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Tudo sobre a febre amarela: sintomas, transmissão e vacinação

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Seja por lazer ou trabalho, viajar é muito bom, mas viajar com segurança faz tudo ficar ainda melhor. Para isso, devemos nos preparar adequadamente, conforme as características do nosso destino.

Você sabia que existem lugares que apresentam riscos de doenças ou epidemias que podem prejudicar a saúde do viajante? Vamos conhecer a história do doutor Drauzio Varella, que quase perdeu a vida porque esqueceu de se prevenir contra a febre amarela.

Ao viajar para o norte do Brasil, ele dirigiu um projeto de pesquisas no Rio Negro que começou em 1992. Foi para lá muitas vezes, com bastante frequência mensal. E há dez anos atrás, ele passou dois ou três dias lá no Rio Negro. Saiu daqui na quinta à noite e voltou no domingo de manhã. “É normal sair com a família, para alguns a a noite de domingo para segunda”, diz ele.

No hospital:

“Eu acordei com um frio, frio vivo e achei que estava alguma coisa esquisita. Peguei o termômetro, estava com 40 graus de temperatura. Na manhã seguinte, fui trabalhar, mas passei a manhã meio cansado. Quando fui chegando na hora do almoço, voltei pra casa. No dia seguinte, nesse mesmo dia, no fim da tarde outra vez quebraram a febre alta, calafrios à noite, ruim”.

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda de curta duração, no máximo dez dias, e gravidade variável. Ela é causada por um vírus comum na América do Sul e na África. A doença é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado.

Graças à vacinação, no Brasil não temos mais a febre amarela nas cidades, mas ela continua presente nas áreas de matas e rios de todos os estados das regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. Além da febre, ela causa os seguintes sintomas: dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelados). Os casos mais graves podem apresentar complicações como hemorragias de gengivas, nariz, estômago, intestino e insuficiência do fígado e dos rins.

A febre amarela, às vezes, pode ser inicialmente confundida com a dengue, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento. “No hospital, crente que eu ia rapidamente ficar bom, fiquei uns dias e pronto. Tá com uma série na televisão Fantástico no ar nessa época. E aí eu fui para o hospital e fui piorando dia após dia, e fui ficando totalmente sem apetite. As minhas transaminases, que medem a função hepática, quando cheguei no hospital, estavam na faixa de 200 e 300. Na quinta-feira, no domingo, estava 17 mil, e na segunda-feira estavam 10 mil. Eu entrei ficando torporoso e eu achei que eu ia entrar em coma e aí eu olhava a cara dos médicos que me visitavam, que eram todos amigos e tal, e via que eles estavam mais preocupados do que eu ainda. Eu achei assim que tecnicamente ia morrer. Pela pelo agravamento rápido das provas de função hepática, eu vou entrar em falência hepática, vou perder o contato. Já estava ficando meio binub lado. As pessoas falavam comigo, eu entendia, mas eu levava um tempo para responder, às vezes até para ver, repetindo a pergunta quando eu correspondia a falar isso. Aqui vai acabar mal””, diz Drauzio Varella.

O tratamento da febre amarela é apenas sintomático e requer cuidados e muitas vezes, hospitalização. A pessoa deve permanecer em repouso e, quando indicado, fazer reposição de líquidos e das perdas sanguíneas. As formas mais graves podem levar à internação em unidade de terapia intensiva e se a pessoa não receber assistência médica rápida e adequada, pode até morrer.

Drauzio Varella: “Eu fui internado numa quinta-feira e no sábado a minha mulher entra no quarto falar: puxa, graças a Deus descobrir o diagnóstico que você tem febre amarela. Eu fiquei passado na hora, porque eu tinha visto um caso de febre amarela quando era estudante e não tinha morrido. E aí me lembrei que eu não tinha tomado a vacina, tinha me vacinado contra a febre amarela mais de 20 anos antes”.

A febre amarela é uma doença que pode ser prevenida através da vacinação. Ela é indicada a partir dos 9 meses de idade e pode ser realizada mais cedo conforme avaliação de risco feita exclusivamente pelo médico. A vacina está disponível nos postos de saúde e também em clínicas privadas e é elaborada com o vírus atenuado. Em 95% das pessoas, o efeito protetor ocorre uma semana depois da aplicação. A imunidade é de dez anos para quem toma uma dose e é necessário um único reforço após esse tempo. A vacina é contraindicada para gestantes, imunodeprimidos e pessoas alérgicas a ovo.

Quem vai viajar para áreas de risco precisa ficar atento à vacinação. Ela deve ocorrer pelo menos dez dias antes do embarque. Se a viagem for para fora do Brasil, a atenção deve ser ainda maior, pois muitos países exigem o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela (CIVP). Sem ele, a entrada no país pode ser negada. Por isso, antes de se aventurar pelo Brasil ou pelo exterior, lembre-se de checar a sua caderneta de vacinação e consultar um médico para que ele avalie a necessidade de outras vacinas conforme o seu roteiro de viagem. Afinal, a prevenção é tudo.

Fonte: FEBRE AMARELA por SBIm Nacional