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Vitafer

Como o Vitafer funciona?


Vitafer é indicado como auxiliar no tratamento das anemias
carencias. Como suplemento mineral em dietas restritivas e
inadequadas, convalescença. Indicado também como suplemento mineral
em crianças em fase de crescimento, na gestação e aleitamento e
para idosos.

O tratamento no caso de deficiência nutricional é feito com
administração de ferro e de alimentação rica, sobretudo em
proteínas, até que as reservas sejam completamente
reestabelecidas.

O ferro, componente do Vitafer, é um componente importante do
sangue. Uma deficiência de ferro no organismo acarreta formação
inadequada de células de componentes das hemáceas, com consequente
descoloração destas hemácias e deficiência em sua função.

O destino de ferro nas células, após absorção no intestino,
abrange um processo complexo. A princípio o ferro é transformado em
hidróxido férrico. Ocorre uma combinação desse hidróxido férrico
com a apoferritina e forma-se o complexo ferritina, que é
responsável pela liberação de ferro no sangue circulante.

Dentre outros fatores, a anemia também pode ser atribuída à
infestação por Ancylostoma sp. e Necator sp. Contudo,
indivíduos não parasitados, mas com deficiência alimentar de longa
duração, apresentam com frequência anemia hipocrômica ou
microcítica. O paciente, nestas condições, responde bem ao uso de
ferro, sobretudo ao sulfato ferroso, que é facilmente absorvido
pelo intestino.

Perda crônica de sangue é outro fator importante deste tipo de
anemia, uma vez que quantidades apreciáveis de ferro deixam o
organismo em déficit de hemoglobina, reduzindo assim as reservas do
metal no organismo.

A administração de qualquer composto de ferro para correção de
anemias deve ser prolongada por várias semanas além da recuperação
do conjunto de sintomas para reabastecimento de depósito normal de
ferro no organismo.

Contraindicação do Vitafer

Vitafer é contraindicado aos pacientes que tenham hemocromatose,
hemossiderose, anemia hemolítica, tuberculose pulmonar, hipertensão
ou hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Vitafer também
está contraindicado a todas as anemias que não estão associadas à
deficiência de ferro.

Como usar o Vitafer

Cuidados de administração

O ferro é bem absorvido por via oral, especialmente se tomado
com o estômago vazio, mas usualmente sua administração é
acompanhada de alimentos para amenizar efeitos indesejáveis como
náuseas e azias.

A ingestão de outros medicamentos deve ser realizada em horários
separados da tomada do ferro, pelo menos, por duas horas.

Posologia do Vitafer


Utilizar 1 comprimido ao dia, após as refeições.

A administração de qualquer composto de ferro para correção de
anemias deve ser prolongada por várias semanas além da
recuperação do conjunto de sintomas para reabastecimento de
depósito normal de ferro no organismo.

Siga corretamente o modo de usar. Em caso de dúvidas
sobre este medicamento, procure orientação do farmacêutico. Não
desaparecendo os sintomas, procure orientação de seu médico ou
cirurgião-dentista.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou
mastigado.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Vitafer?


Tome a dose assim que se lembrar dela. Entretanto, se estiver
próximo o horário da dose seguinte, salte a dose esquecida e
continue o tratamento conforme prescrito. Não utilize o dobro da
dose para compensar uma dose esquecida.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Vitafer

O uso deve ser cuidadoso em pacientes com doenças do
estômago.

Evitar o uso prolongado (maior que 6 meses), exceto em casos de
hemorragias prolongadas e repetidas gestações.

Deve ser administrado entre as refeições para obter melhor
absorção.

Em pacientes com problemas gastrintestinais, deve ser
administrado junto às refeições para minimizar este efeito.

Uso durante a amamentação

O ferro passa para o leite materno. No entanto, não foram
detectados problemas em bebês amamentados por mães que utilizaram o
medicamento.

Reações Adversas do Vitafer

Este medicamento pode causar algumas reações adversas. As
reações abaixo podem ser minimizadas com a diminuição temporária da
dose, orientada pelo médico.

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes
que utilizam este medicamento):

  • Irritação gastrintestinal.
  • Dor epigástrica.
  • Náusea, vômito.
  • Fezes escuras.
  • Constipação.
  • Cólica estomacal.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que
utilizam este medicamento):

  • Angina.
  • Diarreia.
  • Coloração da urina.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que
utilizam este medicamento):

  • Irritação de contato.
  • Erupções cutâneas.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Vitafer

Uso durante a gravidez

Pode ser usado, a critério médico, durante a gravidez como
auxiliar no tratamento da anemia. Recomenda-se a administração
durante o segundo e terceiro trimestre da gravidez.

