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A moça do avião – Podcast Outras Histórias

Quando viajamos sozinhos de avião, não sabemos quem sentará ao nosso lado nesse trajeto, que geralmente leva mais de hora. Já aconteceu de saber de alguma boa história ou ter um papo interessante? Com o Drauzio, parece sempre acontecer o contrário.

Eu já vi gente para trazar com parceiro de assento em avião mas como este que vos fala eu duvido que exista outra é o Olá eu sou Drauzio Varella e aqui você vai ouvir outras histórias o E aí eu nunca seja enjoado exigente assim aqueles que esperam viver experiências transcendentais com o ocupante da poltrona vizinha dos que sonham conhecer o futuro sócio para ganhar fortunas um

Filósofo que vai desvendar o segredo da existência uma mulher fatal longe disso eu já fico feliz com um pouco Basta que me deixe ler e escrever um texto olhar as nuvens sem me incomodar se por acaso sinto antipatia gratuita por alguém na sala de embarque eu tenho certeza absoluta de que essa pessoa vai sentar o meu lado agora quando encontro uma senhora simpática um senhor de boas maneiras uma mulher com perfume delicado um amigo que eu não vejo faz tempo nem

Me entusiasmo é certeza que ele vai ficar na frente e o no fundo da aeronave ou vice-versa eu tenho impressão de que as companhias a a organizar um cumpro para escolher a dedo meus companheiros e vou aí vem hoje tagarellas desenfreados os curiosos loucos para saber da vida íntima que eu levo os espaçosos que se apoderam do braço da cadeira a cotoveladas aqueles brutamonte que dormem despem compra o meu lado os mal-encarados que não pedem

Desculpa quando esbarro em mim os neuróticos e estúpidos que maltratam as comissárias de bordo e principalmente as crianças e riquezas e tu já viajei para Tóquio de classe econômica com belero de um bebê na fileira da frente não é que o marginal Zinho asiático gritar sem parar ele aguardava para gritar no momento exato em que eu pegava no sono outra vez fui para Los Angeles ao lado de um bêbado que derrubou um copo de vinho tinto no

Meu cobro já viajei para Manaus prensado entre duas Americanas ou polentas que transbordavam sobre o meu assento e não lembro Para onde foi que eu viajei ouvindo um gaúcho de escrever uma sucessão interminável de Desastres Aéreos quantos dias na fila do embarque vi uma mulher de rosto esculpido a cinzel lábios grossos rutilantes em cabelo crespo puxado para trás parecia uma divindade africana perdida no voo de Chicago para Miami Lógico que ela não

Sentou perto de mim passou alta né em direção as últimas fileiras do avião eu tava na primeira vida sobre um livro logo que mandar desligar os celulares e fechar os Portes aí eu sinti a mão da divindade africana no meu ombro posso sentar do seu lado o morro de medo na primeira fila sinto mais coragem assim que o avião decolou ela se achegou com doçura incrível como você parece com meu pai aí eu tiro uma fotografia da bolsa e mostrou era um senhor negro de olhar

Alegre numa festa de aniversário a alto de aparência cuidada do tipo que as mulheres elogiam ele vestia uma camisa de manga comprida igualzinha que eu usava Eu gostei da comparação aí como a intimidade de que a vida ela escreveu a infância em Chicago o curso na universidade de mim chega o encontro do futuro marido na estação de trem a paixão por ele o a ilha EA decepção ao descobrir que ele tinha outra e falou também do amante que

Ela arranjou para se vingar e depois a necessidade de retornar para casa dos pais perguntou se eu tinha filhos eu disse que tinha duas filhas e as suas filhas consegue sentir adultas perto de você ela ao contrário diz que virava a criança na presença do pai e essa é a razão pela cola tinha fugido Naquela tarde sem deixar o paradeiro precisava de um tempo para refletir ele achou que alguns dias de solidão na praia trariam a parte que ela tava buscando tomou dois

Copos de vinho escrever um bilhete no guardanapo e pediu para olhar dentro dos olhos dela E aí perguntou se podia confiar em mim o que queria dizer não ela queria que eu desse um telefonema de Miami para ler um Zé Ricardo contido no bilhete abrir o bilhete estava escrito assim papai querido eu te amo mas preciso crescer já tenho 38 anos e uma filha de 16 não fugir de casa saí de perto e nos despedimos na saída do avião o

Portão de embarque para São Paulo eu resolvi Cumprir o que eu tinha prometido liguei atendeu a mãe e diz que o pai havia saído À Procura da filha e meu melhor inglês eu conta a história do encontro casual e o pedido que a moça tinha me feito para ler a mensagem a senhora achou tudo muito estranho Tentei Ser convincente e insiste que era médico brasileiro tava voltando para casa depois de um Congresso Internacional e que a minha participação involuntária

Naquele drama familiar se limitava ao favor que ela acabaram de prestar a uma desconhecida e foi perda de tempo eu não consegui convencer a senhora Depois de várias perguntas que eu não soube responder a senhora me acusou de ter seduzido e raptado a filha dela mas não se pode quando ela me assou mandar a polícia atrás de mim aí eu desliguei o telefone falando foi tanta gente naquele avião que aquela moça tinha que sentar

Justamente meu lado um e semanalmente estarei aqui para contar outras histórias a trilha sonora foi feita pela in sonoris e a produção é da usei NK conteúdo em