”.

Ela treina os pacientes a atravessarem multidões e grupos, a recuperarem o equilíbrio e faz um trabalho sensacional! Vale muito a pena ver! O uso desses movimentos rítmicos no seu treinamento, no seu dia a dia pode ser muito útil.

Por hoje é só, espero que tenham gostado das informações e das dicas que eu trouxe aqui hoje. Compartilhe com o máximo de pessoas que puder, vamos ajudar a difundir essas informações e melhorar a qualidade de vida de quem convive com a Doença de Parkinson. Um beijo de coração!

Fonte: Parkinson e 2 Dicas Maravilhosas!(2018) por Dra. Carla Frohmuller

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