Este medicamento pode ser utilizado durante a gravidez
desde que sob prescrição médica ou do
cirurgião-dentista.

Uso em idosos

Em pacientes idosos a dose pode ser aumentada, pois há pouca
resposta a doses convencionais.

Uso em pacientes com insuficiência renal

Na insuficiência renal a causa essencial da anemia é a
deficiência de eritropoietina, mas pode exigir suplementação de
ferro por via oral e, em casos especiais, por via parenteral. Em
casos de insuficiência hepática, não é necessário reajuste de
dose.

Crianças

Este medicamento é contraindicado para menores de 7
anos.

Riscos do Vitafer

Não use este medicamento se você tem problemas
gastrointestinais.

Composição do Vitafer

Cada comprimido revestido contém

* Ingestão Diária Recomendada.
** Croscarmelose sódica, celulose microcristalina, estearato de
magnésio, álcool polivinílico + macrogol, dióxido de titânio,
corante alumínio laca amarelo crepúsculo 6, óxido de ferro vermelho
e água purificada.

Apresentação do Vitafer


Comprimido revestido de 109 mg. Embalagem contendo frasco com 50
comprimidos revestidos.

Uso oral.

Uso adulto e pediátrico acima de 7 anos.

Superdosagem do Vitafer

As superdoses agudas são muito raras em adultos, mas atingem as
crianças e podem ser muito graves, até mortais. As principais
manifestações da intoxicação por ferro são náuseas, vômitos com
sangue, diarreia abundante e com sangue, diminuição da pressão
arterial, insuficiência respiratória e morte.

Em caso de ingestão de grandes quantidades, deve-se oferecer ao
paciente leite e clara de ovo e procurar auxilio médico de
urgência. Se possível, levar o produto e/ou embalagem ao local de
atendimento.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Vitafer

Interações medicamento-medicamento

Medicamentos contendo alumínio, magnésio ou citrato de bismuto
diminuem a absorção de ferro. O uso concomitante com cimetidina,
omeprazol, metildopa, também reduz a absorção do ferro. O
tratamento concomitante com cloranfenicol retarda a absorção do
ferro. Interfere com a eficácia da levotiroxina. O ferro reduz a
absorção das tetraciclinas orais, das quinolonas (ciprofloxacina) e
ainda, a eficácia da penicilamina. A levodopa interfere no efeito
terapêutico do ferro.

Interações medicamento-alimento

Embora a absorção seja maior quando o estômago está vazio, a
administração junto às refeições diminui a frequência de efeitos
indesejáveis. Muitas substâncias (fitatos e oxalatos) presentes na
alimentação reduzem a absorção do ferro. A cafeína, leite e o
chá-mate também diminuem a absorção do ferro. É aconselhável um
intervalo de pelo menos 2 horas para a administração do
Vitafer.

Interações medicamento-exame laboratorial

Pode ocasionar falso positivo na pesquisa de sangue oculto nas
fezes. Informe ao laboratório que está em tratamento com o
medicamento caso tenha que colher amostras de fezes para
exames.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Ação da Substância Vitafer

Resultados de Eficácia


Comprimido

Um estudo foi desenvolvido no Centro de Atenção à Mulher do
Instituto Materno Infantil de Pernambuco, para avaliar a
efetividade de três esquemas de tratamento utilizando Sulfato
Ferroso (substância ativa) em gestantes anêmicas. Esse estudo foi
em Recife, no período de maio de 2000 a dezembro de 2001. O ensaio
clínico foi aleatório e cego do ponto de vista laboratorial,
utilizando comprimidos de Sulfato Ferroso (substância ativa) para
administração de 60 mg de ferro elementar. As gestantes foram
alocadas em três grupos de tratamento, conforme a frequência de
administração do ferro: uma vez por semana (n =48); duas vezes por
semana (n =53); e uma vez ao dia (n =49). Foram comparadas as
concentrações de hemoglobina, volume corpuscular médio e
ferritina.(1)

