Faringite Bacteriana Aguda

Hoje vamos falar sobre a faringite bacteriana aguda, uma das infecções respiratórias agudas das vias aéreas superiores. A faringite bacteriana aguda é uma infecção aguda da faringe, na maioria das vezes causada pelo estreptococo betahemolítico do grupo A (streptococcus pyogenes), o mesmo agente responsável por infecções de pele que abordaremos em outro vídeo.

A epidemiologia é fundamental para o diagnóstico da faringite bacteriana aguda, já que ela afeta predominantemente uma faixa etária restrita de cinco a 15 anos e representa 25% das faringites/amigdalites. Portanto, se uma criança tem menos de 5 anos ou mais de 15 anos, outras doenças devem ser consideradas além da faringite bacteriana aguda. Se a criança está dentro dessa faixa etária, o diagnóstico torna-se provável com base nos sinais clínicos.

O principal agente causador é o estreptococo betahemolítico do grupo A. No entanto, existem outros agentes que podem causar a faringite bacteriana aguda, mas em menor frequência. A transmissão ocorre através do contato direto com secreções respiratórias e o período de incubação é de dois a cinco dias.

O quadro clínico inclui sintomas pouco específicos, como dor abdominal, dor de garganta e febre alta. Além disso, é comum encontrar exsudato tonsilar, eritema no palato e úvula e linfadenopatia cervical anterior dolorosa.

Para o diagnóstico, são utilizados exames laboratoriais, como hemograma, que apresenta características de infecção bacteriana, como leucocitose e neutrofilia com desvio à esquerda. Além disso, podem ser realizados testes rápidos de detecção de antígenos na orofaringe, que têm alta especificidade e permitem iniciar o tratamento sem a necessidade de culturas. No caso de dúvidas ou se o teste rápido for negativo, pode-se lançar mão da cultura, que leva até 48 horas para confirmar o diagnóstico.

É importante considerar o diagnóstico diferencial com outras doenças, uma vez que apenas 25% das faringites são bacterianas, e os outros 75% são de origem viral. Algumas das principais doenças que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial são:

Adenovírus: comum em lactentes e crianças menores de cinco anos, apresenta sinais como conjuntivite, coriza e petéquias na orofaringe.
Enterovírus: também afeta lactentes, e os sinais incluem presença de vesículas na faringe e no palato mole, além de uma síndrome chamada de mão-pé-boca.
Difteria: uma doença praticamente extinta no país devido à vacinação, mas deve ser considerada no diagnóstico diferencial em casos de falha vacinal. Os sinais incluem placas acinzentadas na orofaringe, tosse e febre baixa, além do sinal clássico do “pescoço de touro”.
Mononucleose: caracterizada por febre alta, faringite, amigdalite, linfadenopatia cervical, exantema maculopapular e presença de linfócitos atípicos no hemograma.
FAPA: síndrome que afeta pré-escolares e ainda não está bem esclarecida. É caracterizada por febre periódica alta, faringite, estomatite aftosa e adenite cervical. A cura é espontânea e o tratamento visa aliviar os sintomas.

O tratamento da faringite bacteriana aguda envolve o uso de analgésicos e antitérmicos para alívio dos sintomas, além de antibioticoterapia. A droga de escolha são os beta-lactâmicos, como a penicilina benzatina em dose única intramuscular ou penicilina oral por dez dias. Alternativamente, pode-se utilizar azitromicina, eritromicina ou moxicilina. No entanto, a eficácia desses antibióticos pode variar devido à resistência dos agentes, principalmente no caso dos macrolídeos como a eritromicina e a azitromicina.

As complicações da faringite bacteriana aguda podem ser não supurativas, como a febre reumática e a glomerulonefrite difusa aguda, ou supurativas, como o abscesso periamigdaliano. O tratamento do abscesso periamigdaliano envolve internação hospitalar, uso de antibióticos endovenosos e aspiração por agulha fina.

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Fonte: PEDIATRIA – Faringite Bacteriana Aguda – Dor de garganta com pus? por MEDICINA FÁCIL – O PLANTONEIRO