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Por que é difícil ter remédios contra vírus?

Primeiros medicamentos que realmente funcionam contra o coronavírus e que devem poupar muita gente de precisar de leitos de uti você talvez esteja se perguntando por que que tem tão poucos remédios antivirais que tratam o vírus dessa forma e por que que demorou tanto para sair por trás desse tipo de medicamento dos antivirais que são feitos especificamente para barrar um

Ou vários vírus estão alguns dos maiores avanços da medicina da física e da química moderna sem falar da biologia e entender como que é o desenvolvimento de um tratamento desses mostra o conhecimento espetacular que a ciência pode trazer como já falamos no vídeo do melão que salvou milhões tratar bactérias pode ser bem mais fácil porque elas são muito diferentes

Das nossas células as bactérias têm uma parede ao redor das células que nós não temos então moléculas que perturbam o que destrói essa parte das bactérias podem funcionar contra várias delas e quebra não fazer tanto efeito no nosso corpo por isso os antibióticos são tão revolucionários esse é o sonho para quem desenvolve medicamentos encontrar um alvo fácil

Que pode ser atacado sem medo de causar problemas em outras partes especialmente nós já no caso dos vírus a coisa é bem diferente enquanto os seres vivos têm células os vírus são muito mais simples eles não têm células e dependem completamente das nossas para poder fazer novas partículas então enquanto a bactéria tem um alvo fácil que as terapias podem acertar

Os vírus estão colocando as nossas células para trabalhar usando bem poucas moléculas deles mesmos que a gente pode atacar sem fazer mal para nós e para piorar os vírus ainda são absurdamente diversos e dificilmente tem moléculas em comum uns com os outros ou seja mesmo quando a gente encontra um alvo de um vírus que pode ser atacado também precisamos confirmar se

É aquele vírus que está causando a doença que a gente quer tratar ou remédio pode não fazer efeito nenhum por isso dependemos muito mais das vacinas para combater viroses do que de tratamentos específicos e por isso muitas vezes os remédios que nós tomamos contra uma virose a dengue são remédios para melhorar os sintomas da doença como combater a febre e não

Remédios para poder combater o vírus da dengue também é por causa dessa dificuldade em encontrar alvos que a gente demorou mais de 50 anos depois dos primeiros antibióticos para poder criar os primeiros remédios contra os vírus que são os antivirais um dos primeiros tratamentos que foram usados contra os vírus são os interferos proteínas descobertas em 1957 que

O nosso próprio corpo produz que interferem na multiplicação de alguns vírus e avisam as células imunes sobre uma infecção daí o nome interfero daquele que faz interferência eles começaram a ser usados contra alguns tipos de câncer e contra algumas infecções como as hepatites b e c mas apesar do inter não ser bastante promissor quando foi descoberto além dos

Efeitos adversos bem fortes que podem vir por causa da inflamação provoca nem todo mundo tratado responde bem e elimina o vírus do corpo nós precisávamos de alguma coisa que tivesse um efeito bem mais direto nos vírus e os primeiros antivirais feitos para agir diretamente nos vírus aliás nem foram desenvolvidos para tratar vírus eles eram na verdade remédios para

Tratar o câncer o que acontece é que todo uma linha de terapia contra o câncer é impedir a célula de multiplicar o seu dna como os tumores são feitos por células que perderam o controle da multiplicação sabotar a produção de novos genomas pode parar a multiplicação dessas células então se a gente dá para células tumorais drogas que imitam as moléculas que

Fazem o nosso dna mas que não funcionam de verdade para fazer dna elas podem ser ignoradas pelas células saudáveis mais incorporadas pelas células tumorais e aí nas células tumorais elas vão funcionar como a sabotagem que alguns países já fizeram em guerra como por exemplo os estados unidos fizeram na guerra do vietnã quando eles deixavam para trás munição

De rifles como o ak-47 com projéteis em alguns cartuchos que eram alterados com explosivos para detonar dentro do rifle assim eles deixavam os adversários recuperarem essa munição sem saber que ela era uma tática de sabotagem no começo a munição funcionava bem dentro da arma e era bem difícil saber que tinha uma bala lá dentro que tava alterada mas no meio dos

Disparos essa munição de sabotagem explodia e podia destruir o rifle as drogas que imitam moléculas que fazem o dna fazem algo parecido elas podem parecer com componentes normais mas se forem incorporadas no dna elas terminam a cópia que está sendo feita dá para ver essa estratégia com a molécula do aciclovir que imita gonozina que é transformada na guanina que

A letrinha g que forma o dna com a diferença que o aciclovir é processado e pode ser incorporado no dna mas não permite mais que outras moléculas se liguem por isso ele ainda é usado para impedir a multiplicação de vírus como os vírus da herpes que podem causar a herpes zoster a catapora e até o vírus de appsten bark causa a mononucleose é aquela pomada que a

