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Diferenças entre Autismo e Fobia Social: Conversa com Amanda Ramalho

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Oi pessoal! Amanda Ramalho aqui, dona do podcast “Sofrer Nóias Fantásticas”. Já sei, com esse nome vocês devem estar pensando “que nome é esse?”, mas eu achei muito criativo e agora acho legal, porque é bem impactante. Além disso, o podcast fala muito bem sobre transtornos mentais, como depressão, ansiedade e otimismo, abordando diversos tipos de transtornos relacionados à saúde mental. É realmente um podcast fantástico! Se você ainda não conhece, te convido a dar uma olhada, pois tem muitos assuntos interessantes e mais de 30 episódios. Inclusive, tem alguns episódios que falam sobre autismo, o que é muito legal.

Estamos aqui no Festival Netflix no Tudo, um evento muito bom. Hoje, estou participando de um talk onde falamos sobre saúde mental, e em específico, sobre autismo. Conversamos sobre a série chamada “Atypical”, que fala sobre um adolescente com transtorno do espectro autista. Nos bastidores, conversamos um pouco sobre nossas próprias personalidades e questões mentais. Eu, por exemplo, tenho síndrome de Asperger e sofro com fobia social. Desde criança, evito situações sociais que me causam estresse. Fico paralisada e ansiosa nessas situações, e muitas vezes evito festas e eventos sociais. É difícil, pois sei que preciso estar presente, mas meu cérebro acaba travando. Mesmo assim, consigo me comunicar bem e os profissionais de saúde mental sempre me admiram por isso. Eles elogiam minha capacidade de me expressar e lidar com a ansiedade.

É importante ressaltar que muitas pessoas confundem fobia social com autismo, pois ambos estão relacionados a dificuldades na interação social. No entanto, conversando com outras pessoas com espectro autista, percebi que eles têm habilidades e interesses específicos, como uma memória musical muito forte. Já eu, não possuo essas super habilidades e não sou um gênio. No entanto, cada pessoa no espectro autista é única e tem suas próprias características.

Quanto ao tratamento, eu faço terapia há 16 anos e, atualmente, tenho 33 anos. Foi um processo longo até encontrar um terapeuta que realmente me entendesse. A terapia é essencial, mas também faço uso de medicamentos para ajudar no tratamento da ansiedade e dos transtornos mentais. Muitas pessoas têm medo de tomar remédios, mas eu vejo isso como um tratamento para a minha saúde mental, assim como uma pessoa com diabetes precisa de insulina. É importante quebrar o estigma em relação aos medicamentos para saúde mental.

Ao longo do tempo, passei por diferentes tipos de medicação e, embora ainda tenha crises, sei lidar com elas de forma mais natural. É algo que faz parte da minha vida. Embora tenha medo, consigo administrar as crises emocionais de maneira mais tranquila. É essencial buscar apoio profissional e não ter medo de procurar ajuda. A saúde mental deve ser tratada com a mesma importância que a saúde física.

Muitas vezes, nos sentimos diferentes por não se encaixar nos “padrões normais”. Mas hoje, mais do que nunca, temos a possibilidade de ser quem somos, sem nos sentirmos julgados. Devemos nos sentir bem com as nossas características individuais. É importante lembrar que não existe um padrão de normalidade e que cada um de nós tem sua própria jornada.

No podcast, percebi que as dúvidas das pessoas são muito semelhantes às que eu tinha quando era mais jovem. Muitos se sentem fora do padrão e se questionam sobre o que é ser normal. Essa é uma questão complexa, mas devemos aprender a aceitar e amar a nós mesmos, independentemente dos padrões externos.

Cada pessoa tem uma história diferente e experiências únicas que moldam quem somos. É importante compreender que o transtorno mental está além de ser apenas uma característica pessoal, uma vez que pode afetar diversas áreas de nossas vidas, como nossos relacionamentos, estudos e família. O tratamento é fundamental para lidarmos com essas questões e buscar viver uma vida plena e feliz.

Eu compartilhei diversos vídeos em meu canal sobre os sintomas de ansiedade, transtornos mentais e autismo. Caso queiram saber mais sobre esses assuntos, é só dar uma olhada por lá. Na descrição abaixo, deixarei o link para meu site, onde vocês podem encontrar mais informações sobre mim e também acesso ao podcast.

Espero que esse texto tenha sido útil e que tenha despertado em você o interesse em conhecer mais sobre saúde mental e os temas abordados em “Sofrer Nóias Fantásticas”. Até a próxima!

Fonte: Autismo ou Fobia Social? – Conversa Com Amanda Ramalho por Mayra Gaiato | Autismo e Desenvolvimento Infantil