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Intolerância à lactose: desvendando verdades e mitos.

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Intolerância à Lactose

Olá pessoal, tudo bem? Eu sou o Dr. Leonardo Higashi, endocrinologista e nutrólogo da clínica de Gás. Hoje vamos falar sobre intolerância à lactose. Então, vem comigo!

A intolerância à lactose é uma das intolerâncias alimentares mais frequentes na atualidade. Apesar de não saber a real prevalência dessa condição, sabe-se que alguns grupos raciais são mais afetados. Entre esses grupos, podemos citar os asiáticos e os negros americanos, com menor prevalência nos caucasianos.

Mas afinal, o que é intolerância à lactose? Primeiramente, precisamos entender que a lactose é o carboidrato presente no leite. Ela é composta por uma molécula de glicose e uma molécula de galactose. Os alimentos derivados do leite são ricos em lactose. Uma pessoa pode ter intolerância à lactose por dois motivos: predisposição genética, ou seja, ela nasceu sem a capacidade de produzir a enzima lactase, responsável por digerir a lactose; ou a capacidade de produzir essa enzima diminuiu ao longo da vida, levando a uma intolerância secundária.

Quando uma pessoa com intolerância à lactose consome alimentos ricos em lactose, seu organismo não consegue digerir esse carboidrato adequadamente. Isso pode levar à inflamação intestinal, produção de gases, flatulência, diarreia e dor abdominal. Nem todos os pacientes apresentarão os mesmos sintomas. Alguns podem ter diarreia, outros constipação intestinal.

Para realizar o diagnóstico da intolerância à lactose, existem dois testes principais: curva da lactose e teste respiratório de produção de gases. A curva da lactose é feita administrando lactose e analisando a curva de glicose no sangue. Já o teste respiratório mede a produção de gases após a ingestão de lactose. Além desses testes, também existe o teste genético, mas ele não é 100% confiável, pois detecta apenas as pessoas geneticamente predispostas à intolerância à lactose.

Em relação ao tratamento, quando diagnosticada a intolerância à lactose, a medida mais efetiva é reduzir ou eliminar os alimentos que contenham lactose da dieta, como leite e derivados. A utilização da enzima lactase pode ser útil para auxiliar na digestão da lactose em algumas ocasiões, mas não adianta consumir grandes quantidades diárias de lactose e depender apenas da enzima para minimizar os sintomas. É importante melhorar a dieta como um todo para preservar a saúde intestinal.

Quais são os alimentos mais ricos em lactose? Leite, iogurte, sorvete e queijo mais branco. Os queijos amarelos são mais gordurosos, e quanto mais gordurosos, menos lactose eles contêm, sendo assim melhores para pessoas com intolerância à lactose. Manteiga, por ser praticamente gordura pura, possui uma forma especial chamada manteiga ghee, que é isenta de lactose.

Uma pergunta comum que recebo é se pessoas com intolerância à lactose podem consumir leite sem lactose. Primeiro, é importante entender que não existe leite sem lactose. O leite sem lactose possui enzimas digestivas adicionadas para auxiliar na digestão da lactose presente no leite. Na minha opinião, pessoas com intolerância à lactose não deveriam consumir isso diariamente, mas eventualmente podem consumir em quantidades moderadas para diminuir os sintomas.

É importante não confundir intolerância à lactose com alergia à proteína do leite. Enquanto a intolerância à lactose está relacionada à deficiência da enzima lactase, a alergia à proteína do leite é um processo inflamatório que causa sintomas como calor, coceira e inflamação. Pessoas com alergia à proteína do leite devem evitar todos os derivados do leite, exceto a manteiga ghee, que contém menos caseína.

Em resumo, a intolerância à lactose é uma condição muito comum na população. Se você apresenta sintomas como dor abdominal, flatulência, náuseas e percebe que isso está relacionado ao consumo de leite, é importante procurar um profissional de saúde para fazer um exame e descobrir se você tem intolerância à lactose. Se for diagnosticado, a medida mais efetiva é eliminar ou reduzir os alimentos que contenham lactose da dieta. O uso de enzimas pode ser útil em algumas ocasiões, mas não deve ser usado como solução permanente sem melhorar a dieta como um todo.

Até a próxima!

Fonte: Verdades e mitos sobre a intolerância a lactose. por Clínica Higashi