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Epilepsia: impactos na saúde mental e vitamina D

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Olá a todos, mais uma vez! Meu nome é Elisabete Castelon Konkiewitz, sou médica neurologista psiquiatra e professora da Universidade Federal da Grande Dourados. Este vídeo faz parte de uma série que estou montando para informar sobre epilepsia. Esses vídeos são voltados para pacientes, seus familiares e todas as pessoas interessadas no assunto.

No vídeo de hoje, gostaria de destacar duas coisas: a prevalência da epilepsia e os problemas associados a ela. A epilepsia afeta de 1% a 2% da população no Brasil, sendo mais frequente em países de baixa renda. Isso ocorre devido a fatores de risco pouco controlados, como acidentes automobilísticos, más condições de parto e condições precárias de higiene que propiciam o desenvolvimento de doenças como a neurocisticercose. Além disso, o mal controle de fatores de risco cardiovasculares também pode predispor a epilepsia.

No entanto, o problema da epilepsia não se resume apenas às crises epilépticas. A maioria dos pacientes passa a maior parte do tempo sem crises, mas enfrenta outros problemas, como dificuldades cognitivas. Muitas crianças com epilepsia apresentam dificuldades de aprendizado, déficit de atenção e hiperatividade, dislexia e discalculia. Essas dificuldades podem ser causadas pelas mesmas mutações genéticas que predispoem à epilepsia ou pelas próprias crises, que prejudicam o funcionamento dos circuitos neurais necessários para o processamento de informações.

Além das dificuldades cognitivas, a depressão e a ansiedade são problemas comuns em pessoas com epilepsia, devido ao estigma social, dificuldade de emprego e insegurança relacionada às crises. Estudos mostram que as crises de epilepsia que ocorrem em áreas do cérebro importantes para as emoções podem causar alterações nos circuitos neurais, levando ao desenvolvimento de depressão e ansiedade.

Outro problema relacionado à epilepsia são os distúrbios do sono. Pessoas com epilepsia têm uma maior prevalência de apneia do sono, que pode ser tratada e melhorar a frequência das crises. Além disso, alguns medicamentos utilizados no tratamento da epilepsia podem interferir no metabolismo da vitamina D, aumentando o risco de fraturas em quedas. Portanto, recomenda-se monitorar os níveis de vitamina D em pacientes com epilepsia e, se necessário, fazer reposição.

Esses são apenas alguns dos problemas associados à epilepsia, por isso é importante estar atento a eles no tratamento global do paciente. Não se trata apenas de controlar as crises, mas também de tratar os problemas cognitivos, a depressão, a ansiedade, os distúrbios do sono e monitorar os níveis de vitamina D. Espero que esse vídeo tenha sido útil para esclarecer alguns aspectos da epilepsia. Fiquem à vontade para deixar dúvidas nos comentários!

Fonte: Epilepsia: cognição, ansiedade, depressão, alterações do sono e deficiência de vitamina D #epilepsia por Neuropsiquiatria-Neurologia-Psiquiatria