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Transtorno de Pânico com Agorafobia: Entenda e Receba Orientações da Psiquiatra Maria Fernanda

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Transtorno de Pânico com Agorafobia

Olá pessoal, a Dra. Maria Fernanda, psiquiatra, está de volta com mais um vídeo sobre um tema bastante relevante: o transtorno de pânico com agorafobia. Já abordei anteriormente sobre o transtorno de pânico, explicando suas características, como ocorre e os tratamentos disponíveis. Também já falei sobre como lidar com as crises de pânico sem depender de medicamentos.

No vídeo de hoje, vamos discutir um pouco mais sobre uma condição que pode acompanhar o transtorno de pânico, a agorafobia. A agorafobia é um tipo de transtorno de ansiedade em que a pessoa apresenta medo de sair de um lugar considerado seguro, como sua própria casa. Além disso, ela tem medo de frequentar lugares que considera desafiadores, onde acredita que não poderá receber ajuda em caso de uma crise súbita de ansiedade.

Os principais sintomas de uma crise de agorafobia incluem ansiedade repentina e intensa, acompanhada de palpitação, taquicardia, aperto no peito, falta de ar, visão turva, formigamentos pelo corpo e sensação de perda de controle. Esses sintomas podem surgir quando a pessoa é exposta a situações onde ela não se sente segura.

A principal característica da agorafobia é que ela está associada ao transtorno de pânico, ou seja, a pessoa apresenta ataques de pânico espontâneos. Por exemplo, a pessoa pode estar dormindo e repentinamente acordar com uma crise de pânico, ou pode estar assistindo TV e a crise aparecer. Isso faz com que a pessoa fique constantemente ansiosa, se perguntando quando será a próxima crise.

No caso da agorafobia, ela é considerada situacional, ou seja, está relacionada a uma situação específica que desencadeia a crise. A pessoa passa a evitar esse tipo de situação ou ambiente, com medo de que desencadeie um ataque de pânico. Por exemplo, se um dia a pessoa teve uma crise ao sair de casa a pé, ela não vai querer mais sair de casa sozinha, apenas acompanhada por alguém de confiança. Ou se teve uma crise dentro de casa enquanto estava tomando banho ou assistindo TV, ela já não vai se sentir segura para ficar dentro de casa sozinha. Além disso, algumas pessoas conseguem se expor a essas situações temidas, mas enfrentam-nas com muito medo, o que acaba atrapalhando seu desempenho e funcionalidade.

Alguns exemplos comuns de situações que causam medo em pessoas com agorafobia são lugares lotados, como shoppings, shows e eventos; meios de transporte público, como metrô, ônibus e aeroportos; e lugares muito distantes ou remotos. Além disso, podem sentir medo de enfrentar congestionamentos, passar por túneis e pontes, ou viajar em estradas sem telefones de emergência. É importante ressaltar que a agorafobia pode se manifestar de forma específica a um estímulo, como o medo de elevadores.

A agorafobia pode variar em intensidade, desde casos mais leves, em que a pessoa consegue realizar a maioria de suas atividades, até casos mais graves, em que a pessoa tem sua vida diária bastante comprometida. Pessoas com agorafobia grave podem acabar se limitando e ficando enclausuradas em suas próprias casas, evitando a saída por meses ou até mesmo anos.

Felizmente, a agorafobia tem tratamento. O principal tratamento é a terapia, mas em muitos casos podem ser necessários medicamentos. Os antidepressivos são os medicamentos mais indicados para controlar os ataques de pânico e diminuir a ansiedade da pessoa diante das situações temidas.

No caso da esquiva fóbica, que é evitar as situações temidas, a terapia é a principal forma de tratamento. Não existe uma medicação específica que diminua o medo de ir a um shopping, por exemplo. O tratamento é realizado por meio da técnica de desensibilização sistemática e exposição graduada, que consiste em enfrentar gradualmente as situações que geram medo, com a ajuda do terapeuta que ensinará técnicas de respiração e outras estratégias para ajudar a controlar a angústia diante da exposição. A pessoa se expõe aos poucos aos estímulos temidos até que o desconforto diminua.

Por exemplo, se o medo é de sair de casa, o primeiro desafio pode ser ir até a porta de casa e tentar permanecer lá por um curto período de tempo, suportando o desconforto. O próximo passo pode ser ir até a portaria do prédio, depois fazer uma volta no quarteirão, e assim por diante, até que a pessoa consiga entrar em contato com esses estímulos sem sentir desconforto.

Espero que essas informações tenham sido úteis. Nos vemos na próxima semana com mais um tema!

Fonte: Transtorno de Pânico com Agorafobia. Psiquiatra Maria Fernanda explica por Neurologia e Psiquiatria