Pular para o conteúdo

Bactéria da Tuberculose combate câncer na bexiga: descoberta surpreendente.

  • por
  • posts


Entenda por que razão se deve realizar aplicação de um medicamento dentro da bexiga depois que você realiza a cirurgia para retirada de um tumor

Olá! Me chamo Lucas Felipe Gomes e sou médico urologista da cidade de Concórdia, no estado de Santa Catarina. Nesse vídeo, vamos tentar entender por que se utiliza um medicamento dentro da bexiga depois que você realiza a raspagem de um câncer que estava dentro dela. Antes de continuar assistindo, gostaria de pedir que você se inscreva no meu canal do YouTube, Topo Lojista, ative as notificações e, principalmente, não esqueça de compartilhar esse vídeo com seus amigos, colegas e conhecidos, a fim de que essa informação útil consiga chegar ao maior número possível de pessoas.

Quando realizamos o tratamento para o câncer de bexiga, a terapia inicial para esse tipo de tumor costuma ser a raspagem da bexiga. Um paciente que descobre o câncer de bexiga, que geralmente é acompanhado de um sangue na urina que acontece de maneira indolor, realiza a sua investigação e acaba descobrindo que existe uma lesão, um tumor, dentro da bexiga. O urologista, sabedor disso, necessita entrar lá dentro da bexiga com um aparelho especial e realizar a raspagem desse tipo de tumor. Com isso, consegue-se tratar tumores em sua fase inicial e, ao mesmo tempo, já consegue-se estabelecer o diagnóstico definitivo.

Após a raspagem do tumor, em alguns casos é necessário realizar a aplicação de algumas substâncias dentro da bexiga para o melhor tratamento desse tumor. Por que nosso objetivo é realizar esse tratamento complementar depois que é realizada a cirurgia do câncer de bexiga? Porque esse tipo de câncer tem uma característica de recidivar muito facilmente. Recidivar significa que esse câncer pode voltar com bastante facilidade dentro da bexiga. E, para prevenirmos esse tipo de acontecimento, realiza-se a aplicação desses produtos depois que essa cirurgia é realizada.

Costuma-se esperar um período de quatro a seis semanas para que aquela área que foi raspada cicatrize bem. E então, o médico prescreve um tratamento depois disso. Esse tratamento, em alguns casos, pode ser continuado até mesmo por dois anos, o que é um período bastante longo. Nesses casos, coloca-se um cateter até a bexiga, pelo pela uretra. Esse medicamento é introduzido dentro da bexiga e o paciente fica com esse medicamento duas a três horas dentro da bexiga e depois acaba fazendo xixi.

Mas quais são os principais medicamentos utilizados para esse tratamento? O principal deles, que é o mais utilizado, que tem mais estudos e costuma ser o melhor, é o BCG. O BCG é uma bactéria da tuberculose que é uma cepa muito parecida com a usada na vacina que temos no braço para a prevenção da tuberculose. Essa vacina de BCG é introduzida dentro da bexiga com a finalidade de promover uma resposta imunológica do seu sistema de defesa. Quando o sistema imunológico entra em contato com essa bactéria dentro da bexiga, ele provoca o acúmulo de alguns linfócitos que, ao mesmo tempo que vão provocar um processo de inflamação dentro da bexiga, vão atacar as células cancerígenas que porventura possam ainda estar lá. O tratamento continuado com isso, estimulando o sistema imunológico dentro da bexiga, faz com que a possibilidade desse tumor retornar diminua consideravelmente. É por gerar esse processo inflamatório que certos pacientes que se utilizam desse BCG dentro da bexiga podem ter sintomas urinários muito importantes, tais como ardência para urinar, queimação e alguns podem até mesmo fazer sangue na urina. Esse tratamento deve ser continuado, como eu disse, até por um período de dois anos, ou reavaliações periódicas por parte do urologista, para avaliar se esse tumor não retornou. Isso é feito através de um exame chamado cistoscopia, onde o médico visualiza a bexiga por dentro.

Esse BCG serve para melhorar a imunidade local e prevenir a recorrência do câncer de bexiga. Além do BCG, outras substâncias que são utilizadas nesse caso são a mitomicina e a gemcitabina. Elas também são espécies de quimioterápicos, porém não têm uma ação tão boa quanto o BCG. Os principais efeitos colaterais dessas substâncias são ardência para urinar e processos inflamatórios dentro da bexiga. O uso desses medicamentos é considerado de segunda linha, sendo dada preferência ao BCG. O BCG faz parte do tratamento complementar e sempre deve ser oferecido para pacientes que têm tumores de bexiga localizados, ou seja, tumores que ainda sejam superficiais e que não tenham se espalhado para outras partes do corpo. Se o tumor se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento com BCG, infelizmente, não é mais efetivo.

Gostaria de agradecer a todos e pedir que se inscrevam no meu canal do YouTube. Comentem, curtam e compartilhem esse vídeo. Se a informação fornecida for relevante para vocês, não hesitem em tirar suas dúvidas, fazer críticas, comentários ou sugestões. Forte abraço e até o nosso próximo vídeo!

Fonte: A bactéria da TUBERCULOSE combate o CÂNCER dentro da bexiga!!! por Toque de Urologista