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Gripe aviária: Brasil enfrenta risco iminente

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Ela está agora falando sobre a gripe aviária, né? Você até destacou que ia falar aqui. Me lembro nos anos 90 e 2000, a gente ouvia falar da gripe aviária, depois a gente parou de ouvir e agora essa informação volta. Qual o risco da gripe aviária atrapalhar o agronegócio aqui no Brasil? Essa informação é mais importante desta semana. Thiago, o Brasil está cercado por gripe aviária de todos os lados e o risco da doença entrar no país é alto. Isso é o próprio governo federal dizendo. Vamos mostrar para vocês que essa doença chegou na América do Sul, já está na América do Norte, já está em outros continentes.

Aqui no Brasil, somos maiores exportadores de frango do mundo e nunca tivemos a gripe aviária. Por isso a importância deste momento. Começando por essa arte aqui que mostra os casos de gripe aviária nas Américas, você pode ver que está tudo vermelho. Isso significa que o Brasil está sitiado, cercado por países que já tiveram a doença. E aí eu vou continuar com o mapa para vocês observarem. Nesta semana, Uruguai e Argentina registraram casos de gripe aviária. Essa informação traz a maior preocupação porque é ali na fronteira com o Rio Grande do Sul, a pouco mais de 160 km.

Vejam então que os casos de gripe aviária se espalharam pela América. E a gente tem o Brasil, maior produtor de aves do mundo, ainda sem a doença. Antes de chegar em um elemento que eu vou apontar, o risco é alto de acordo com o próprio governo. Quero chamar atenção de vocês para os efeitos da gripe aviária no mundo. Temos imagens de prateleiras de supermercado nos Estados Unidos, ainda de janeiro, vazias. Faltando ovos em várias regiões do mundo.

Porque a gripe aviária não tem vacina. E sabe como a gente trata os animais quando eles são contagiados com a gripe aviária? Eles precisam ser abatidos. Indicadores apontam que 58 milhões de aves no mundo já foram abatidas. Com o abate das aves, diminui a produção de ovos. E aí a gente chega nesse cenário nos Estados Unidos, o ovo está custando muito caro. Eu ouvi dizer que em hotéis estão restringindo o número de ovos que cada cliente pode consumir. Um efeito colateral dessa doença que se espalhou pelo mundo.

E aí a gente volta aqui para o Brasil, Tiago. E vamos responder para nossa audiência, será que o risco dessa doença entrar no país é alto? O risco é alto e quem disse isso foi o governo federal, através do secretário. Até abril, é relacionado à migração das aves. Então nós estamos passando pela fase aguda de risco de ocorrência até quando elas voltarem na migração natural todos os anos para o hemisfério norte.

Esse é o ponto mais importante para o agronegócio brasileiro neste momento. O risco alto da entrada da gripe aviária aqui. E por que isso é importante para o agronegócio brasileiro? Porque nossa produção agrícola está concentrada no sul do país. Temos cerca de 13% dessa produção em áreas como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e mais do que isso em áreas do Paraná, se eu não estou enganada. São cerca de 60% da nossa produção nacional de aves concentrada nesses três estados.

O que significa dizer que se a gente tiver um surto de gripe aviária em uma dessas regiões, a gente pode ter um efeito colateral na produção de aves muito grande, porque elas precisam ser abatidas. Mais do que isso, o risco de contágio para outras granjas também é grande. E aí qual é o efeito colateral dessa questão da produção e da doença? É um efeito econômico. Porque há risco de embargo de restrição para as exportações do Brasil, que é o maior exportador global de aves. Estamos neste momento com uma apreensão grande no setor, preocupação enorme e aumento das atividades de biossegurança. Não pode visitar granjas, não pode ter nenhum tipo de atividade que aumente o risco dessa doença entrar nos nossos plantéis. Se isso acontecer, diferentes consultorias que eu consultei já disseram que os efeitos colaterais vão ser grandes. E aí a gente pode ter uma dificuldade de enviar nossa carne. Essa carne, Thiago, sobraria aqui no Brasil. O efeito colateral, de primeiro momento, seria uma redução do preço ao consumidor. Mas para o nosso país, para as nossas exportações, poderia ser muito complicado. Claro que a gente tem que levar em consideração que pode não haver um embargo total, poderia ser regionalizado para aquela região.

E aí, Thiago, eu imagino que você também queira saber os efeitos para nós, humanos. Certamente, alguém ingerir um produto assim. Essa é uma pergunta crucial. Os alimentos que chegam no supermercado, gente, eles passam por regras muito severas de controle. Então, o consumidor que vai ao supermercado pode consumir o seu frango com tranquilidade, o seu ovo com tranquilidade. Porque o produto que chega no supermercado é um produto que está negativado para uma série de doenças e com altos padrões de qualidade. Mas há risco de humanos pegarem a gripe aviária? E como é que acontece esse contágio? Geralmente, é com humanos que estão mais próximos das aves contaminadas. Na Ásia, por exemplo, quem cria aves em casa, aí sim pode ter mais contato com essas aves. Aqui no Brasil também, então humanos podem se contaminar pela proximidade, tocar em aves que estejam com a doença. Mas por consumo, aquele nossa carninha do supermercado, pode continuar consumindo. Porque há uma rigorosa fiscalização. Importante a gente saber que também a mortalidade da gripe aviária no mundo é baixa. De acordo com pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, está ao redor de centenas de mortes no mundo. Só para ter uma comparação, a COVID-19 no Brasil marcou cerca de 600 mil pessoas. Então é uma doença muito menos grave, atinge humanos, mas para o setor agropecuário é uma ameaça. A gente torce para que essa doença fique bem longe daqui para a gente poder comemorar os resultados de exportações, cortes, novamente.

Sem dúvida, quem está nos ouvindo depois entre nas nossas plataformas para ver não só o mapa que a Carolina apresentou, mas também as imagens das prateleiras nos Estados Unidos, uma caixa de ovo quase $7, muito alto. Bom trabalho para você, Kelly, e até mais tarde. Obrigada, Thiago. A todos vocês!

Fonte: Kellen Severo: Brasil está cercado por gripe aviária por Jovem Pan News