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Dicas para evitar bloqueio defecatório e intestino preso

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Olá, eu sou o Dr. Fernando Lemos, coloproctologista especialista em doenças do intestino, do reto e do ânus. Neste vídeo, quero falar sobre um tema que interessa muito às mulheres que têm constipação intestinal ou intestino preso. Antes de falar sobre o título, preciso dar uma explicação básica. É bem simples de entender, mas eu também defendo as mulheres porque elas tendem a ser mais constipadas que os homens. Não que não existam homens constipados, tenho muitos pacientes do sexo masculino com esse problema, mas é mais frequente em mulheres.

Quando uma paciente chega ao consultório com constipação, o primeiro passo para o especialista é determinar se o problema está no funcionamento do intestino, o que chamamos de inércia colônica. Nesse caso, investigamos se a causa é genética ou ambiental, relacionada à alimentação. Descobrimos que o problema no funcionamento do intestino ocorre em cerca de 25 a 30% desses casos de constipação em mulheres. O problema não é no intestino, mas sim na saída do reto e do ânus, o que chamamos de bloqueio de defecação ou defecação obstruída. O problema está na dinâmica da expulsão das fezes, que chegam no reto, mas têm dificuldade de sair devido a uma contração muscular.

Essa contração muscular é chamada de músculo puborretal. Esse músculo sai da frente das vértebras púbicas e faz uma curva ao redor do reto, formando uma espécie de correia que puxa o reto para a frente enquanto relaxa. No entanto, quando o paciente vai defecar, esse músculo não relaxa completamente e impede a saída das fezes. Esse é o principal problema do bloqueio de defecação.

Os sintomas do bloqueio de defecação podem incluir a sensação de obstrução durante a evacuação, vontade constante de defecar e evacuação incompleta do reto. Para diagnosticar o bloqueio de defecação, além da história clínica, podemos realizar exames como a retossigmoidoscopia, um exame de raio-x que permite visualizar se há bloqueio durante a evacuação. Outro exame é a eletromiografia, que mede as contrações e relaxamentos musculares do reto e do canal anal, ajudando a confirmar o diagnóstico.

Quanto ao tratamento, o principal é o biofeedback, considerado o tratamento padrão ouro. Nesse procedimento, um pequeno canal é inserido no reto, permitindo que o paciente visualize as pressões do músculo puborretal em um monitor de computador. Com a ajuda de um especialista, o paciente realiza exercícios específicos para relaxar e contrair a musculatura corretamente. O biofeedback geralmente consiste em duas sessões por semana, com duração de cerca de 20 minutos cada, ao longo de seis a oito semanas.

Além disso, alguns pacientes podem se beneficiar do uso de relaxantes musculares ou da prática de exercícios físicos intensos, desde que liberados pelo médico. Em resumo, é importante procurar um médico especialista para contar sobre o problema e fazer um diagnóstico adequado. Espero que este vídeo tenha sido esclarecedor e agradeço pela atenção. Se inscreva no nosso canal para receber mais vídeos sobre saúde. Até o próximo vídeo!

Fonte: Bloqueio Defecatório e Intestino Preso! por Dr. Fernando Lemos – Planeta Intestino