Gente passa na herpes labial que tem justamente o aciclovir para sabotar a formação de novas partículas do vírus enquanto as nossas células saudáveis normalmente conseguem diferenciar as moléculas certas do aciclovir e seguem fazendo o seu dna sem problemas tanto que o aciclovir é usado desde o começo da década de 80 com pouquíssimos efeitos adversos registrados

E se tornou o primeiro grande antiviral de sucesso mas a década de 80 trouxe uma outra demanda um outro desafio ainda mais grave para termos antivirais com a descoberta do hiv e os casos de aids não que a gente não tivesse problema com vírus antes mas a maioria dos vírus de antes como o vírus da dengue ou influenza o vírus da febre amarela são vírus que causam

Infecções agudas que são essas que vem e vão embora em poucos dias já o hiv causa uma infecção crônica permanente no corpo que pode durar muitos anos e enquanto o vírus da herpes passa a maior parte dos vários anos no corpo das pessoas dormente dentro das células isso causa ferida de vez em quando o hiv consegue evoluir tão rápido dentro do nosso corpo que ele

Continuar ativo e escapando da resposta imune gerando uma infecção constante e letal por isso tinha uma demanda tão grande por novas terapias quando a aids foi descoberta ela era praticamente uma sentença de morte porque em alguns meses ou alguns anos o estrago que o vírus causa entre as células acabava sendo letal até o vírus acabar com as células imunes que ele

Infecta em alguns anos e isso causava imunodeficiência e aí vinham as infecções oportunistas com a pneumonia que podiam afetar até pessoas bem jovens por causa dessa falta de imunidade até que em 1985 foi introduzida a azidotidina ou azt que é uma molécula que usa o mesmo princípio do aciclovir ela sabota a formação do genoma do vírus no caso do hiv o genoma de

Rna o azt foi o primeiro de muitos antivirais contra o hiv que usava essa estratégia e precisamos de cada um deles porque o primeiro efeito da lgt foi impressionante durante as primeiras semanas o vírus sumia do sangue os pacientes se recuperavam ganhavam peso o sistema imunitário começava a se recuperar mas em alguns meses o vírus voltava aparecer no corpo os ganhos

Eram revertidos e o paciente acabava morrendo de aids porque o hiv evolui tão rápido que ele criava resistência ao tratamento dentro de cada paciente a saída seria até vários remédios para dar ao mesmo tempo remédios que nós desenvolvemos no braço essa demanda por novas terapias contra o hiv simboliza o começo de uma nova era de descoberta de medicamentos a era da

Criação de drogas sob medida porque até então a maioria dos medicamentos mesmo os antivirais foram descobertos na base da força bruta você extrai os princípios ativos de vegetais testa novas moléculas produzidas e por aí vai vendo se algumas delas funcionam contra cada vírus que a gente está tentando combater como se a gente tivesse tentando garimpar um tratamento

Peneirar alguma coisa que funciona só que conforme a gente estudou hiv e entender como que ele toma conta das células como que ele se multiplica a gente também começou a perceber uma outra coisa começamos a reconhecer o que podiam ser novos alvos para novas terapias que afetariam só o que o vírus faz sem ter muito efeito nas pessoas ao mesmo tempo que buscavamos novos

Tratamentos uma outra técnica científica avançou que é a cristalografia de raios x quando a gente olha em um microscópio óptico o microscópio que usa luz a gente depende da luz visível para poder enxergar o que tá lá só que alguns objetos como os próprios vírus podem ser tão pequenos que a luz não passa por eles a gente precisa de ondas eletromagnéticas com o

Comprimento de onda menor para poder enxergar mais de perto e os químicos estavam desenvolvendo o uso de ondas de raio x para poder estudar moléculas como as moléculas dos cristais daí o nome cristalografia de raios x foi inclusive com essa técnica que a gente descobriu a estrutura do dna mas isso merece um vídeo próprio e foi com essa técnica que a gente começou a

Olhar mais de perto para a estrutura das proteínas que nos dão vida essa capacidade foi revolucionária no nosso entendimento dos organismos e foi o que viabilizou tratamentos modernos até contra a covid por exemplo para o hiv formar suas partículas dentro das células ele tem que produzir uma proteína zona gigante que precisa ser quebrada em várias partes como aquelas

Peças de modelos de plástico que vem todas dentro de um mesmo molde sem separar essas partes nada funciona e para poder fazer esse picote ele usa uma ferramenta própria que é uma proteína que corta outras proteínas e por isso é chamada de protease sem esse alicate as peças do vírus não são separadas do molde e as partículas dele não podem ser montadas o que

Sugere um alvo bem tentador para novas terapias e deu muito certo estudando a protease do hiv com cristalografia de raios x foi possível entender o formato dela e desenhar moléculas que imitam tão bem as peças que ela reconhece que elas entram lá dentro entopem a protease entupindo a protease assim ela fica inibida e não consegue separar as peças do vírus que ele

