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Tratamento atual para fissura anal com Dr. Marcelo Werneck

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Tratamento das Fissuras Anais

Olá pessoal! Sou o doutor Marcelo Werneck e hoje vou fazer uma atualização sobre o tratamento das fissuras anais. Essa é uma questão muito importante e que pode causar bastante desconforto para quem sofre com esse problema.

Antes de começarmos, é importante ressaltar que as informações aqui apresentadas são baseadas em um artigo de revisão publicado pela Sociedade Espanhola de Coloproctologia em 2018. Portanto, são opções atuais e conhecidas pela comunidade médica.

Tratamento Clínico

A primeira linha de tratamento recomendada pelo artigo é o tratamento clínico, que consiste no uso de agentes que ajudam no funcionamento intestinal e na cicatrização da fissura.

Dentre os agentes utilizados, as pomadas são opções comuns. Elas atuam relaxando um músculo esfincteriano interno, que está contraído e em um estado chamado de hipertonia. Esse relaxamento permite que mais sangue chegue à região para favorecer a cicatrização.

Dentre as pomadas mencionadas no artigo, destaca-se a nifedipina, pois promove o relaxamento muscular com menos efeitos colaterais do que outras opções. Além disso, o artigo menciona a Lidocaína 2% com Hidrocortisona 1% (Hemovirtus CR) e a Nitroglicerina 0,2% em vaselina (Rectogesic), como outras alternativas de tratamento.

Outra opção citada no artigo e que pode ser utilizada como primeira linha de tratamento é a aplicação da toxina botulínica (botox) na região afetada. Essa substância promove o relaxamento do músculo esfincteriano e tem uma duração de efeito temporária, geralmente entre quatro e seis meses.

Vale ressaltar que o uso de pomadas e a aplicação de botox são eficazes não apenas como tratamento inicial, mas também como opções para aqueles pacientes que não responderam ao tratamento clínico tradicional.

Tratamento Cirúrgico

Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada como tratamento inicial ou como segunda linha, quando as opções clínicas não apresentam os resultados esperados.

Um dos principais métodos cirúrgicos mencionados no artigo é a técnica chamada de “esfincterotomia lateral interna”. Nessa técnica, realiza-se uma incisão na região do músculo esfincteriano para promover o relaxamento e a cicatrização da fissura. É considerada como a técnica padrão-ouro no tratamento cirúrgico, porém, possui a desvantagem de ser irreversível e pode resultar em incontinência fecal em alguns casos.

Contudo, nos casos em que já existe comprometimento da função esfincteriana ou risco de incontinência, outras técnicas cirúrgicas podem ser utilizadas, como a técnica do retalho. Nesse procedimento, um pedaço de pele é utilizado para cobrir a área da fissura e promover a cicatrização. Essa técnica é indicada principalmente para casos em que a pessoa já apresenta algum grau de incontinência antes da cirurgia.

Além dessas técnicas, o artigo menciona algumas opções de tratamento em estudo, como transplante de gordura e a estimulação nervosa acral. Porém, essas opções ainda precisam de mais estudos para comprovar sua eficácia.

Conclusão

Em resumo, o tratamento das fissuras anais pode ser abordado de diferentes maneiras, dependendo das características do paciente e do grau de comprometimento. O tratamento clínico com pomadas e botox é uma opção inicial que pode ser eficaz para muitos casos. Entretanto, se essas opções não surtirem o efeito desejado, a cirurgia pode ser necessária, com técnicas como a esfincterotomia lateral interna ou o uso de retalho. É importante ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico especialista para determinar a melhor abordagem terapêutica.

Espero que esse texto tenha esclarecido algumas dúvidas sobre o tratamento das fissuras anais. Se você conhece alguém que possa se beneficiar dessa informação, compartilhe o texto. E não se esqueça de se inscrever em nosso canal para mais atualizações e conteúdos relacionados à saúde intestinal.

Fonte: Fissura anal – tratamento atual | Dr. Marcelo Werneck por Dr. Marcelo Werneck