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Como lidar com alucinações na Doença de Alzheimer: 10 dicas essenciais.

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A pessoa que você cuida, seu familiar com doença de Alzheimer, está vendo, ouvindo ou sentindo coisas estranhas que só ele ou ela vê e ouve? Essa situação pode ser incomoda e até assustadora, mas neste vídeo vamos falar sobre alucinações na doença de Alzheimer.

Mas afinal, o que é alucinação? Nós percebemos as coisas do mundo através dos sentidos, como a visão, audição e o tato, o olfato e o paladar. Para perceber algo, é necessário que exista um objeto da percepção. Por exemplo, para ouvirmos uma música, tem que haver alguém cantando ou um aparelho tocando. Para vermos um vaso de flores, tem que existir um vaso e flores. Para sentirmos um cutucão na pele, tem que ter algo nos tocando.

Em resumo, tem que existir um objeto da nossa percepção. Na alucinação, porém, existe uma percepção sem objeto a ser percebido. Na alucinação, o paciente tem a percepção de coisas sem a existência do objeto.

Já tive pacientes com todos os tipos de alucinações. Como o tio que via todas as noites uma enorme gorila na janela do seu quarto, e isso o assustava muito. Ou o paciente que tinha alucinações horríveis e amedrontadoras, como cobras ou monstros. Mas também existem alucinações agradáveis, onde o paciente vê crianças, flores e animais.

Essas são as alterações visuais. Alguns pacientes também ouvem vozes, barulhos estranhos e músicas. Já tive um paciente português que ouvia o hino de Portugal à noite, mesmo quando não estava sendo tocado. E lembro de uma paciente que ouvia o latido de cães, mesmo quando os cães não estavam latindo.

Além disso, existem alucinações táteis, onde o paciente sente coceira, formigamento ou algo andando pelo seu corpo. Já tive um paciente que sentia gosto de sangue na boca, mesmo sem haver nenhuma lesão.

Essas são apenas alguns exemplos de alucinações. Elas são sintomas frequentes na doença de Alzheimer e outras demências. Alguns medicamentos, mesmo os bem indicados, podem provocar alucinações. Mudanças de ambiente ou a presença de pessoas desconhecidas também podem provocar ou piorar as alucinações.

Agora que explicamos o que são as alucinações, vamos apresentar algumas estratégias de como lidar com essa situação complexa. Apesar de não existir um objeto da percepção para o paciente, aquilo que ele está percebendo é real para ele.

Então, em primeiro lugar, não devemos ter medo das alucinações. Elas fazem parte da doença. É comum os familiares ficarem aflitos e procurarem um médico, dizendo que o paciente está tendo comunicação com o além, está conversando e vendo coisas que não existem.

Em segundo lugar, é importante passar confiança ao paciente. Dizer a ele que não está sozinho, que você está ali para protegê-lo e cuidar dele. Contestar que aquela percepção não existe não é correto, pois o paciente acredita nisso. É melhor dizer “ainda não consegui ver ou ouvir, mas estou aqui para tomar todas as providências”.

Outra estratégia é tentar distrair o paciente, mudar de assunto, conversar, brincar ou tocar em algo que o paciente goste. É importante também cuidar do ambiente, evitando objetos que possam projetar sombras que confundam o paciente.

Além disso, programar algo agradável para os momentos em que as alucinações são mais frequentes pode ser uma boa estratégia. Por exemplo, colocar um vídeo de uma pessoa querida, um animal de estimação ou algo que o paciente goste de ver.

Se nenhuma estratégia funcionar e as alucinações estiverem causando muito desconforto ao paciente, é importante levar ao conhecimento do médico. Existem medicamentos neuroléticos que podem ajudar a controlar as alucinações, mas é importante lembrar que todos os medicamentos têm efeitos colaterais e a adaptação nem sempre é fácil. O médico poderá avaliar a melhor opção para cada caso.

No próximo vídeo, falaremos sobre como lidar com os delírios. Esperamos que este vídeo tenha sido útil e esclarecido algumas dúvidas. Compartilhe com outras pessoas, pois muitas podem precisar dessas informações. Muito obrigado!

Fonte: 10 dicas de como conhecer e lidar com alucinações na Doença de Alzheimer. por Alzheimer com Dr Pelegrino