Pular para o conteúdo

Tratamento eficaz para espondilite: passos essenciais e orientações

  • por
  • posts

Vamos conversar sobre o tratamento da Espondilite Anquilosante, uma doença reumatismal inflamatória que afeta principalmente pessoas jovens. O tratamento adequado e na sequência correta muitas vezes não é realizado, trazendo muitas dores e sofrimento para as pessoas acometidas por essa doença.

Por ser um quadro inflamatório, as pessoas costumavam receber analgésicos e anti-inflamatórios, na maioria das vezes não corticoides, a menos que o quadro fosse extremamente agressivo ou tivesse complicações, como inflamações na parte interna dos olhos. Nessas situações, a pessoa também recebia corticoides, mas isso não alterava a história natural da doença. A espondilite continuava a evoluir ao longo do tempo, causando danos importantes na coluna, como rigidez e alterações no prumo, como corcundas e escolioses, além de outras manifestações.

Historicamente, essas pessoas recebiam orientação para fazer exercícios e se manter em forma, focando principalmente na postura da coluna, buscando mantê-la reta e com um bom posicionamento de todos os elementos, de forma a evitar as distorções clássicas da espondilite. Paralelamente, utilizavam-se analgésicos simples, como aspirina e acetaminofeno, além de anti-inflamatórios, sendo os mais usados a indometacina e o ibuprofeno, entre outros. Entretanto, muitas vezes esses medicamentos não resolviam o problema da coluna, apenas aliviavam os sintomas da artrite periférica, como dores nos joelhos, quadris, ombros e pequenas articulações das mãos, pés e tornozelos.

Em seguida, tentou-se usar outros medicamentos, como os metotrexato, os anti-maláricos e a sulfassalazina. No entanto, a resposta a esses tratamentos não era maior do que 20 a 30% dos casos em relação à artrite periférica. Ou seja, apenas uma em cada cinco, no máximo, teria alguma resposta favorável, com diminuição da dor e do edema do inchaço, sinais clássicos de inflamação. No entanto, esses medicamentos não têm qualquer influência sobre a evolução da inflamação na coluna e nas articulações sacroilíacas.

Com a descoberta de uma substância proinflamatória chamada TNF, foram desenvolvidas substâncias que atacam essa molécula. Os agentes biológicos que têm como alvo o TNF foram utilizados com sucesso no tratamento da espondilite anquilosante, tanto na forma radiográfica como nas fases iniciais em que o raio-x ainda é normal.

Esse tipo de medicação tem uma resposta muito importante quando há o uso desses agentes biológicos. Alguns casos mais precoces, não demonstráveis por radiografias, podem ser vistos por meio de ressonância magnética, que demonstra a presença de inflamação nas articulações sacroilíacas.

Além disso, esses agentes biológicos podem ser utilizados em conjunto com outros medicamentos tradicionais, como a sulfassalazina e o metotrexato, em casos de falha do agente anti-TNF ou quando não há tolerabilidade ao seu uso. Outro medicamento que pode ser utilizado é o Tofacitinibe, que é administrado por via oral. No entanto, esse medicamento deve ser reservado para os casos que não respondem aos outros tratamentos.

Além do uso de medicamentos, o tratamento da espondilite anquilosante também passa pela educação do paciente, enfatizando a importância dos exercícios físicos para manter a postura correta e fortalecer a musculatura, além do uso de analgésicos e anti-inflamatórios quando necessário.

Portanto, o tratamento da espondilite anquilosante envolve diversas abordagens, desde os cuidados com a postura e a prática de exercícios, até o uso de medicamentos, como os agentes biológicos, para controlar a inflamação na coluna e nas articulações sacroilíacas. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico reumatologista, que irá indicar o melhor tratamento de acordo com as características e necessidades do paciente.

Fonte: Os passos corretos para tratar a espondilite por Doutor von Mühlen: um médico para todos!