Perda de Memória: Causas e Mitos

No vídeo de hoje, vamos falar sobre um assunto muito comum e uma queixa frequente nos dias de hoje no consultório: a perda de memória. Essa queixa, que antes era associada apenas a pacientes mais idosos, tem se tornado cada vez mais comum em pacientes mais jovens. Médicos e pacientes se preocupam com o fato de que a perda de memória possa ser um indicativo de um quadro de demência iminente. No entanto, a maior parte dos casos de perda de memória não está associada à demência.

Para entender melhor, vamos falar sobre quatro causas comuns de perda de memória:

1. Perda de memória associada ao envelhecimento: Esse tipo de perda de memória é comum em pessoas mais velhas e ocorre de forma gradual. Os pacientes podem esquecer onde colocaram as chaves, nomes de pessoas próximas ou outras informações do cotidiano. É importante ressaltar que, mesmo com esse esquecimento, o paciente consegue lembrar se for dado um tempo para tentar se recordar.
2. Comprometimento cognitivo leve: Esse estágio antecede um quadro inicial de demência e é caracterizado por uma perda real de memória, principalmente de memória recente. Cerca de 50% dos pacientes com comprometimento cognitivo leve evoluem para demência em três anos.
3. Depressão: A depressão também pode cursar com perda de memória, principalmente por conta de um distúrbio do humor grave. Pacientes com depressão podem apresentar tristeza, isolamento social e angústia, o que afeta a memória e pode ser confundido com demência. É importante tratar a depressão para reduzir o esquecimento.
4. Demência: A demência é um quadro mais grave, que envolve não apenas a perda de memória, mas também alterações comportamentais significativas. No caso do Alzheimer, por exemplo, há uma diminuição dos hippocampus, que são responsáveis pelo armazenamento de memória, o que causa a perda gradativa e progressiva da memória.

Além dessas causas, é importante mencionar que a perda de memória abrupta também pode ocorrer em casos de delírio, como em infecções agudas em idosos. Nesses casos, assim que a infecção é tratada, o paciente retorna ao estado normal de memória.

O diagnóstico da perda de memória é feito em consultório, com base na suspeita diagnóstica do paciente. Exames de imagem e laboratoriais podem ser solicitados para afastar outras causas. Vale ressaltar que algumas medicações, como os benzodiazepínicos, em doses altas e por longos períodos, podem causar perda gradativa de memória e devem ser avaliadas por um médico neurologista.

Em resumo, é importante entender que nem toda perda de memória significa demência. Existem diversas causas de esquecimento, e cada uma deve ser investigada para que seja feito o diagnóstico correto e o tratamento adequado. Se inscreva em nosso canal para receber novos vídeos todas as quintas-feiras.

Fonte: DIFERENTES TIPOS DE PERDA DE MEMÓRIA por Clínica da Mente

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