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Identificando a amigdalite aguda: viral ou bacteriana – guia para infecções das vias respiratórias superiores

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Amigdalites Bacterianas Agudas

E aí, pessoal! Hoje vamos falar sobre as amigdalites bacterianas agudas ou tonsilites agudas. Apesar de não serem emergências super emocionantes, elas são muito frequentes, então é importante saber como tratá-las corretamente.

A maioria das amigdalites agudas são causadas por vírus, cerca de 75% delas. Alguns dos principais vírus que podem causar essas infecções incluem o vírus do resfriado comum (Rinovírus), vírus herpes simples tipo 1 e 2, citomegalovírus, entre outros. Geralmente, o tratamento é apenas sintomático, ou seja, alívio dos sintomas.

Quanto às amigdalites bacterianas, elas são mais frequentes em crianças a partir dos 3 anos de idade. É muito raro que bebês e crianças menores tenham infecções bacterianas na região da garganta e amígdalas. No entanto, muitas vezes essas crianças menores são tratadas com antibióticos de forma desnecessária, o que pode favorecer o surgimento de resistências bacterianas.

Para diferenciar uma amigdalite viral de uma bacteriana, é importante observar alguns sinais e sintomas. Geralmente, a amigdalite bacteriana apresenta uma temperatura mais alta, acima de 39 graus Celsius, e uma queda significativa no estado geral da criança. Além disso, pode haver dor ao engolir, presença de secreção purulenta nas amígdalas, aumento dos gânglios linfáticos do pescoço e prostração. Outros sintomas que podem estar presentes incluem cefaleia e um rash cutâneo escarlatiniforme.

A faixa etária também pode ser um indicativo. A amigdalite viral é mais comum em crianças menores, enquanto a amigdalite bacteriana ocorre mais frequentemente em crianças maiores de 3 anos. Além disso, a amigdalite bacteriana tem um período de incubação entre 3 e 5 dias, enquanto a viral geralmente é mais curto.

Para confirmar o diagnóstico da amigdalite bacteriana, é recomendado realizar um exame etiológico, que pode ser uma cultura da secreção de orofaringe. No entanto, esse tipo de exame demora alguns dias para ficar pronto, o que pode atrasar o início do tratamento. Por isso, na maioria dos casos, o médico acaba optando por iniciar o tratamento de forma empírica, ou seja, sem a confirmação laboratorial.

Além disso, é importante considerar outros diagnósticos diferenciais, como quadros alérgicos, síndrome mononucleose-like, rubéola, HIV, entre outros. Em alguns casos, pode ser necessário solicitar exames laboratoriais, como sorologia para mononucleose.

O tratamento da amigdalite bacteriana tem como objetivo encurtar o período de doença, eliminar a cepa de Streptococcus pyogenes (bactéria que causa a infecção) e reduzir o risco de complicações e transmissão para outras crianças. O tratamento de escolha é a Amoxicilina ou a Penicilina Benzatina. Em casos específicos, como alergia à penicilina, pode-se optar por outras alternativas, como Cefalexina, Clindamicina ou Macrolídeos.

O tratamento deve ser feito por 10 dias, com uso de Amoxicilina. Caso a forma do medicamento seja mais concentrada, pode-se fazer a cada 12 horas. Em alguns casos, é possível fazer o tratamento com dose única de Penicilina Benzatina. É importante lembrar que a escolha do medicamento deve ser feita levando em consideração a alergia do paciente e as particularidades de cada caso.

Então é isso, pessoal! Espero que essas informações tenham sido úteis. Não deixem de conferir minha playlist com outros temas pediátricos e, para as próximas aulas, vou ensinar como calcular a dosagem correta dos xaropes de acordo com o peso da criança. Até lá, não deixem de se inscrever e ficar ligados nas novidades do canal.

Fonte: Como identificar a amigdalite aguda: viral ou bacteriana – INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES! por Pediatria Urgente