Nem toda mulher tem direito ao atendimento na gravidez no parto e após o parto

Sendo fundamental que durante todo esse processo ela tem acesso a informações seguras e baseadas em evidências científicas. É com base nisso que a caderneta da gestante surge como instrumento de extrema importância para a gestante, para a equipe que realiza o pré-natal e para a equipe que atenderia a mulher no momento do parto. Além das informações técnicas sobre a saúde física da mãe e do bebê, a caderneta possui espaço para registro das dúvidas da mãe, informações sobre seus direitos, dicas para uma gestação saudável e em forma, aos sinais de alerta para que a gestante procure um serviço de saúde.

Para os profissionais da atenção primária à saúde que realizam pré-natal, a caderneta funciona tanto como um instrumento de registro resumido das informações mais importantes, como também de suporte ao diagnóstico de situações que precisarão ser referenciadas para atenção especializada com o obstetra.

No vídeo de hoje, vamos acompanhar a primeira consulta de pré-natal de Dandara e quem irá atendê-la é a médica Mariele. Nós vamos mostrar como a médica e a equipe de saúde devem preencher as informações necessárias assim que Dandara receba a sua caderneta da gestante.

Para começar, é importante que a doutora Mariele preencha a identificação de Dandara. Para isso, existem duas folhas na caderneta. A primeira contém espaços para informações gerais, como nome, endereço, data de nascimento e ocupação. E uma segunda folha onde é possível colocar o seu nível de instrução e o estado civil. Em ambas as folhas, é fundamental que a médica coloque o nome com o qual Dandara quer ser chamada, a fim de estimular o vínculo.

Como se trata da primeira consulta de pré-natal, é importante que nas informações iniciais de identificação, a doutora Mariele preencha o campo “peso anterior” com o peso que Dandara possuía antes de descobrir que estava grávida, sua altura e idade.

Nas páginas seguintes, a doutora Mariele irá preencher três campos da seguinte forma: no campo 1, preencher a data do primeiro dia que desceu a última menstruação de Dandara; no campo 2, preencher a data provável do parto, o que pode ser calculado de três formas: manual, por gestograma ou através de aplicativo. Para entender como funciona o cálculo manual da DPP, acesse a nossa cartilha com esse QR Code ou pelo link disponível na descrição deste vídeo.

No último campo, será registrada a data provável do parto que foi informada na ultrassonografia obstétrica do primeiro trimestre. O campo “Tipo de gravidez” deve ser preenchido preferencialmente após a confirmação da informação através da ultrassonografia. A doutora Mariele deve sempre marcar a classificação do risco e da gravidez, pois essa informação é muito importante para a equipe que receberá a gestante na maternidade ou em qualquer situação de emergência que cobertura aconteça durante a gestação.

No campo “Gravidez planejada”, o campo “Não informado” sinaliza que possivelmente uma abordagem psicológica se fazer necessária. É de fundamental importância que a doutora Mariele preencha toda a página de antecedência, pois as informações sobre antecedentes familiares e obstétricos auxiliarão na definição do risco gestacional, o que norteará quais profissionais de saúde deverão acompanhar Dandara.

No caso da gestação de Dandara ser de risco habitual, popularmente conhecida também como de baixo risco, as consultas de pré-natal poderão ser realizadas preferencialmente de forma alternada ou compartilhada entre a médica Mariele e enfermeiras da equipe. Mas caso seja definido em qualquer momento alto risco gestacional, os cuidados deverão passar a ser compartilhados entre a médica Mariele e o obstetra da rede especializada de referência.

Nessa primeira sessão, a doutora Mariele irá preencher as informações referentes ao histórico familiar de Dandara. Na segunda sessão, preencher as informações considerando apenas as gestações anteriores. No caso de Dandara, ela possui três gestações prévias. A primeira gestação resultou em aborto, a segunda resultou em uma cesárea onde ela teve seu filho Pedro com peso menor que 2,5 kg, e na última gestão ela teve sua filha Ana de parto normal. Pedro e Ana são seus dois filhos até o momento.

No entanto, no caso de gestantes sem histórico de gestações prévias, deve-se considerar a gestante como “nulípara” e todos os outros campos devem ser marcados com traços.

A terceira sessão corresponde às condições das gestações anteriores e que podem influenciar ou prejudicar a gestação atual. A sessão seguinte deve ser atualizada a cada consulta por qualquer profissional que atenda a Dandara, pois registra as situações de saúde referentes a gravidez em curso e são de extrema importância para auxiliar em uma possível mudança de risco gestacional. É importante destacar que as bolinhas rosas, caso sejam marcadas, indicam fatores de risco para a gravidez.

O histórico vacinal de Dandara é outra informação fundamental que a doutora Mariele precisará registrar na primeira consulta e que deverá ser revisada nas consultas seguintes até seu preenchimento completo.

São três as vacinas obrigatórias na gravidez: a vacina antitetânica, hepatite B e influenza. A vacina antitetânica é fundamental para a proteção da gestante contra o tétano acidental e a prevenção do tétano neonatal. Por isso, a médica deverá ter bastante atenção ao preenchimento correto das informações nesta seção. Caso a gestante não possua nenhum registro vacinal de antitetânica, seja por ter perdido o cartão de vacina ou por não ter essa informação no cartão de vacina que possui, como é o caso de Dandara, a doutora Mariele deverá marcar a opção “sem informação de imunização” e orientar que inicie o esquema vacinal o mais rápido possível, com 3 doses, sendo a terceira DTPA.

Já a gestante com esquema vacinal completo, ou seja, três doses ou mais, independente de a última dose ter sido administrada há mais ou menos de dois anos, deve-se aplicar uma dose de DTPA a partir de 20 semanas de gestação. Mas atenção, o registro completo da vacina deve ser realizado na caderneta de vacinação da mulher, não na caderneta da gestante. A caderneta da gestante apenas anota a data em que cada dose foi administrada.

Com relação à vacina de hepatite B, por considerar os riscos da gestante não vacinada de contrair a doença e de haver transmissão vertical, considera-se que a gestante está imunizada se houve registro de três doses prévias, como é o caso de Dandara. Caso não houvesse registro vacinal, seja por ter perdido o cartão de vacina ou por não ter essa informação no cartão de vacina que possui, orientasse administrar as três doses em casos de esquema incompleto, registrar a data das três doses já administradas e completar o esquema.

A vacina contra influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional.

Neste vídeo, nós acompanhamos o primeiro atendimento de Dandara para ver o preenchimento de informações: a identificação da gestante, seu histórico gestacional e familiar, assim como o seu histórico vacinal. No próximo vídeo, daremos continuidade ao preenchimento da caderneta, mostrando os outros itens que devem ser preenchidos não só na primeira, mas em todas as consultas de pré-natal. Fique ligado nos nossos próximos vídeos e não esqueça de acessar os nossos materiais informativos!

Fonte: Preenchimento da caderneta da gestante part. 1 por Apoio à APS

Posts Relacionados:

Dá pra escolher engravidar de Gêmeos? Dra Maira de La Rocque Como usar o comando effect no Minecraft: guia passo a passo. Elimine a celulite com este guia passo a passo Guia completo de Micropigmentação Labial – Passo a Passo e Retoque após 4 anos.