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Zumbido no Ouvido: Causas, Sintomas e Tratamentos


E aí galera! Sempre teremos aqui mais um vídeo do João Veloso. Você já passou por isso? De vez em quando, quando eu chego em casa cansado, só queria relaxar, mas tudo que eu escuto é um baita de um zumbido. E o pior é que parece que esse som vem de dentro da minha cabeça e o negócio não para nunca. É extremamente irritante. Pode ser um zumbido, um chiado ou um clique, e às vezes é até difícil classificar o som. Essa sensação estranha não é um problema dos dias de hoje. Ela já incomoda a humanidade há muito tempo. Inclusive, os antigos egípcios acreditavam que quem ouvia esse som estava com um ouvido enfeitiçado. E nem Charles Darwin escapou desse problema. Ele teve dificuldades em lidar com o zumbido no ouvido.
Lembra dele? Ele mantinha registros diários dos seus cadernos sobre o zumbido no ouvido que ele tinha. “Olá, querido diário. Hoje eu não conseguia entender os tentilhões de Galápagos por causa desse zumbido no meu ouvido.” Ele não estava maluco. Infelizmente, essa sensação é bem comum: uma em cada sete pessoas ouve esse barulho estranho no ouvido.
Esse zumbido é chamado pelos médicos e pelos cientistas de tinnitus, e ele é gerado dentro da nossa cabeça mesmo, e não precisa de nenhuma fonte externa de som para isso acontecer. Esse zumbido é um sintoma e não uma doença específica. O que significa que ele pode ter uma ou várias causas, assim como acontece com a febre ou com uma dor de cabeça. Uma febre ou uma dor de cabeça pode ter várias causas para estar acontecendo.
Quando você escuta uma coisa, as ondas sonoras atingem várias partes do ouvido e a vibração dessas ondas faz com que o nosso ouvido sempre escute. Isso gera impulsos elétricos que avisam o nosso cérebro que a gente está escutando alguma coisa. O zumbido é gerado por esses mesmos impulsos elétricos, mas esses impulsos não passam pelo nosso ouvido em nenhum momento. Eles são gerados internamente pelo próprio sistema nervoso da pessoa. Geralmente esses impulsos elétricos que são produzidos pelo nosso próprio corpo fazem parte da nossa audição saudável, quando a gente consegue ouvir todos os sons, desde um som bem baixinho até um mega barulhão.
Inclusive, todos os mamíferos têm uma atividade neural contínua e estável no canal auditivo. Essa atividade neural constante ajuda o nosso cérebro a entender o que é silêncio e o que é som. Porque quando o mundo à nossa volta está em silêncio, essa atividade neural fica estável. E quando um som acontece, ela vai mudar.
Mais algumas condições podem prejudicar a nossa audição e afetar a estabilidade dessa atividade neural. Os ruídos altos, o excesso de cera no ouvido, infecções no ouvido, doenças com a pressão alta e até o envelhecimento podem danificar as células do nosso ouvido. Algumas dessas condições podem cicatrizar em algumas horas, tipo quando você vai no show e escuta a música alta a noite inteira, e quando você volta para casa, você tá geralmente com chiado no ouvido. Só que passa um dia depois e isso geralmente acaba, porque houve uma recuperação da região, houve uma cicatrização. Se muitas células são danificadas permanentemente, ou se elas morrem, o sistema auditivo se torna menos eficiente em transmitir informações. Os sons recebidos vão gerar impulsos elétricos mais fracos, e por isso muitos sons do ambiente não são ouvidos.
E daí que vem aquele clássico do seu vovô ou da sua vovó. Para compensar esses impulsos elétricos mais fracos, o cérebro aumenta aquela atividade neural básica na região auditiva para conseguir obter uma espécie de sinal melhor. Mas esse aumento também pode modificar o critério do cérebro para classificar o impulso em silencioso ou não. Dessa forma, a atividade neural básica que acontece quando não tem som nenhum ela não é mais interpretada como silenciosa pelo cérebro, e esta bugada no sistema é a causa da maior parte dos casos.
O critério de função da maioria dos zumbidos tem o volume entre três e sete desse 10, que é o valor considerado bem baixo em comparação ao ruído da respiração, que a gente quase não ouve. Ele fica em torno de 10 decibéis. Um sussurro atinge 20 desses 10 e uma moto barulhenta faz um barulho mais ou menos de 100 decibéis. Mas o valor do som em decibéis não tem nada a ver com o incômodo que ele causa. Porque o grau do desconforto é bem subjetivo. Às vezes, uma pessoa com um zumbido de 6 desse 10 não se incomoda com o barulho e uma pessoa que ouve um som de três desse 10 pode considerar isso insuportável.
Mas não se preocupe, porque esse zumbido não é necessariamente uma coisa ruim. Só que algumas pessoas podem ficar estressadas e até deprimidas se o ruído for constante. Aí o ideal é procurar um tratamento. E como existe uma ligação forte entre um zumbido e os problemas de audição, isso acaba facilitando esse tratamento. A pessoa pode procurar um otorrino, que é o médico responsável por examinar o seu ouvido, e ele vai investigar se a pessoa tem algum problema auditivo que esteja causando esses zumbidos. Quando o zumbido não tem nada a ver com problemas auditivos, fica um pouco mais difícil de identificar a causa, já que o problema original que tá causando o tinnitus pode ser alguma coisa totalmente sem sintomas. Nesse caso, a orientação é tentar identificar os gatilhos, que são as coisas que disparam ou pioram esse zumbido, como álcool, doces, cafeína e nicotina, que são gatilhos comuns. Só que nem sempre existe um elemento disparado quando nenhum gatilho é localizado. Provavelmente, o seu médico vai te passar algum medicamento, como por exemplo, vasodilatadores periféricos ou até mesmo remédio para tratar ansiedade.
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Fonte: O que é o ZUMBIDO NO OUVIDO? por Paulo Jubilut