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Estudo de caso: Cirrose e Pancreatite – Causas, Sintomas e Tratamento

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Alcoolismo e Cirrose Hepática

Um paciente de 39 anos, do sexo masculino, um alcoolista crônico, chega à sala de emergência (PS) com queixa de epigastralgia intensa. Os sinais vitais mostram taquicardia, dispneia, hipotensão e febre. A saturação de O2 é de 93%. No exame físico, o paciente apresenta abdome ascítico, emagrecido, com pele fria e pegajosa.

O médico de plantão avalia o paciente e pede exames de laboratório e imagem, além de prescrever medicações e observação na sala de observação. O médico também solicita a internação na clínica médica para investigação e tratamento.

A cirrose é uma doença crônica em que o tecido hepático normal é substituído por fibrose difusa, alterando a estrutura e função do fígado. A cirrose alcoólica é caracterizada por períodos de necrose das células hepáticas, que são substituídas por tecido cicatricial. Com o tempo, a quantidade de tecido cicatricial supera o tecido hepático funcional. O consumo de álcool é considerado o fator etiológico principal, porém a cirrose também pode ser causada por uso excessivo de medicamentos, alimentos e vírus.

O paciente apresenta icterícia, fraqueza, desgaste muscular, perda de peso, febre baixa, hipotensão, epistaxe e confusão mental. O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico e exames laboratoriais para avaliar a função hepática, tomografia computadorizada e biópsia hepática.

O tratamento é baseado nos sintomas e nos resultados dos exames e inclui uma dieta adequada, com a prevenção do consumo de álcool, medicamentos antiácidos, diuréticos e suplementos vitamínicos. Em casos de ascite volumosa, é indicado o procedimento de paracentese.

Pancreatite Aguda

A pancreatite aguda varia desde um distúrbio brando e autolimitado até uma doença grave e rapidamente fatal que não responde ao tratamento. A pancreatite aguda é caracterizada pela inflamação do pâncreas devido à ativação das próprias enzimas proteolíticas do órgão, principalmente a tripsina.

Oitenta por cento dos pacientes com pancreatite aguda apresentam doença do trato biliar. No entanto, apenas cinco por cento dos pacientes com cálculos biliares desenvolvem pancreatite. Os cálculos biliares podem entrar no ducto biliar comum e obstruir o fluxo do suco pancreático, ativando as enzimas pancreáticas. Além disso, o uso prolongado de álcool está frequentemente associado a episódios agudos de pancreatite.

Os sintomas da pancreatite aguda incluem dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, febre, icterícia e confusão mental. A taquicardia, hipotensão e pele fria e pegajosa podem indicar insuficiência renal. O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico, exames laboratoriais e de imagem.

O tratamento consiste em aliviar os sintomas e evitar ou tratar as complicações. O jejum é necessário para diminuir a estimulação pancreática e a secreção de enzimas. Medicamentos analgésicos são prescritos para aliviar a dor. Outras medidas são implantadas de acordo com a gravidade de cada caso.

Cuidados de Enfermagem

Ao cuidar de um paciente com cirrose hepática ou pancreatite aguda, é importante avaliar regularmente o nível de consciência do paciente e comunicar qualquer alteração ao médico imediatamente. Além disso, é necessário monitorar os sinais vitais e a dor do paciente regularmente e comunicar alterações.

Os pacientes devem permanecer em jejum até segunda ordem, exceto nos casos em que a alimentação parenteral prolongada é prescrita devido ao jejum prolongado. Também é necessário realizar higiene oral regularmente, limpar as narinas e hidratar os lábios conforme protocolo da instituição e realizar banho de aspersão com auxílio uma vez ao dia.

Observar sinais de infecção no acesso venoso periférico e comunicar alterações. O acesso deve ser trocado se necessário para evitar limites e infecções da corrente sanguínea. Observar e anotar o aspecto e débito do cateter vesical de demora, e observar e anotar o aspecto e quantidade das eliminações intestinais.

É importante valorizar as queixas álgicas e comunicar alterações. A pancreatite aguda pode gerar dor abdominal fortíssima, portanto, é necessário prestar atenção ao episódio álgico e comunicá-lo aos enfermeiros e medicar conforme prescrição médica.

Instalar meias elásticas nos membros inferiores para facilitar o retorno venoso e prevenir a ocorrência de trombose venosa profunda. Instalar colchão de ar ou caixa de ovos e placas de hidrocoloide em regiões de proeminências ósseas para aliviar o desconforto do paciente. Manter as grades elevadas e o decúbito elevado a 45 graus para prevenir quedas e facilitar a respiração.

O paciente deve ser pesado e sua circunferência abdominal medida diariamente para controlar a evolução da doença. É necessário realizar um controle rigoroso dos níveis de glicemia capilar e comunicar alterações para que correções possam ser feitas. Também é importante ministrar a lactulose conforme prescrito, mesmo que isso altere a frequência e consistência das fezes.

Em resumo, o cuidado de enfermagem para pacientes com cirrose hepática ou pancreatite aguda envolve monitorar regularmente os sinais vitais, avaliar a dor e a consciência do paciente, fornecer uma higiene adequada, realizar um controle rigoroso dos líquidos e eliminações, prevenir complicações e comunicar alterações ao médico responsável.

Fonte: Estudo de caso 2 – Cirrose e pancreatite – Educacional por Só Enfermagem