Cardiomiopatia Hipertrófica: Entenda a Doença que Afeta o Bombeamento do Sangue

A gente é o seguinte: nós lembramos do caso daquele menino lá do iate que morreu, chegou morto já ao hospital da zona norte de Teresina, NEODI. O desespero dos pais, aquela notícia que todos nós acompanhamos com muita tristeza. A família se resguardou, direito de não divulgar a causa da morte do menino. Nos bastidores, circula muito a informação de que aquela criança, Francisco Felipe, foi vítima de uma cardiomiopatia hipertrófica. Essa doença, como ela pode ser, de anos diagnosticado. Então nós convidamos o doutor Elisiário, mesmo não tendo a certeza exata, mas se comenta muito nos bastidores de que essa teria sido a causa.

A gente resolveu explicar por que já coloca os pais numa situação de alerta, é principalmente porque na infância, como foi o caso dele, essa doença pode realmente manifestar momentos fatais.

Autorizado. Bom dia. Onde nosso bom dia, telespectador da TV Cidade Verde. É uma doença que, só dizer, nem é. É uma das cardiopatias que a gente mais frequenta é a hipertrófica. É a doença genética mais comum de origem cardíaca. Cada mil nascimentos, você tem duas crianças que são portadoras de cardiopatia hipertrófica. Então, vamos explicar como que o coração doente pode ser identificado. É a partir de alguns exames, por exemplo, o ecocardiograma, que é o exame de referência, que a gente consegue entender como que o coração está. Nós temos quatro cavidades, dois átrios e dois ventrículos. A circulação do lado direito não se comunica com a circulação do lado esquerdo. Então, nós temos dois ventrículos, o ventrículo direito e o ventrículo esquerdo. Separando cada um deles, nós temos essa banda muscular, nós temos esse “séptico” que nós denominamos de septo interventricular. O que acontece é uma doença de mutação genética, na qual ocorre um desarranjo de fibra muscular. Então, o coração sofre um engrossamento que a gente chama de paráfico espesso.

Essa parede grossa pode ser concêntrica, pode ser a parede posterior do ventrículo esquerdo, juntamente com o septo. Por outro lado, existe um outro tipo de cardiomiopatia hipertrófica, na qual somente o septo interventricular que ele fica perto, ele cresce. Às vezes, esse crescimento é tão grande, que diminui muito a cavidade do ventrículo esquerdo, no momento de injeção. Faz com que haja uma dificuldade de esvaziamento sanguíneo. Então, o sangue que está no ventrículo esquerdo, que tem que ser injetado pela aorta, ele vai ter essa dificuldade.

Então, o que é que vai acontecer? Vai diminuir o fluxo sanguíneo nas coronárias, podendo provocar dor no peito, infarto. Daí, a cardiomiopatia hipertrófica é a causa mais comum de morte súbita em pacientes menores de 35 anos. Esse desarranjo de fibra muscular vai ocasionar arritmias cardíacas também, que é outro grande fator de mortalidade desses pacientes.

Essa diminuição desse fluxo sanguíneo pela parede da aorta, no momento dessa contração que está vigorosa, pode diminuir. O indivíduo pode ter 35 pico de desmaiou, 35, e muitas vezes você tem a forma chamada não obstrutiva, ou seja, uma cardiomiopatia hipertrófica que é hipertrófica, mas não obstrui. E às vezes o paciente evolui assintomático durante todas.

Então, vamos falar um pouco sobre a sintomatologia dessa doença. Por exemplo, quando a gente quer evitar que um problema como esse, que a pessoa já nasce com ele, é totalmente ignorado e jamais evoluapara um caso de fatalidade, por exemplo, na hora de uma atividade física intensa, pode passar para uma próximafase, que a gente acha mais ou menos a mesma coisa. Na hora de uma atividade física intensa, mais ou menos, um infarto, uma obstrução maior pode acontecer, provocando a morte, sem dúvida.

E quanto mais precoce ocorrer a manifestação dos sintomas, mais grave é a doença. Os sintomas: nós temos dispneia, que é a falta de ar, cansaço, fadiga muscular e, principalmente, na adolescência, isso se intensifica nos esforços e, por vezes, nos casos de cardiomiopatia hipertrófica com padrão obstrutivo, importante você pode ter inclusive angina do peito. Então, pai ou mãe, que tem filhos crianças ou adolescentes que manifestam esses sintomas e que os mesmos se exacerbam durante a atividade física, essa criança tem que ser levada imediatamente ao cardiologista. Que no momento de uma simples ausculta cardíaca, ele pode diagnosticar por esse fato obstrutivo. Um sopro cardíaco, isso não é escutado, é facilmente identificável. Um simples eletrocardiograma já me dá uma pista muito importante de que se trata de cardiomiopatia hipertrófica.

O exame padrão ouro que nós temos que realizar é um exame de fácil acesso, baixo custo, é o eco doppler cardiograma, que no momento que você faz o diagnóstico, essa criança ou adolescente tem que ser retirado imediatamente de atividades físicas competitivas.

E tem cura? No caso. Não tem cura. É uma doença que nós temos tratamento, mas não temos cura. O tratamento dele consiste em medicamentos. Você pode utilizar nos casos em que o certo é muito hipertrófico, você pode retirar uma parte dessa espessura. Você pode, inclusive, fazer o cateterismo, a alcoolização, uma esclerose da artéria que irriga esse certo. Você faz o que nós denominamos de maneira paradoxal, o infarto terapêutico, para diminuir a contratilidade. E quando o mesmo é sobrevivente de morte súbita, ou seja, ele teve uma arritmia, que teve uma parada, foi de sete lados, ou ele tem um ventrículo grave, nesses casos, nós temos que colocar um desfibrilador implantável, que é um aparelho semelhante a um marca-passo, mesmo fica conectado, para que o mesmo, quando tiver uma arritmia, possa atuar e possa reverrecuperar rápido.

É isso, bom dia.

Aqui, então, as explicações extremamente didáticas do do Twizy Ário Júnior, que esteve com a gente hoje falando sobre cardiomiopatia hipertrófica. Importante é que, se algum caso na família diagnosticado com uma herança genética forte, que outras pessoas próximas têm que ser investigadas também, para evitar que o pior aconteça. Estou muito obrigada. Mais tarde, você pode inclusive rever esse vídeo do totalizado lá no CDP.

Fonte: Cardiomiopatia hipertrófica: doença que dificulta o bombeamento do sangue por TVCidadeVerde