Antes da intervenção, os grupos eram homogêneos e apresentaram
as seguintes médias e desvios-padrão nas concentrações de
hemoglobina: 10,2 ± 0,5 g/dL para o grupo que recebeu Sulfato
Ferroso (substância ativa) uma vez por semana; 10,2 ± 0,6 g/dL para
o grupo que recebeu Sulfato Ferroso (substância ativa) duas vezes
por semana; e 10,1 ± 0,6 g/dL para o grupo que recebeu Sulfato
Ferroso (substância ativa) uma vez ao dia. As médias de volume
corpuscular médio foram, respectivamente: 88,5 ± 5,0; 87,6 ± 5,9; e
88,7 ± 5,1 fL. As medianas de ferritina foram 30,2; 37,1; e 52,9
ng/mL. Houve 27% de cura no esquema de uma vez por semana, 34% no
grupo tratado duas vezes por semana e 47% no tratamento diário.
Abandono do tratamento por queixa de diarréia ou dor epigástrica só
foi observado no tratamento diário.(1)

Em conclusão, o tratamento diário com Sulfato Ferroso
(substância ativa) continua sendo o mais eficaz.

Contudo, o tratamento com Sulfato Ferroso (substância ativa)
duas vezes por semana é uma alternativa em caso de dificuldade de
adesão ao tratamento diário.(1)

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. amp;
Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser
utilizado em todos os pacientes com diagnóstico
clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da
dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de
ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de
ferro. O Sulfato Ferroso (substância ativa) é o sal de escolha
devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de
tratamento depende da severidade da anemia.(2)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande
chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como
gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Para gestantes em áreas de baixa prevalência de anemia (Hb lt;
11 g/dl em menos de 20% das gestantes na segunda metade da
gravidez), a dose preconizada pela OMS é de um comprimido de 60 mg
de ferro elementar por dia. A suplementação deve ocorrer
principalmente durante a segunda metade da
gravidez.(2)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da
anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da
deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na
qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual
é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em
programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os
grupos de maior vulnerabilidade.(2)

Um estudo foi realizado para determinar se a suplementação de
ferro podia prevenir decréscimos no status de ferro e melhorar as
medidas de desempenho físico e estado cognitivo em soldados
mulheres durante o treinamento básico de combate (TBC). No estudo
de 8 semanas randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, os
soldados voluntários (n = 219) receberam cápsulas contendo 100 mg
de sulfato de ferro (correspondente a 15 ± 0,2 mg de ferro
elementar) ou placebo. Ensaios indicadores do status de ferro foram
realizados pré e pós- treinamento básico de combate. O tempo de
execução de duas milhas foi avaliado pós-treinamento básico de
combate. O humor foi avaliado através de um questionário, Perfil
dos Estados de Humor, pré e póstreinamento básico de
combate.(3)

A participação no curso de treinamento básico de combate (TBC)
teve efeito sobre o nível de ferro, como mostrado pela elevação do
RDW (índice que indica a variação de tamanho das hemácias) – P
lt;0,05 e do sTfR ( Receptor solúvel de tranferrina) – P lt;0,05. O
RDW no grupo placebo aumentou de 16.1 ± 1.5 % para 16.8 ± 1.5 % e
no grupo do ferro de 16.1 ± 1.6 % para 16.9 ± 1.6 %. O sTfR no
grupo placebo aumentou de 21.8 ± 8.0 nmol/L para 27.2 ± 10.5 nmol/L
e no grupo do ferro de 21.4 ± 9.0 nmol/L para 23.6 ± 9.6 nmol/L. A
ferritina sérica foi reduzida (P lt;0,05) pós-TBC, porém a
suplementação com ferro atenuou essa queda, pois no grupo placebo,
os valores de ferritina eram 39.6 ± 30.7 ng/mL e diminuiram para
26.0 ± 18.3 ng/mL e no grupo tratado com ferro eram de 37.0 ±
29.4 ng/mL e dimuiram para 32.0 ± 22.1 ng/mL.(3) Em voluntários com
ADF (Anemia por Deficiência de Ferro) no início da TBC, o
tratamento com ferro teve um efeito benéfico, porque o tempo de
execução médio foi de 110s mais rápido (P lt;0,001) no final do TBC
no grupo tratado com ferro em comparação com os voluntários
tratados com placebo (1081 ± 125s em comparação com 1191 ± 96s). A
suplementação com ferro resultou em melhora (P lt;0,05) no vigor,
de 10.8 ± 4.9 antes do tratamento para 13.1 ± 6.3 após o
tratamento, sobre o Perfil dos Estados de Humor pós –
TBC.(3)

