Pular para o conteúdo

Dicas para lidar com a Crise de Pânico sem Medicamento: Psiquiatra Maria Fernanda responde dúvidas

  • por
  • posts

O que fazer durante uma crise de ansiedade ou pânico?

Olá pessoal, aqui é a Dra. Maria Fernanda e estou de volta com mais um vídeo para vocês. Hoje, ao invés de falar sobre um tema específico, decidi conversar um pouco sobre algumas dúvidas que surgiram a partir do meu livro “Acalme-se: técnicas para lidar com as crises de ansiedade e pânico”. Infelizmente, não consigo responder a todos os comentários e dúvidas, pois são muitos. Por isso, achei legal gravar esse vídeo para tentar ajudar a maioria de vocês.

Vou começar com a primeira dúvida, que veio da Fernanda. Ela disse: “O complicado durante uma crise de pânico é que meus pensamentos ficam confusos e é impossível me concentrar. Por isso, estou tomando remédios e evitando sair de casa com medo de passar mal e as pessoas perceberem. Tive uma crise tão forte uma semana atrás que fiquei paralisada.” Quero dizer a todos que isso é muito comum, não só para a Fernanda, mas também para várias outras pessoas.

Não desistam! Algumas crises serão mais fortes e não conseguiremos lidar com elas da forma que gostaríamos. Outras serão mais brandas e aos poucos conseguiremos seguir alguns passos para lidar melhor com a situação. O importante é tentar cumprir essas etapas para lidar melhor com as crises e, aos poucos, elas se tornarão mais naturais de serem seguidas em uma próxima crise que ocorrer.

Outra questão levantada pela Fernanda é a preocupação com o futuro. Ela disse: “Não consigo me livrar da ansiedade, pois ela faz parte de todos nós. Preciso dela para sobreviver. A diferença está na forma como vou reagir quando ela se manifestar. Muitas pessoas acabam tendo medo e fugindo da crise, como a Fernanda, que está evitando sair de casa com medo de que as pessoas percebam. A única forma de lidar com nosso medo é enfrentando-o.”

Vou contar uma história em quadrinhos que costumo mostrar aos meus pacientes. Ela fala sobre o medo de nadar de um menininho chamado Frederico, que encontra um monstro gigante que se revela o medo de nadar. O monstro começa a lançar todos os medos que Frederico tinha, mas mesmo assim ele continua enfrentando. No final da história, Frederico consegue nadar e o monstro fica bem pequenininho no canto da piscina. O que quero dizer com essa história é que só conseguimos superar nossos medos enfrentando-os.

Para lidar com o medo de sair de casa, por exemplo, podemos adotar a técnica de sensibilização sistemática. Começamos enfrentando o medo aos poucos, dando pequenos passos. No caso da Pamela, ela poderia começar apenas indo até a portaria do prédio. Depois, poderia ir até a esquina, até a padaria, até pegar um ônibus, e assim por diante. Vamos aumentando o grau de dificuldade aos poucos, como se estivéssemos subindo uma escada, um degrau de cada vez.

O importante é não desistir e não ficar apenas na posição de encontro. É preciso se arriscar e colocar um pé fora da zona de segurança. É desconfortável e não vai ser a melhor sensação do mundo, mas conseguiremos suportar e nos acostumar. Assim como quando assistimos a um filme de terror, na primeira vez ficamos assustados, mas, à medida que assistimos repetidas vezes, vamos nos acostumando até acharmos aquele filme bobo.

Outra dúvida que apareceu foi da Carol. Ela disse: “Tive crises de pânico há dois anos e fiquei bem por esse tempo. Agora elas voltaram, mas estão mais leves. Já sei como agir e o que fazer.” Parabéns, Carol! É importante aceitar a ansiedade e continuar levando uma vida saudável mesmo com o controle das crises. Cuide da alimentação, tenha uma boa noite de sono e siga as orientações médicas. Assim, você terá sucesso no controle dessas crises!

Fonte: Como lidar com a Crise de Pânico sem Medicamento. Psiquiatra Maria Fernanda responde dúvidas por Neurologia e Psiquiatria