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AstraZeneca: Entenda o risco de trombose e saiba mais

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As Vacinas contra a COVID-19 e os Riscos de Trombose

No dia Treze de Junho, fizemos um quadro fantástico falando sobre as vacinas contra a COVID-19, os problemas dos efeitos colaterais, etc. Recebemos uma quantidade tão grande de perguntas depois, que decidimos voltar a falar sobre esse tema. Para responder a essas perguntas, trouxemos a Dra. Vivian Avelino Silva, médica, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Hospital Albert Einstein. Neste vídeo, vamos falar sobre trombose e as vacinas anti-COVID-19.

Uma das perguntas mais frequentes é se a vacina da AstraZeneca, em específico, apresenta algum perigo para pessoas com trombofilia. A Dra. Vivian explica que a trombofilia é uma característica que algumas pessoas têm de ter uma tendência de mais facilidade para desenvolver trombose. Os relatos raros de eventos de trombose em pessoas vacinadas com a AstraZeneca e a Johnson & Johnson ocorreram em pessoas que não tinham trombofilia ou qualquer outro fator de risco conhecido. Além disso, esses eventos são extremamente raros, ocorrendo em uma média de 7 a 20 casos a cada 30 milhões de vacinados.

A Dra. Vivian ressalta que, embora esses eventos sejam raros, qualquer vacina pode ter efeitos colaterais graves. Por exemplo, a vacina contra a gripe e a vacina da febre amarela também podem causar efeitos colaterais graves em alguns casos. Portanto, é importante levar em consideração a relação entre os riscos e os benefícios da vacinação contra a COVID-19.

Outra dúvida comum é se mulheres que tomam anticoncepcional podem receber a vacina da AstraZeneca. A Dra. Vivian explica que, até o momento, não há evidências de que o uso de anticoncepcionais aumente o risco de trombose relacionada à vacina. Portanto, a recomendação é que mulheres que usam anticoncepcionais também sejam vacinadas.

Um espectador pergunta se alguém já morreu após receber a primeira dose da vacina da AstraZeneca. A Dra. Vivian explica que, quando se vacina milhares de pessoas em um curto período de tempo, é inevitável que ocorram mortes relacionadas à vacinação. Porém, é importante ressaltar que esses casos são extremamente raros, e que a vacinação em massa é fundamental para enfrentar a pandemia.

Outra pergunta interessante surge em relação à transmissão do vírus por meio da vacina. A Dra. Vivian esclarece que nenhuma das vacinas contra a COVID-19 utiliza vírus vivos ou atenuados, portanto não há risco de transmissão do vírus para outras pessoas por meio da vacina.

Além disso, a Dra. Vivian ressalta que a presença de colesterol alto não é uma contraindicação para a vacinação. Embora o colesterol alto aumente o risco de AVC, não há evidências de que a vacina da AstraZeneca potencialize esse risco em pessoas com essa condição.

Por fim, a Dra. Vivian aborda a suspensão da vacina da AstraZeneca em alguns países da Europa. Ela explica que essa decisão foi tomada devido ao risco raríssimo de trombose observado em pessoas vacinadas. No entanto, é importante levar em consideração o contexto epidemiológico de cada país e a disponibilidade de outras vacinas. No Brasil, por exemplo, onde a oferta de vacinas é escassa, a vacina da AstraZeneca continua sendo administrada.

Em resumo, é fundamental entender os riscos e benefícios da vacinação contra a COVID-19 e discuti-los com um profissional de saúde. Cada caso é único, e é importante considerar a situação individual de cada pessoa antes de tomar a decisão de se vacinar.


Fonte: AstraZeneca e o risco de trombose por Drauzio Varella