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Fisiopatologia do Enfisema: Tudo sobre doenças respiratórias

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A condição de enfisemamor está relacionada à perda de tecido elástico no parênquima pulmonar, resultando em uma redução de superfície disponível para as trocas gasosas. A principal causa dessa condição é o hábito do fumo, que leva a um desequilíbrio de atividade entre proteases e inibidores de proteases, resultando na degradação das fibras elásticas. Além do hábito do fumo, a deficiência hereditária da enzima alfa1-antitripsina também pode levar ao enfisema.

Uma teoria sobre o desenvolvimento fisiopatológico do enfisema sugere que há um desequilíbrio entre as agressões oxidantes e as defesas antioxidantes do pulmão. A fumaça do cigarro, por exemplo, aumenta a geração de espécies reativas de oxigênio, levando à agressão das células pulmonares. Além disso, a redução da expressão de enzimas antioxidantes pode afetar o balanço entre a degradação e a síntese das fibras elásticas, levando à destruição dessas fibras e ao enfisema.

O enfisema pode ser classificado de acordo com a região anatômica da unidade respiratória afetada. Quando há uma destruição mais central da unidade respiratória, é chamado de enfisema centrolobular. Já quando há uma destruição mais generalizada, é chamado de enfisema panlobular.

A destruição das fibras elásticas no enfisema não está limitada apenas às unidades respiratórias, mas também afeta as vias respiratórias. Isso resulta em uma diminuição da tração radial das vias aéreas, o que leva a um fechamento prematuro dessas vias durante a expiração. Como consequência, há uma redução do fluxo expiratório e uma dificuldade em eliminar o ar dos pulmões.

No enfisema, os valores dos testes de função pulmonar são reduzidos, incluindo o volume total inspirado, o volume expirado no primeiro segundo e a relação entre o volume expirado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada. Além disso, ocorre uma retenção do ar nos pulmões, o que leva ao aumento do volume residual, da capacidade residual funcional e da capacidade pulmonar total.

O aumento do volume residual e a presença de ar retido nos pulmões causam um aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, resultando em um formato de “barril” no indivíduo enfisematoso. Além disso, as pressões dos gases sanguíneos são alteradas, com uma redução da pressão de oxigênio e um aumento da pressão de dióxido de carbono.

Ao longo do tempo, o enfisema pode levar ao aumento do risco de desenvolver complicações, como a ativação do sistema nervoso simpático, taquicardia e alterações no sistema renal. Além disso, há uma redução da ventilação proporcional à perfusão na região do parênquima pulmonar afetada pelo enfisema, devido à destruição das unidades respiratórias e dos capilares adjacentes.

Em resumo, o enfisema é uma doença obstrutiva crônica caracterizada pela destruição das fibras elásticas no parênquima pulmonar e nas vias aéreas. Essa condição resulta em dificuldade em mobilizar o ar, diminuição do fluxo expiratório, alterações dos testes de função pulmonar, aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax e alterações das pressões dos gases sanguíneos.

Fonte: DOENÇAS RESPIRATÓRIAS | PARTE 5: Fisiopatologia do Enfisema por Prof. Aline Cordeiro