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Tratamento da appendicite aguda: opções, cirurgia e cuidados pós-operatórios.

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Tratamento da Apendicite Aguda

Hoje nós vamos falar sobre o tratamento da apendicite aguda. A princípio, o tratamento padrão é cirúrgico, ou seja, a apendicectomia. Isso significa que a maioria dos casos de apendicite aguda precisam ser operados. No entanto, há uma outra possibilidade de tratamento, que será discutida mais adiante. Então, vamos aprender mais sobre isso hoje.
Antes de entrarmos nos detalhes do tratamento, é importante relembrar um pouco sobre o diagnóstico da doença. Se você está com dúvidas sobre como diagnosticar a apendicite aguda, sugiro ver nossa aula anterior sobre o assunto.
A apendicectomia consiste na remoção cirúrgica do apêndice inflamado. Do ponto de vista técnico, o procedimento envolve a ligadura dos vasos apendiculares, seguido pela secção do pós-ceco. Geralmente, a cirurgia é realizada através de uma incisão na região abdominal, que pode ser mediana ou lateral, dependendo do grau de peritonite do paciente.
No caso de uma peritonite localizada apenas na fossa ilíaca direita, é possível realizar uma incisão lateral, como a incisão de McBurney ou de Davis, que são mais estéticas. Já em casos de peritonite difusa, é preferível fazer uma incisão mediana para facilitar a lavagem da cavidade abdominal durante a cirurgia.
Nos últimos tempos, a videolaparoscopia tem sido amplamente utilizada para realizar a apendicectomia. Essa técnica oferece várias vantagens, como melhor resultado estético, recuperação mais rápida e menor resposta metabólica ao trauma. Portanto, sempre que possível, é recomendado realizar a cirurgia do apêndice por vídeo.
Existem algumas indicações mais precisas para o uso da videolaparoscopia. A primeira é quando há dúvida diagnóstica, especialmente em mulheres. Nesses casos, o procedimento é tanto diagnóstico quanto terapêutico. Ou seja, se confirmada a apendicite, o apêndice é removido durante a cirurgia. A segunda indicação é em casos de peritonite difusa, pois permite uma melhor lavagem da cavidade abdominal.
No pós-operatório, podem ocorrer várias complicações, mas a mais comum é a infecção da parede abdominal ou abscesso subcutâneo. Essa infecção ocorre principalmente devido à contaminação durante o procedimento cirúrgico. Já a principal causa de mortalidade em pacientes com apendicite aguda é a sepse, uma infecção generalizada. Portanto, é extremamente importante monitorar o paciente quanto a sinais de infecção e tratar prontamente qualquer complicação que possa surgir.
Por fim, gostaria de falar sobre uma situação um pouco excepcional, conhecida como apendicectomia de intervalo. Essa é uma abordagem não muito comum, mas em casos específicos, pode ser realizada. Se um paciente apresentar um abscesso apendicular localizado, estável e sem peritonite difusa, é possível realizar inicialmente uma drenagem percutânea guiada por ultrassom, seguida pelo uso de antibióticos. Após seis a oito semanas, é feita a apendicectomia eletiva. Essa abordagem requer um acompanhamento cuidadoso do paciente e um serviço de saúde bem organizado.
Para resumir, o tratamento da apendicite aguda é geralmente cirúrgico, com a remoção do apêndice inflamado por apendicectomia. A videolaparoscopia é preferível sempre que possível, mas há casos em que a cirurgia aberta é necessária. É importante identificar qualquer complicação pós-operatória e tratá-la prontamente. A apendicectomia de intervalo é uma exceção que pode ser considerada em certas situações específicas. No entanto, é importante lembrar que, se você operar todos os pacientes, estará tomando a decisão correta.
Espero que vocês tenham gostado dessa aula. Não se esqueçam de se inscrever no canal, deixar um like e compartilhar com seus colegas. Vamos disseminar o conhecimento. Até a próxima!
Fonte: APENDICITE AGUDA – TRATAMENTO por Dr Fábio Colagrossi