Em conclusão, a suplementação com ferro atenuou o decréscimo nos
indicadores do estado nutricional de ferro nos voluntários. Além
disso, a suplementação de ferro mostrou-se ser benéfica para o
humor e a performance física.(3)

Referências:

(1) Souza A. I. et al.
Efetividade de três esquemas com Sulfato Ferroso para
tratamento de anemia em gestantes. Rev Panam Salud Publica vol.15
no.5 Washington May 2004.
(2) Cardoso, M. A. amp; Penteado, M. V. C. Intervenções
Nutricionais na Anemia Ferropriva. Caderno Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun, 1994.
(3) McClung J. P. et al. Randomized, double-blind,
placebo-controlled trial of iron supplementation in female soldiers
during military training: effects on iron status, physical
performance, and mood. Am J Clin Nutr. 2009 Jul;90(1):124-31. Epub
2009 May 27. PMID: 19474138 [PubMed – indexed for
MEDLINE].

Gotas

Um ensaio de campo randomizado, com crianças de 6 a 12 meses de
idade, foi realizado com o objetivo de avaliar a efetividade da
suplementação universal profilática com Sulfato Ferroso (substância
ativa), em administração diária ou semanal, na prevenção da anemia
em lactentes. As crianças foram atendidas em unidades básicas de
saúde do município do Rio de Janeiro, em 2004-2005. Foram formadas
três coortes concorrentes com suplementação universal com Sulfato
Ferroso (substância ativa) com grupos: diário (n=150; 12,5mg
Fe/dia), semanal (n=147; 25mgFe/semana) e controle (n=94). A
intervenção durou 24 semanas e foi acompanhada por ações educativas
promotoras de adesão. A concentração de hemoglobina sérica foi
analisada segundo sua distribuição, média e prevalência de anemia
(Hblt;110,0 g/L) aos 12 meses de idade. A avaliação da efetividade
foi realizada segundo intenção de tratar e adesão ao protocolo,
utilizando-se análises de regressão múltipla (linear e de
Poisson).(1)

Os grupos mostraram-se homogêneos quanto às variáveis de
caracterização. A intervenção foi operacionalizada com sucesso, com
elevada adesão ao protocolo em ambos os grupos expostos a ela, sem
diferença estatística entre eles. Após ajuste, somente o esquema
diário apresentou efeito protetor. Na análise por adesão, o esquema
diário apresentou evidente efeito dose-resposta para média de
hemoglobina sérica e prevalência de anemia, não sendo observado
nenhum efeito protetor do esquema semanal.(1)

Portanto, apenas o esquema diário de suplementação universal com
Sulfato Ferroso (substância ativa) dos 6 aos 12 meses de idade foi
efetivo em aumentar a concentração de hemoglobina sérica e em
reduzir o risco de anemia. (1) 

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. amp;
Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser
utilizado em todos os pacientes com diagnóstico
clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da
dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de
ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de
ferro. O Sulfato Ferroso (substância ativa) é o sal de escolha
devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de
tratamento depende da severidade da anemia.(2)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande
chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como
gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Crianças com baixo peso ao nascer (lt; 2,5 kg) apresentam
velocidade de crescimento pós-natal maior; por isso,
recomenda-se 2 mg de ferro elementar/kg de peso/dia a partir do
segundo mês de idade. Para crianças em idade escolar, se a
prevalência de ADF apresentar magnitude importante, o serviço de
saúde em assistência primária e os professores poderão fornecer
doses diárias de 30 a 60 mg de ferro elementar/dia, dependendo da
idade e do peso da criança.(2)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da
anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da
deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na
qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual
é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em
programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os
grupos de maior vulnerabilidade.(2)

Um estudo foi realizado com o objetivo de determinar a situação
de ferro das crianças que consumiam mingau cozido em água com
adição de Sulfato Ferroso (substância ativa). Um total de 234
crianças, com idades entre 6-12 meses, foram recrutados na
República Popular Democrática da Coreia (RPDC Coreia do Norte) e
divididos aleatoriamente em grupo ferro (Fe) e grupo placebo. No
início do estudo, não havia diferenças significativas entre os dois
grupos no que diz respeito à concentração de hemoglobina (Grupo Fe
com Hb = 111 ± 10.4 e grupo placebo com Hb = 111 ± 10.0) e na
prevalência de anemia. O grupo Fe recebeu mingau de arroz
fortificado com 10 mg de ferro (como Sulfato Ferroso (substância
ativa)) por dia, adicionada à água em que o arroz era cozido e o
grupo placebo recebeu cereal nãofortificado por 6
meses.(3)

