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Cirrose hepática: tudo que você precisa saber sobre tratamento e prognóstico.

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Olá e hoje eu gostaria de falar com vocês um pouco sobre cirrose. Se você ou algum familiar teve diagnóstico de cirrose, esse vídeo pode lhe ajudar. Mas antes de começar, eu gostaria que você desse seu like e se inscrevesse no canal para ser avisado quando novos vídeos forem publicados.

Então, eu resolvi fazer esse vídeo porque há algum tempo eu fiz uma enquete no Instagram perguntando o que uma pessoa pensaria se tivesse diagnóstico de cirrose hoje. A palavra “morte” apareceu em praticamente todas as respostas. Por isso, eu escolhi o título “Cirrose não é uma sentença de morte” para tentar desmistificar um pouco essa ideia.

Quando a pessoa recebe um diagnóstico de cirrose, o primeiro pensamento que vem à mente é a imagem daquela pessoa que está no estágio avançado da doença, internada no hospital, com a barriga inchada de água, olhos amarelos, emagrecida e esperando por um transplante de fígado. Mas nem sempre é assim.

O fígado é um órgão totalmente silencioso até que sua função piore muito. Ele não apresenta sintomas óbvios de problemas, como náuseas, vômitos, diarreia, estufamento ou dor de cabeça. Pessoas que têm cirrose devido a um dano crônico no fígado causado por gordura, álcool, medicamentos ou hepatites virais, podem não apresentar sintomas por um longo período de tempo.

Quando fazemos uma avaliação de alterações no fígado, encontradas em exames de rotina ou em ecografias de abdômen, descobrimos alterações na estrutura do fígado ou até mesmo quando a pessoa já sabe que tem alterações hepáticas há alguns anos, mas nunca procurou um especialista, o diagnóstico de cirrose pode ser impactante.

Mas, muitas vezes, a pessoa se pergunta como pode ter cirrose se nunca teve sintomas. A resposta está no fato de que o fígado pode estar sendo agredido cronicamente, sem apresentar sinais óbvios de doença. Durante esse processo, o fígado vai sendo cicatrizado, resultando na cirrose.

A cirrose é dividida em quatro estágios grossos de fibrose hepática, sendo o estágio quatro a cirrose em si. Pessoas que procuram um especialista devido a alterações hepáticas encontradas em exames de rotina e que são assintomáticas, geralmente têm um fígado funcionando adequadamente.

Essas pessoas podem fazer muito pelo seu fígado, a fim de evitar que sua função piore. Ao receber o diagnóstico de cirrose, em vez de entrar em desespero, é importante mudar o estilo de vida de forma adequada. Se a pessoa não praticava atividade física, por exemplo, ela deve começar a fazer exercícios. Se está acima do peso, deve buscar perder peso. Se tem diabetes, precisa controlar totalmente a doença.

A mudança de estilo de vida é sempre difícil, seja para perder peso, para quem não possui esse hábito, ou para suspender o consumo de álcool, tanto pela dependência física quanto pelo hábito em si. É importante ser extremamente aderente ao plano prescrito pelo médico, seguir as recomendações, fazer uma dieta adequada e, se necessário, ter acompanhamento nutricional.

Também é essencial receber suplementos nutricionais e vitaminas, fazer todas as vacinações recomendadas para pacientes com cirrose. É importante ter um acompanhamento médico regular, com intervalos de consultas não maiores do que seis meses, para monitorar o fígado e detectar precocemente a presença de nódulos malignos.

Para pessoas que já têm cirrose descompensada, com sintomas como ascite (acúmulo de água na barriga) ou sangramento digestivo, existem mais opções de tratamento. Dependendo da causa-base da cirrose, é importante tratar também essa condição específica. Por exemplo, se a cirrose é provocada por hepatite viral, é preciso tratar a hepatite.

Se a pessoa já chegou ao ponto em que sua função hepática está comprometida, é necessário considerar o transplante de fígado como opção de tratamento curativo. No entanto, é sempre importante postergar o transplante o máximo possível, melhorando a função hepática e resolvendo outras questões de saúde que possam contribuir para a cirrose.

O diagnóstico de cirrose pode ser assustador, mas não é uma sentença de morte. Com mudanças no estilo de vida, aderência ao tratamento prescrito e acompanhamento médico, é possível melhorar a função hepática, diminuir os riscos de complicações e viver uma vida plena mesmo com cirrose.

Espero que esse vídeo tenha sido esclarecedor para você. Se tiverem sugestões para os próximos vídeos, por favor, deixem nos comentários.

Fonte: Cirrose não é uma sentença de morte! por Dra. Raquel Scherer de Fraga