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Psicose e Esquizofrenia: Entenda as diferenças com Ana Beatriz Barbosa

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Um antipsicótico é uma droga que ajuda a tratar a psicose, um transtorno caracterizado por um excesso de dopamina no cérebro. Esse excesso de dopamina pode levar a uma ruptura com a realidade, fazendo com que a pessoa tenha alucinações e delírios. Por exemplo, em um episódio de psicose, uma pessoa pode enxergar coisas que não estão lá, como animais imaginários ou objetos estranhos em seu corpo. Essa experiência é causada pelo excesso de dopamina que supera a capacidade do cérebro de processar informações corretamente.

Um exemplo disso é uma rave, onde as pessoas consomem drogas que aumentam a liberação de dopamina no cérebro. Em um certo ponto, essas pessoas podem estar delirando e não distinguir mais a realidade. É como se estivessem vivendo em um mundo paralelo, onde coisas estranhas e surreais acontecem.

No entanto, a esquizofrenia, que é um transtorno psicótico crônico, não está necessariamente relacionada ao uso de drogas. Pessoas com esquizofrenia têm um metabolismo cerebral diferente, o que resulta em um desequilíbrio na liberação de dopamina. Esse desequilíbrio ocorre independentemente do uso de drogas. Na verdade, muitos pacientes esquizofrênicos nunca fizeram uso de substâncias psicoativas.

É importante ressaltar que a esquizofrenia é um transtorno complexo que envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Não é uma escolha ou resultado de um estilo de vida, mas sim uma condição médica que requer tratamento adequado.

O tratamento da esquizofrenia envolve o uso de antipsicóticos, que são medicamentos projetados para diminuir a atividade da dopamina no cérebro. Esses medicamentos ajudam a controlar os sintomas da psicose, como delírios e alucinações, e permitem que a pessoa viva uma vida mais funcional. Existem diferentes tipos de antipsicóticos disponíveis, e o médico irá prescrever o mais adequado de acordo com o perfil do paciente.

É importante ressaltar a importância da adesão ao tratamento medicamentoso na esquizofrenia. Muitas vezes, as pessoas com esquizofrenia podem interromper o uso dos medicamentos por conta própria, o que pode levar a uma recaída dos sintomas. É fundamental que a família esteja envolvida no processo de tratamento e apoie o paciente na manutenção da medicação.

Atualmente, existe uma medicação de longa duração chamada Invega Sustenna, que é administrada por via intramuscular e tem ação de um mês a três ou até seis meses nos Estados Unidos. Essa medicação pode ser uma opção para pessoas com dificuldade de adesão ao tratamento diário. No entanto, é importante que o tratamento seja individualizado e acompanhado de perto por um profissional de saúde.

Infelizmente, a esquizofrenia é uma doença que muitas vezes afeta pessoas que não têm recursos financeiros para pagar pelo tratamento adequado ou que enfrentam dificuldades no acesso aos serviços de saúde. O sistema de saúde precisa melhorar sua capacidade de fornecer assistência adequada aos pacientes com esquizofrenia e suas famílias.

Além disso, é importante que os profissionais que lidam com situações onde há a presença de uma pessoa psicótica sejam capacitados para agir de forma adequada. A abordagem de uma pessoa em estado de psicose exige tato e compreensão, pois ela pode estar em um estado de medo e confusão. A polícia, por exemplo, muitas vezes não está treinada para lidar com essas situações e acaba agindo de forma inadequada, colocando tanto a vida do psicótico quanto a de terceiros em perigo.

É importante lembrar que as pessoas em estado de psicose não estão em pleno controle de suas ações e podem agir de maneira imprevisível. Confrontá-las ou tentar convencê-las de que seu delírio não é real é ineficaz e pode piorar a situação. O ideal é acalmar a pessoa e buscar ajuda profissional.

Em alguns casos, quando existe risco iminente de violência, pode ser necessária a intervenção da polícia. No entanto, é fundamental que os agentes estejam treinados para lidar com pessoas psicóticas e que adotem uma abordagem mais humanitária nessas situações.

Um exemplo que ilustra a importância desse treinamento é o caso de um médico conhecido no Rio de Janeiro, que foi atingido por um paciente psicótico enquanto tentava ajudá-lo. O paciente acreditava que estava sendo perseguido e ameaçava o médico de morte. A polícia foi chamada e, ao invés de usar técnicas para acalmar o paciente e contê-lo de forma segura, colocaram o paciente em uma câmara de gás improvisada dentro do carro da polícia, o que o fez reagir de forma violenta e tentar fugir.

Em casos como esse, a polícia deve ser treinada para identificar e lidar com pessoas em estado de psicose. Abordar uma pessoa que está delirando requer paciência, compreensão e preocupação com a segurança de todos os envolvidos. É fundamental que os profissionais tenham conhecimento adequado sobre saúde mental e saibam como agir nessas situações.

Em conclusão, a esquizofrenia e outros transtornos psicóticos são condições médicas que requerem tratamento adequado. O uso de antipsicóticos é uma das principais formas de controle dos sintomas, mas é importante que haja suporte médico, acompanhamento contínuo e envolvimento da família no processo de tratamento. Além disso, é essencial que os profissionais que lidam com pessoas em estado de psicose sejam treinados e estejam preparados para agir de forma apropriada e segura.

Fonte: O que é a psicose e esquizofrenia – Ana Beatriz Barbosa por Catarse Brasileira