Bronquiolite: tudo o que você precisa saber

O bolo chegou, e com ele as preocupações são as doenças respiratórias, especialmente a bronquiolite que acomete mais os bebês e as crianças. Muitos pais questionam como saber se seu filho tem um resfriado comum ou algo mais grave. A verdade é que doenças como a bronquiolite geralmente começam com sintomas comuns de gripe e evoluem para algo mais grave. Para falar sobre isso, conversamos com o doutor Franklin Martins, que é pneumologista e vai nos ajudar a explicar tudo sobre a bronquiolite.

Então, o que é a bronquiolite? Qual a diferença entre bronquiolite e bronquite? Segundo o doutor Franco Martins, a bronquiolite é uma inflamação e uma obstrução das pequenas vias aéreas. Essas vias aéreas começam no nariz, nas vias nasais, seguem pela região da garganta, faringe, laringe, indo até a traqueia, que se divide entre brônquios e depois brônquios. A inflamação da região dos brônquios é chamada bronquite, e a inflamação numa segunda ramificação desses brônquios, quando eles ficam menores ainda, é chamada bronquiolite. Essa inflamação nos brônquios causa falta de ar e dificuldade na passagem do ar pela via respiratória, uma dificuldade respiratória nas crianças.

O que provoca a inflamação das vias aéreas mais estreitas do pulmão conhecidas como brônquios? Por nessas canais, a inflamação aumenta a produção de muco, que dificulta a passagem do ar. Mas como se pega a bronquiolite? Essa é uma dúvida muito comum na internet, e é importante esclarecer que a bronquiolite é uma doença viral, portanto, ela é causada por vírus que atingem o sistema respiratório. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal deles, mas existem outros como rinovírus, adenovírus e influenza, que desencadeiam gripes e resfriados. Esses vírus estão no ar, e as crianças podem pegar as doenças na escolinha, na creche, em casa, ou seja, em qualquer lugar que a criança tiver contato com outra pessoa infectada.

A inflamação e o vírus tornam os brônquios mais grossos e com a presença de muco, que pode ficar obstruído, dificultando a entrada e, principalmente, a saída do ar. Por isso, não é raro que a bronquiolite seja acompanhada de tosse com catarro e é importante destacar que, na maior parte dos casos, os sintomas de bronquiolite melhoram em duas a três semanas sem precisar de um tratamento específico. No entanto, é importante que a criança seja avaliada por um pediatra para ter um diagnóstico correto, como destaca o doutor Franco Martins. Ouça o diagnóstico:

Ele é simples, para um pediatra ou um médico habilitado. Não se faz necessário grandes exames de sangue, raio-x, tomografia… Nada disso. Baseado na história clínica de como aquele quadro veio se desenvolvendo ou através do exame que o médico faz no consultório, a grande maioria dos casos já tem o seu diagnóstico. Alguns sintomas característicos são: febre baixa, irritabilidade, falta de apetite e, claro, dificuldade para respirar, caracterizada por chiados no peito, batimento das asas do nariz e exalações de ar forçadas e prolongadas. Mas pode também apresentar aumento da frequência cardíaca, zumbido no ouvido, vômitos, conjuntivite e, nos casos mais graves, uma coloração azulada em torno da boca e nas extremidades, como ponta dos dedos, o que evidencia um alto grau de comprometimento respiratório.

Mas quando suspeitar da doença? Basicamente, ao observar que seu filho, aquele bebê de 0 a 2 anos, principalmente na faixa etária dos seis meses, está com dificuldade para respirar e ficando mais amuado. Ele pode fazer um som ruim na respiração e não está aceitando alimentação de forma adequada, não está aceitando o leite. Ou a criança está agitada ou apresentou um episódio de febre que os pais observam que sai do normal, essa é a rotina da criança. Então, não existe algo muito específico que possa dizer “não, é só bronquiolite”. Mas quando houver dificuldades respiratórias, é importante que os pais procurem auxílio do pediatra.

E para os bebês de até um ano de idade, como é o tratamento? O tratamento visa à melhora da criança, até a diminuição dos sintomas. Só os bebês acima dessa idade recebem tratamento de acordo com o grau de comprometimento da doença. Ouça o doutor Franco Martins sobre essa questão:

O tratamento, principalmente, é a oferta de oxigênio. O bebê vai ficar numa câmara recebendo oxigênio, ou com um cateter, a depender da idade, no nariz, para poder respirar. Aquela quantidade de oxigênio associado. Isso também pode envolver vários tipos de inalação, com soro fisiológico ou soros especiais que podem ser preparados no pronto-socorro ou no hospital. E uma parte do tratamento também é a hospitalização. Os pacientes podem ficar nesse estado de internação hospitalar e até mesmo na UTI. Então, o mapa do tratamento vai se variar. Vai acontecer ali dentro do hospital.

Existe vacina contra a doença? Não, não existe uma vacina para o vírus que causa a bronquiolite. O principal modo de prevenção envolve algo que estamos fazendo com frequência nesses últimos anos em razão da pandemia do novo coronavírus, que é a higienização das mãos e superfícies com sabão e álcool gel. Sabemos que os vírus que podem causar a bronquiolite são passados através da mucosa nasal, e por isso é importante não deixar bebês e crianças perto de pessoas infectadas. Deve-se manter sempre a atenção à higiene nasal da criança, lavando o nariz com soro fisiológico, e claro, observar sinais de dificuldade respiratória.

A bronquite pode sim ser a causa de morte de uma criança. Existem, infelizmente, casos que evoluíram para óbito. Mas vale ressaltar que hoje em dia, o tratamento é muito mais eficaz, especialmente quando o diagnóstico é feito logo no início dos sintomas. Por isso, é importante que os pais fiquem de olho e, ao menor sinal de sintomas de bronquiolite, consultem um médico.

Muito obrigada pela companhia! Espero que tenham curtido o tema. Compartilhe com seus amigos, deixe seu comentário e até a próxima!

Fonte: BRONQUIOLITE MATA? CONHEÇA A DOENÇA QUE ASSUSTA PAIS E MÃES DE BEBÊS – REDETV EXPLICA #30 por RedeTV