Após a intervenção, a concentração média de hemoglobina no grupo
Fe foi significativamente maior do que no grupo controle (grupo Fe
118 g/L e grupo placebo 110 g/L; plt;0,001). A prevalência de
crianças com anemia no grupo Fe foi significativamente menor em
comparação com os do grupo placebo (grupo Fe com 24% e no grupo
placebo com 48%; p lt;0,001). Os valores de ferritina sérica foram
significativamente diferentes no final do estudo (Grupo Fe com 40,7
K/L e grupo placebo com 26,8 K/L; plt;0,001). A proporção de
crianças com anemia ferropriva (Hb lt; 110 g/L, Ferritina Sérica
lt; 12 mcg/L) no grupo Fe foi significativamente menor em
comparação com os do grupo placebo (p lt;0,001).(3) Em conclusão, a
adição de Sulfato Ferroso (substância ativa) reduziu a prevalência
de anemia ferropriva de lactentes na RPDC, sem reações adversas.
Esta fortificação simples seria apropriada como um programa
nacional na RPDC e em outros países.(3)

Em outro estudo objetivou-se testar a terapêutica com doses
profiláticas de sulfato ferroso no combate à anemia carencial
ferropriva, em 620 crianças de 4 a 36 meses de idade,
atendidas em duas unidades de saúde do Município de São Paulo,
Brasil. As crianças foram submetidas a coleta de sangue para
dosagem de hemoglobina. Em seguida, foi prescrita dosagem de 12
mg/dia de ferro elementar, por 30 dias.

Observouse que 25% dos menores de 6 meses apresentaram níveis de
hemoglobina inferiores a 11,0 g/dl. As maiores ocorrências de
anemia foram detectadas entre os de 9 e 23 meses de idade
(50,0%).

Decorrido o prazo, apenas 37,4% das crianças com anemia e 52,4%
das não anêmicas retornaram para reavaliação. Das 299 que foram
reavaliadas, somente 157 (52,5%) receberam a medicação
corretamente. A frequência de hemoglobinas inferiores a 9,5 g/dl
caiu de 17,1% no início do estudo, para 8,1% ao final da
intervenção. Por outro lado, o percentual de crianças com
hemoglobinas superiores a 12,0 g/dl subiu de 13,4%, para 33,4%. As
que receberam a suplementação férrica de forma correta registraram
queda nos índices de anemia sensivelmente maior que a observada
naquelas suplementadas de forma incorreta.

Concluiu-se que a terapêutica com doses profiláticas de Sulfato
Ferroso (substância ativa) mostrou-se eficiente na recuperação dos
níveis de hemoglobina.(4)

Referências:

(1) Engstrom E. M. et
al. Efetividade da suplementação diária ou semanal com ferro na
prevenção da anemia em lactentes. Revista de Saúde Pública, vol.42
no.5 São Paulo Oct. 2008 Epub Aug 08, 2008.
(2) Cardoso, M. A. amp; Penteado, M. V. C. Intervenções
Nutricionais na Anemia Ferropriva. Caderno Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun, 1994.
(3) Rim H.Y. MD, et al. Effect ofiron fortification of
nursery complementary food on iron status of infants in the
DPRKorea. Pac J Clin Nutr 2008;17 (2):264-269.
(4) Torres M.A.A. et al. Terapêutica com doses
profiláticas de Sulfato Ferroso (substância ativa) como medida de
intervenção no combate à carência de ferro em crianças atendidas em
unidades básicas de saúde. Revista de Saúde Pública, vol.28 no.6
São Paulo Dec. 1994.

Xarope

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. amp;
Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser
utilizado em todos os pacientes com diagnóstico
clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da
dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de
ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de
ferro. O Sulfato Ferroso (substância ativa) é o sal de escolha
devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de
tratamento depende da severidade da anemia.(1)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande
chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como
gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Para crianças em idade escolar, se a prevalência de ADF
apresentar magnitude importante, o serviço de saúde em assistência
primária e os professores poderão fornecer doses diárias de 30 a 60
mg de ferro elementar/dia, dependendo da idade e do peso da
criança.(1)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da
anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da
deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na
qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual
é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em
programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os
grupos de maior vulnerabilidade.(1)

