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Causas da insônia e como tratá-la | Dra. Luana Brandão – Médica Especialista

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Insônia no indivíduo idoso

Olá, eu sou Luana Brandão, médica geriatra da Clínica Espaço Ativo. Estou aqui para conversar com vocês sobre insônia no indivíduo idoso.

Você acha que a insônia é algo natural e normal do envelhecimento? Pois é, não é a verdade. O indivíduo idoso precisa de menos horas de sono. De um modo geral, uma criança precisa de 10 a 12 horas de sono, enquanto o indivíduo acima de 60 a 65 anos precisa de cerca de seis a sete horas de sono por noite. Mas isso não significa insônia.

Insônia é quando dormimos com uma qualidade de sono ruim. Ou seja, você pode passar 10 horas na cama e não significa que teve uma boa noite de sono. O que vai determinar se tivemos uma boa noite de sono é se durante o dia estamos bem dispostos. A pessoa que não dorme bem durante a noite começa a ter dor de cabeça, irritabilidade, sinais de depressão, tristeza, mal-estar, falta de concentração e perda de memória. Por outro lado, quando temos uma boa noite de sono, dificilmente teremos esses sintomas causados pela insônia.

É importante lembrar que o indivíduo idoso precisa de menos horas de sono, mas isso não significa que a insônia seja normal no envelhecimento. A insônia, de modo geral, é um fator que agrava outras doenças pré-existentes no idoso. Por exemplo, se tenho insônia, posso agravar meu quadro de hipertensão arterial, diabetes, obesidade, depressão e perda de memória. Isso ocorre porque existe um ciclo circadiano no nosso corpo que libera substâncias que ajudam na restauração dessas patologias através de um sono bem dormido.

Além disso, alguns medicamentos são utilizados para tratar a insônia, porém devem ser utilizados por um curto período de tempo e em momentos específicos. Alguns desses medicamentos podem gerar perda de memória, maior risco de queda e instabilidade, que são fatores de risco para o envelhecimento mal sucedido. Portanto, quando um idoso utiliza esse tipo de medicação, pode causar danos à sua saúde, o que precisamos controlar durante a consulta de geriatria.

Identificar se existem esses agravos, como o uso incorreto de medicações para a insônia, é fundamental para o tratamento adequado. Além disso, também precisamos identificar se existem algumas doenças que levam à insônia, como a síndrome da apneia obstrutiva do sono, doença de Parkinson, artrose, artrite e quadros demenciais da doença de Alzheimer.

Antes de falarmos sobre o tratamento medicamentoso, é importante abordar a higiene do sono na consulta. A higiene do sono consiste em ter horários regulares para se deitar e acordar, evitar refeições pesadas antes de dormir, tomar cuidado com o uso de medicamentos que podem gerar insônia, evitar o consumo de alimentos estimulantes como café e a utilização de celulares na cama.

Fiquem atentos a essas questões relacionadas ao sono, pois podem afetar nossa qualidade de vida. Não se esqueçam de que sonhar não é ter insônia. É normal que o idoso durma menos, desde que ele se sinta bem durante o dia. No entanto, se tiver um sono agitado e não reparador, e durante o dia se sentir mal, é importante procurar um médico, preferencialmente um geriatra, para buscar ajuda. O sono e a insônia hoje em dia são fatores de risco para doenças graves, principalmente no processo de envelhecimento.

Se ficou alguma dúvida, deixe anotado aqui que responderei em outro vídeo. Tchau!

Fonte: POR QUE TENHO INSÔNIA? | Dra. LUANA BRANDÃO por Projeto de Vida