Pular para o conteúdo

Câncer de Estômago: Sinais, Sintomas, Tratamentos e Prevenção – Guia Completo

  • por
  • posts

Câncer de Estômago: Fatores de Risco, Sintomas e Tratamento

Olá a todos! Eu sou Thiago Fez Vinho, médico oncologista do Instituto Íntegra. Vim aqui hoje para conversar um pouco sobre câncer de estômago.

O câncer de estômago é uma doença muito comum no Brasil, com aproximadamente 20 mil novos casos diagnosticados por ano. É importante estarmos atentos a esse problema. Sabemos que no Brasil e no mundo, essa doença é mais comum em homens do que em mulheres.

O que é importante saber sobre o câncer de estômago? Primeiro lugar, é super importante lembrar que existem fatores de risco que aumentam as chances de seu aparecimento. Portanto, a prevenção é super importante.

Quais são os fatores de risco conhecidos hoje? Sem sombra de dúvidas, o principal fator de risco é uma infecção por uma bactéria chamada H. pylori. É comum que, durante uma endoscopia, seja verificado se o estômago possui essa bactéria. Sabemos que pacientes com essa infecção têm um risco maior de desenvolver câncer de estômago. Portanto, é importante reconhecer e tratar essa infecção para reduzir as chances de desenvolver a doença.

Além da infecção por H. pylori, outros fatores de risco estão relacionados ao estilo de vida. O consumo excessivo de sal e o baixo consumo de frutas e verduras aumentam as chances de desenvolver câncer de estômago.

Além disso, é importante destacar que existem dois locais onde o câncer de estômago pode aparecer: no próprio estômago e em uma região chamada de transição esôfago-gástrica ou junção esofagogástrica. Nessa região ocorre um aumento importante no aparecimento de câncer. E por que é tão importante saber disso? Porque existe um fator de risco claramente associado a esse tipo de câncer: o refluxo. Portanto, pacientes que têm queixa de refluxo, azia ou queimação, devem reconhecer esses sintomas e, muitas vezes, fazer uma endoscopia para verificar se possuem a doença do refluxo e prevenir o aparecimento do câncer de estômago.

Além da infecção por H. pylori, obesidade e tabagismo também aumentam o risco de desenvolver o câncer de estômago na região da transição esôfago-gástrica.

E o que a população deve saber sobre sinais de alerta que possam indicar um problema no estômago? Quais são os sintomas que levam uma pessoa a procurar um médico e, eventualmente, fazer um exame para avaliar se há algum problema no estômago?

Os principais sintomas que os pacientes podem apresentar são queimação e dores abdominais, principalmente na região mais alta chamada epigástrio. Além disso, pode haver perda de peso e um sintoma que às vezes passa despercebido: cansaço excessivo. Em alguns casos, pode ocorrer mudança na coloração das fezes, tornando-as mais escuras, o que está relacionado com a perda de sangue. Esses sintomas são sinais de alerta e indicam a necessidade de procurar uma equipe médica para fazer uma avaliação e, eventualmente, realizar o principal exame para detectar tumores de estômago: a endoscopia digestiva alta. Esse exame é realizado há bastante tempo, é seguro e consiste em introduzir um tubo com uma câmera na ponta pela boca do paciente para avaliar o esôfago e a cavidade do estômago. Caso seja encontrada alguma alteração suspeita no estômago, uma biópsia pode ser realizada e o material enviado para análise.

Em relação ao tratamento do câncer de estômago, uma vez que o diagnóstico é feito e a biópsia confirma que se trata de um câncer de estômago, a primeira pergunta é: qual o tipo de câncer? O tipo mais comum é o adenocarcinoma, que corresponde a cerca de 95% dos tumores de estômago. O tratamento dependerá do momento em que o câncer foi diagnosticado, ou seja, em qual estágio ele se encontra. Para definir isso, são solicitados exames complementares, como tomografia do tórax, abdome e pelve. Em alguns casos específicos, pode ser necessário realizar um rastreamento completo do corpo.

Tanto o cirurgião quanto o oncologista vão definir qual é a melhor estratégia de tratamento dependendo das características do tumor e do paciente. Pacientes que descobrem o câncer de estômago numa fase muito inicial, em que o tumor está confinado às paredes mais superficiais do estômago, geralmente são submetidos a uma cirurgia. Em casos em que a lesão já penetrou mais profundamente nas camadas do estômago ou infiltrou os linfonodos ao redor do órgão, considera-se que o câncer está em um estágio mais avançado. Nesses casos, além da cirurgia, o paciente provavelmente precisará fazer algum tipo de tratamento complementar, como quimioterapia.

Um tratamento bastante utilizado, tanto no Brasil como no mundo, é a quimioterapia pré-operatória ou perioperatória, ou seja, o paciente realiza algumas sessões de quimioterapia antes da cirurgia, depois é submetido à operação e, posteriormente, recebe mais sessões de quimioterapia no pós-operatório. É importante ressaltar que todos esses planos de tratamento dependem das características do tumor e do paciente, e são definidos por uma equipe multidisciplinar que envolve cirurgiões, oncologistas e outros profissionais de saúde.

No caso de o câncer de estômago já estar em um estágio mais avançado e ser detectada alguma metástase em exames de imagem, como fígado, pulmão ou ossos, o tratamento mais importante é a realização de quimioterapia. Hoje em dia, temos uma novidade nesse campo, que é a associação de imunoterapia e quimioterapia. Estudos científicos mostraram que essa combinação aumenta a chance de controle do câncer de estômago em estágios mais avançados.

Portanto, é importante ficar atento aos sintomas desse tipo de câncer, principalmente ao desconforto abdominal, à queimação e à perda de peso, e conversar com a equipe médica para fazer um diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maior será a chance de cura do paciente. Obrigado!

Fonte: Câncer de Estômago – Sinais, sintomas, tratamentos e prevenção por Instituto Integra Saúde