Precisa e aí ele não consegue multiplicar sim a gente chegou no ponto de um entendimento da natureza onde nós conseguimos descobrir a estrutura de uma proteína e até como sabotar ela e foi assim que começar a ser desenvolvidos os primeiros inibidores de proteases antivirais como é o caso do saque na vir que foi lançado no final de 95 foram medicamentos desenhados

Para impedir o vírus de formar novas partículas e esse método acabou sendo usado em outros alvos do hiv em vários outros vírus ao invés de tentar o garimpo de moléculas um vírus importante é estudado a gente descobre quais são as ferramentas essenciais que esse vírus usa e aí estudamos o formato dessas ferramentas e desenhamos moléculas feitas sob medida para

Poder sabotar cada uma delas sem interferir muito com o nosso corpo foi assim que a gente desenvolveu tantas terapias contra o hiv que ele pode ser controlado hoje quem tem o vírus pode passar décadas com ele sobre controle e não desenvolver aids na região rural da áfrica do sul onde muitas pessoas vivem com vírus por motivos que a gente já explicou a expectativa de

Vida de adultos subiu de 49 anos para quase 61 anos com a distribuição de terapia contra o hiv hoje se alguém se expõe a uma situação de risco como de repente um preservativo que rasga essa pessoa pode buscar o posto de saúde e tomar pep ou profilaxia pós exposição por um mês para poder impedir o vírus de se estabelecer no corpo e na verdade para populações

Em muito risco já tem até terapia pré-esposição que é uma combinação de antivirais que enquanto a pessoa toma ela tá protegida contra o hiv já no caso do vírus da hepatite c que escapava do tratamento indireto com interfero em muitos pacientes hoje a gente já tem terapias com vários antivirais que agem diretamente nos alvos do vírus com tanta precisão que

Podem curar mais de 99% dos casos a gente chegou no ponto em que começa a se tornar possível eliminar esses da humanidade com tratamento mesmo que eles escapem das vacinas que nós testamos até aqui e é assim que a gente está avançando agora um outro braço de controle da pandemia de covid-19 junto das vacinas assim que o coronavírus começou a causar problema em 2020

Abordagem mais rápida era a de testar medicamentos que já existem para outras doenças e ver se alguns deles funcionariam contra o novo coronavírus assim como a gente já fez insultos passados testaram a cloroquina por exemplo que já tinha sido cogitada contra a zica testaram azitromicina que já tinha sido testada contra o vírus essencial respiratório e testaram até

A ivermectina que já tinha sido pensada para combater o chikungunya só que aconteceu com o novo coronavírus e infelizmente o mesmo que já tinha acontecido com esses outros vírus todos essas drogas de ação indireta podem até funcionar em laboratório mas quando elas são testadas nas pessoas ou a nossa tecnologia é mais complexa ou as doses que são necessárias para

Ter uma ação contra o vírus são tão altas que o tratamento em si passa a ser tóxico e elas não funcionaram na vida real só que agora a gente entra na outra fase do desenvolvimento de terapias contra a covid que é mais demorada só que é muito mais específica que é quando começam a sair os primeiros antivirais que foram desenhados para poder atacar o coronavírus

Como é o caso do inibidor da protease dele nirmarelvir que começam a ser aprovados para o tratamento da covid somente que foram desenvolvidos olhando para os alvos específicos do coronavírus e que por isso estão funcionando são as primeiras terapias antivirais que realmente evitam que as pessoas sejam hospitalizadas pela covid ainda é tão longe de resolver o problema

De bilhões de pessoas porque são tratamentos caros e difíceis de produzir mas são o primeiro passo os antivirais ainda estão longe de dar uma proteção barata e durável como a da vacina em alguns casos podem ser uma das únicas proteções de imunocomprometidos ou de pessoas que não podem ser vacinadas ou que não respondem bem a vacina ou podem ser a única proteção

Contra o vírus para o qual ainda não se tem vacina como é o caso do hiv e do vírus da hepatite c pode parecer um desenvolvimento lento que demorou só que a gente está vendo em menos de dois anos o surgimento de terapias que com outras doenças levaram mais de uma década para serem desenvolvidas esse é o poder que a ciência tem de trazer soluções conforme a gente

Acumula conhecimento e quanto mais conhecimento nós acumulamos menor vai ficando o caminho entre descobrir o vírus entender como cada parte dele funciona e bolar uma sabotagem para acabar com isso talvez em surdos futuros com novos vírus a gente tem esse tipo de tratamento em meses ao invés de anos a tempo de salvar muito mais vidas ainda e esse vídeo aqui como muito

Material de divulgação aqui no canal como as próprias lives de covid com apoio do instituto serrapilheira que nos ajuda a fazer mais divulgação científica por aqui se você quiser receber mais vídeos desses não esquece de assinar o canal para as próximas conversas que a gente pode ter

Transcrito do video
Por que é difícil ter remédios contra vírus? By Atila Iamarino