Conjuntivite Alérgica – Alergia Ocular

Olá! Se você é novo por aqui, seja bem-vindo! Esse é o canal da Pediatria, e eu sou a Dra. Cassiano. Hoje a gente vai conversar sobre a conjuntivite alérgica, ou alergia ocular. Fique comigo até o final do vídeo que vou te contar tudo sobre a conjuntivite alérgica.

Para quem não sabe, a conjuntivite alérgica e a alergia ocular são a mesma coisa. A alergia ocular é muito frequente em crianças, muito mais frequente do que em adultos. A coceira está sempre presente na conjuntivite alérgica, e os outros sintomas que costumam aparecer são vermelhidão nos olhos, sensação de vermelho sob a luz, lacrimejamento e secreção. Essa secreção é mais branquinha, parece uma lágrima um pouco mais espessa. Às vezes, a criança chega até a ficar com o olho grudadinho.

A conjuntivite alérgica está muito relacionada com as crianças alérgicas. Elas têm mais chances de desenvolver conjuntivite alérgica. E os pais sempre perguntam: “Doutora, o que causa conjuntivite alérgica no meu filho?” Os principais agentes são os alérgenos inalatórios, como poeira, ácaro, mofo, pelo de animal, pólen, entre outros.

O diagnóstico da conjuntivite alérgica é feito com exame clínico com o oftalmologista. Para isso, a gente usa um aparelho chamado lâmpada de fenda. Com esse aparelho, a gente consegue ver alterações específicas que costumam aparecer nos olhos. As mais comuns são as papilas, que são bolinhas que aparecem na conjuntiva e parecem uma samambaia. Na conjuntivite mais interna, a gente pode ver lesões na córnea, que é o “vidrinho” do olho, alterações como ceratite e alguns pontos inflamatórios que a gente chama de pontos de Rogaine. Em casos mais graves, a gente vê até úlceras que se formam na córnea.

Aqui no consultório oftalmológico, a gente consegue ver que a criança tem os sinais de alergia e que ela possui a conjuntivite alérgica. Agora, quem vai descobrir o que o seu filho é alérgico é o médico alergologista. O alergista vai pedir os exames para saber o que a criança é alérgica. Descobrindo o que o seu filho é alérgico, o alergologista vai fazer um tratamento específico para dessensibilizar a criança daquele alérgeno. Esse é o tratamento que é feito com imunoterapia, também conhecida como vacina. Quando os exames apontam ao que a criança é realmente alérgica, o alergista consegue ir direto ao ponto e tratar a real causa da alergia.

Aqui a gente faz tratamento tópico, que vai tratar as consequências da alergia, com produtos antialérgicos. A criança alérgica apresenta conjuntivite alérgica, a gente vai amenizar os sintomas, a gente vai controlar para ela não ter aquela irritação no olho. Agora, quem vai na real causa da alergia é o alergista. A gente precisa sempre fazer um tratamento em conjunto. É uma alergia muito pontual, não tem tanta necessidade, mas quando é uma alergia mais crônica, mais intensa, a gente precisa do auxílio do alergista, porque ele vai direto ao ponto. Enquanto isso, a gente vai fazer o tratamento tópico para ajudar a criança a melhorar a qualidade de vida, ter menos irritação e coceira, e evitar as complicações do ato de coçar o olho.

Então, se a criança tem ceratite que não é tratada, isso pode prejudicar a visão no futuro. O fato de coçar muito os olhos também pode ajudar a desenvolver o famoso ceratocone, que aí a gente vai explicar em um outro vídeo. Então, a gente precisa tratar a criança de uma forma global: o alergista vai na causa, e a gente vai amenizar as consequências. O tratamento da alergia tem três pontos diferentes.

A primeira coisa é o tratamento do ambiente. A gente precisa tirar do ambiente da criança o que está causando aquela alergia. É necessário diminuir a poeira, tudo que possa ter mofo, às vezes animal de estimação, evitar que entre no quarto, que suba na cama da criança. Usar aspirador de pó em casa e, quando úmido, em vez de vassoura, porque a vassoura só levanta o pó. Existem algumas técnicas que a gente pode fazer para diminuir a quantidade de ácaro e mofo em casa.

A segunda coisa que a gente faz é tratar com colírio. Em casos mais leves, a gente usa um colírio antialérgico. Às vezes, a gente precisa usar um colírio com corticoide para controlar a crise. O corticoide tem efeitos colaterais, pode aumentar a pressão e causar catarata. Então, a gente usa em momentos pontuais, mas para a crise mesmo, a gente não pode ficar usando de forma prolongada. E se a criança não fica bem sem o corticoide, a gente vai pensar em outras estratégias. Existem pomadas que a gente manda manipular com um imunomodulador que ajuda a controlar muito bem a alergia no olho. Às vezes, a gente precisa de medicação oral também.

Fazer a higiene dos olhos com um shampoozinho de neném é bem importante. A gente já explicou várias vezes como fazer: usar um coxinha de neném para lavar os olhos todos os dias no banho é fundamental. Então, põe na mão, faz uma espuminha, lava bem e depois enxágua com água. Depois, a gente seca com a toalha. Compressas com água gelada também ajudam bastante.

Como cada caso é um caso, cada criança uma criança, o tratamento depende de como a criança responde. A gente tem vários níveis que a gente pode usar ou não. A gente entra com o nível mais baixo, se a criança responde bem, ótimo. Se não respondeu, a gente vai pensar em outra estratégia. E aí a gente vai tentando equilibrar, manter a criança o mais controlada possível, sem os sintomas da alergia. Porque eu quero deixar como recado para vocês que o importante é a gente manter a criança o mais controlada possível, mesmo que para isso a gente tenha que mantê-la com uma medicação de uso contínuo. O tratamento é fundamental para manter a criança controlada e evitar as complicações futuras.

Então, me conta: seu filho tem alergia ocular? O que você faz para aliviar os sintomas dele? Como é o seu tratamento? Deixa aqui nos comentários as suas dúvidas que a gente vai respondendo tudo. Um beijo e até o próximo vídeo!

Fonte: ALERGIA NO OLHO: O QUE É BOM PARA TRATAR E POR QUE ACONTECE por EyeKIDS Oftalmopediatria

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