Hiperidrose: Causas, sintomas e tratamento

Já estima-se que cerca de dois milhões de brasileiros sofreram com hiperidrose, e eu faço parte dessa população. No meu caso, sempre foi um incômodo terrível o suor excessivo nas mãos. Então, eu passei pela cirurgia chamada de simpatectomia, e é sobre essa experiência e essa doença que eu irei falar com vocês no vídeo de hoje.

Me chamo Abraão, e se você tropeçou e caiu nesse vídeo, não se esqueça de se inscrever no canal e clicar em gostei aqui em baixo. É importante frisar que o sol age como termorregulador, ajudando a regular a temperatura do nosso corpo para mantê-lo estável em diferentes situações. Naturalmente, o suor aumenta com o consumo de bebida alcoólica, de medicamentos e drogas ilícitas, alimentos picantes, tensão emocional e clima. Porém, a hiperidrose mantém esse suor aumentado independentemente da situação.

A hiperidrose em determinadas partes do corpo pode ser tratada com intervenção cirúrgica. E é isso que nos conecta. No couro cabeludo, no rosto, nas axilas, nos pés, as causas podem ser divididas em primárias, que é um fator genético e ainda um pouco desconhecido, ou secundárias, causadas principalmente por doenças infecciosas como malária, tuberculose, doenças endócrinas como o hipertireoidismo, e doenças neurológicas. Por isso, é muito importante consultar um médico para que o diagnóstico e o melhor tipo de tratamento sejam definidos. Nem todos os pacientes são candidatos a cirurgia.

A hiperidrose, curiosamente, é uma causa primária que gera também uma secundária, pois afeta o emocional e gera insegurança, baixa autoestima e até um certo isolamento social. Eu, por exemplo, me envergonhava das minhas mãos e evitava cumprimentar as pessoas, pois era muito constrangedor quando alguém me dizia: “Ah, eca, você está suando!” E não podia tapar minha mão na bermuda discretamente, pois as pessoas viam. Era muito desconfortável. E para quem está de fora, quem não tem o problema, talvez não tenha noção do quão isso é desagradável. Um simples passeio de mãos dadas para mim era algo inimaginável porque não tinha a menor condição de eu dar as mãos para quem quer que seja. Era sempre um isolamento nessa parte. Inclusive na escola, para escrever, utilizava um paninho embaixo da mão, em cima do caderno, para não molhar a folha e não rasgar. Eu fiz a prova do ENEM com uma toalhinha.

Então, as pessoas olham e estranham. É desconfortável, real só para vocês terem uma noção. Na hora que não estava suando muito, ia para a minha mão, suava muito mais. Se eu parasse, aí ela me davam uma cutucada. Toda essa instabilidade emocional causada pela hiperidrose piora a sudorese e isso vira um ciclo vicioso, porque à medida que você está suando, isso afeta o seu emocional e você está criado com aquilo. E você transpira mais, é como se você, que não tem o problema, tivesse na situação de nervosismo e transpirar. Se você tem pele oleosa e fica numa situação de nervosismo, de tensão, de desconforto, de constrangimento, transpira ainda mais.

A simpatectomia é um procedimento seguro, eficaz e relativamente simples. Consiste na interrupção da informação do nervo simpático, que faz parte do sistema nervoso autônomo. São feitos dois cortes pequenos bilateralmente na axila. É uma cirurgia minimamente invasiva. Eu não cheguei nem a pegar ponto, eles colaram, ficou muito imperceptível. Hoje quase não dá para ver. Se uma pessoa me ver sem camisa, ela não vai perceber, a menos que eu mostre a marquinha, mas é quase apagada. O paciente recebe uma anestesia geral, e por meio de uma câmera introduzida no tórax, localiza-se o simpático e faz-se a dessecação com cauterização ou o simpático é clipado. E assim, para que o procedimento seja realizado, todo o ar do pulmão é retirado. Isso explica uma dor ou desconforto quando a gente acorda da anestesia e respira. Mas não é nada aterrorizante. A recuperação é rápida e o resultado é imediato.

A sudorese compensatória é uma questão que já é avisada ao paciente, até mesmo durante as consultas, pois eles explicam sobre a sudorese compensatória ou reflexa. Cerca de 60% a 70% dos pacientes vão ter a sudorese compensatória. Então, você resolve o problema onde ele está te incomodando, e outra parte do seu corpo irá receber uma compensação desse suor. É imprescindível que você tenha conhecimento disso. Para 97% dos pacientes, essa compensação é tolerável e ela é menor com menos intensidade do que o problema inicial. Quando você transpira muito, por exemplo, nas mãos e após a cirurgia passa a transpirar nas costas e nos pés, não chega a ser tão excessivo quanto nas mãos, e é uma região do corpo que não me incomoda tanto.

Você pode estar se perguntando por que não está vendo suor escorrendo. E aí fica aqui comigo, que no final do vídeo vocês vão entender o que eu faço para não mostrar que estou transpirando. Porém, claro, há uma pequeníssima chance dessas áreas compensatórias serem intoleráveis, ou seja, a pessoa se sentir mais desconfortável ainda do que era antes da cirurgia. É possível, então, anular esse procedimento. É importante hidratar.

Até algum tempo atrás, a hiperidrose não era entendida como uma doença. Esse reconhecimento é relativamente recente, e para quem não tem recursos particulares para buscar um tratamento, saiba que eu fiz a minha cirurgia pelo SUS. É seguro e o SUS oferece a cirurgia gratuitamente. E vale muito a pena.

Agora chegou a hora de revelar para vocês por que a minha camisa não está molhada. Antes de iniciar a gravação, eu coloquei uma camisa térmica por baixo. Graças a Deus, hoje tem roupas para pessoas que possuem esse problema. E geralmente utilizo essa por debaixo. É um segredo que estou revelando agora no vídeo. Ela absorve duas vezes mais no corpo e quatro vezes mais nas axilas. Eu sei que não tenho um problema de transpirar muito nas axilas, mas para quem tem, fica a dica. Creme lipotérmico, ela é da Inside, e vocês podem ver que não só aqui, o peitoral das costas também está molhado. Então, assim, é bem concentrada a pessoa que o corpo não está transpirando, ela é aqui no peito, nas costas também. Então, é isso, gente. Vídeo fica por aqui. Espero que tenham gostado, e até o próximo. Fui!

Importante: hidrate-se.

Fonte: FIZ A CIRURGIA DE HIPERIDROSE por Italo Hugh

Posts Relacionados:

Cirurgia de câncer de intestino: procedimento, técnica e recuperação Cirurgia para Hiperidrose: saiba mais sobre o procedimento Recuperação da cirurgia de tireoide: exercícios para uma boa recuperação | Cláudia Belém Fonoaudióloga Cirurgia de câncer de intestino – complicações e procedimento