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Tudo o que você precisa saber sobre a gripe (influenza) – com o Prof. Alexandre Funck

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Influenza: uma doença viral que afeta milhões de pessoas todos os anos

Olá! Seja bem-vindo à discussão de mais um tema relacionado à microbiologia. Hoje, falaremos sobre a Influenza. Quais são os vírus envolvidos nesta doença que todos os anos afeta milhões de pessoas por todo o mundo? É o que veremos logo após a vinheta. Vamos começar?

A influenza, ou gripe, como é popularmente conhecida, é uma doença viral aguda do aparelho respiratório que geralmente é benigna e auto-limitada, mas que em alguns casos pode levar a internação hospitalar e até mesmo à morte. Gripe e resfriado são patologias distintas, mas como os sintomas são muito parecidos, as pessoas tendem a achar que são a mesma doença.

Na verdade, apesar de serem causadas por vírus, esses são de tipos diferentes. Enquanto a gripe é uma infecção mais grave e ocasionada por vírus da família Influenza, o resfriado é uma doença mais branda e com sintomas mais leves causada por diferentes vírus, como o rinovírus e o coronavírus.

Os vírus Influenza são vírus RNA de hélice única da família Orthomyxoviridae, subdivididos em três tipos: A, B, e C. O vírus “Influenza do tipo A” é o mais prevalente, tendo como reservatórios naturais o ser humano e várias espécies animais, especialmente aves selvagens, suínos, patos, galinhas, perus, cavalos, baleias e até mesmo as focas. Esses vírus, de acordo com as proteínas presentes em seu envelope (no caso, hemaglutinina e neuraminidase), são divididos em subtipos, sendo o H1N1, o H2N2 e o H3N2 considerados os de maior importância para o homem, já que vêm causando epidemias a cada três anos.

Já o “vírus Influenza do tipo B” provoca infecções anuais no ser humano, causando epidemias a cada quatro ou seis anos. No entanto, por não afetar animais e nem possuir subtipos, não apresenta mudanças antigênicas, o que é bastante relevante.

Por fim, o “vírus Influenza do tipo C” é endêmico, causando apenas casos esporádicos e sem importância epidemiológica, já que está associado a doença leve ou assintomática.

Sob o ponto de vista epidemiológico, os vírus Influenza são os únicos com habilidade de causar epidemias anuais e recorrentes que atingem quase todas as faixas etárias em um curto espaço de tempo. Isso é possível devido à sua alta variabilidade e capacidade de adaptação. Além disso, a natureza fragmentada do material genético viral induz a altas taxas de mutação durante a fase de replicação. Essas mutações ocorrem de forma independente, provocando o aparecimento de novas variantes para as quais a população ainda não apresenta imunidade. Soma-se a isso a facilidade de transmissão da Influenza. Os vírus se replicam nas células epiteliais colunares do trato respiratório e, a partir daí, misturam-se às secreções respiratórias, sendo espalhadas por pequenas partículas durante o ato de espirrar, tossir ou mesmo falar. Como consequência, um único indivíduo infectado pode transmitir a doença para muitas pessoas suscetíveis.

Em relação aos sintomas mais frequentes da gripe, esses são caracterizados por: febre, calafrios, cefaleia, tosse seca, dor de garganta, congestão nasal, coriza, mialgia, anorexia e fadiga. A febre normalmente varia entre 38 e 40ºC com duração de 1 a 3 dias.

Já o diagnóstico laboratorial do vírus Influenza é feito preferencialmente a partir de secreções colhidas da nasofaringe por meio de um swab combinado, ou seja, oral mais nasal, sendo o RT-PCR em tempo real a principal metodologia utilizada para este exame.

Por fim, gostaria de falar sobre aquela que é considerada a intervenção mais importante na redução do impacto dessa doença: a vacinação. No Brasil, encontram-se disponíveis dois tipos diferentes de vacina contra gripe: as chamadas trivalente e tetravalente. A diferença entre elas está no fato de que, enquanto a vacina trivalente está disponível na rede pública e imuniza contra duas cepas do vírus A e uma cepa do vírus B, a vacina tetravalente está disponível somente em clínicas particulares e contempla imunização de duas cepas do vírus A e duas cepas do vírus B (daí tetravalente). Nos dois casos, no entanto, está inclusa a imunização contra o temido vírus Influenza do tipo A H1N1, sendo ambas vacinas seguras, elaboradas com vírus inativos, com as mesmas indicações, contraindicações e esquema de dosagem.

Bem pessoal, era isso que eu gostaria de falar com vocês nesta semana. E se gostaram do vídeo, chegou a hora de pedir seu like e, se possível, a sua inscrição nesse canal que é “NOSSO” e que serve tão somente para propagar conhecimento científico. Vejo vocês em uma próxima oportunidade. Até mais!

Fonte: INFLUENZA (GRIPE) – PROF. ALEXANDRE FUNCK por Alexandre Funck