Um estudo foi realizado em 118 crianças com anemia ferropriva
(IDA), com idade variando entre 1-6 anos, para comparar a eficácia
e efeitos colaterais do Complexo Polymaltose Ferro (IPC) em relação
ao Sulfato Ferroso (substância ativa) (SF) em preparações
convencionais para tratamento da anemia ferropriva (AF). Os
indivíduos foram randomizados para receber terapia oral com um IPC
(Grupo A, n = 59) ou SF oral (Grupo B, n = 59), todos receberam
ferro elementar em três doses separadas de 6 mg/kg/dia. Cento e
seis crianças puderam completar o estudo, sendo 53 em cada
grupo.(2)

Na maioria dos casos, em ambos os grupos A e B mostraram aumento
da hemoglobina após o tratamento. Nenhuma mudança foi observada na
Hb em 7,6% (n = 4) das crianças do grupo A e 1,9% (n = 1) do Grupo
B. Onze (20,75%) casos apresentaram diminuição da hemoglobina no
Grupo A, enquanto nenhum caso apresentou diminuição na hemoglobina
no grupo B. Os efeitos colaterais gastrintestinais foram 2,5 vezes
mais comum no grupo SF em relação ao grupo IPC (grupo IPC = 4
(7,6%) e grupo SF = 9 (17,0%)). Entretanto, um conjunto de
queixas residuais foram mais comuns no grupo do IPC em relação
ao grupo FS em um mês de seguimento (grupo IPC = 16 (30.8%) e grupo
SF = 2 (3.8%)).(2)

Portanto, as crianças que receberam Sulfato Ferroso (substância
ativa) tinham maior nível de hemoglobina, e menos queixas
residuais, em comparação com aqueles que haviam recebido
polymaltose complexo de ferro. Esse estudo sugere que o Sulfato
Ferroso (substância ativa) tem uma melhor resposta clínica e menos
efeitos adversos significativos durante o tratamento da anemia
ferropriva em crianças.(2)

Referências: 

(1) Cardoso, M. A. amp;
Penteado, M. V. C. Intervenções Nutricionais na Anemia Ferropriva.
Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun,
1994.
(2) Bopche A. V. et al. Ferrous Sulfate Versus Iron
Polymaltose Complex for Treatment of Iron Deficiency Anemia in
Children. Indian Pediatrics. Vol. 46, October 17, 2009. Published
online 2009 April 15. PII:S097475590700648-2.

Fonte: Bula do Profissional do
Medicamento Lomfer.

Características Farmacológicas


Mecanismo de Ação

O ferro é um componente essencial na função fisiológica da
hemoglobina; são necessárias quantidades adequadas de ferro para a
eritropoiese e a capacidade resultante de transportar oxigênio no
sangue. O ferro tem uma função similar na produção de mioglobina e
também serve como co-fator de várias enzimas essenciais. Quando se
administra por via oral, em alimentos ou como suplementos, o ferro
passa através das células mucosas no estado ferroso e se une à
proteína transferrina. Esta forma de ferro é transportada do
organismo à medula óssea para a produção de glóbulos vermelhos.

Farmacocinética

A absorção de ferro aumenta quando os depósitos estão vazios ou
quando aumenta a produção de glóbulos vermelhos. Entretanto,
elevadas concentrações de ferro diminuem a absorção.

Nas formas farmacêuticas orais, a absorção se comporta
da seguinte forma:

  • Pessoas com deficiência de ferro: absorve de 20 a 30%, sendo a
    quantidade aproximadamente proporcional ao grau de
    deficiência;
  • Pessoas sem deficiência de ferro: absorve-se de 3 a 10% do
    ferro ingerido. A absorção se processa principalmente no duodeno e
    jejuno proximal e é maior quando o ferro é ingerido com o estômago
    vazio. A absorção é mais eficaz quando o ferro encontra-se em sua
    forma ferrosa, do que quando está na forma férrica. Quando se
    administra com alimentos, a quantidade de ferro absorvida pode
    reduzir em 1/2 a 1/3 da dose ingerida com o estômago vazio. A união
    à proteína é muito elevada, cerca de 90% (hemoglobina-elevada;
    mioglobina, enzimas e transferrina-baixa e
    hemossiderinabaixa).

Não existe um sistema fisiológico de eliminação para o ferro e
este pode acumular-se no organismo em quantidades tóxicas,
entretanto, diariamente perdem-se pequenas quantidades de ferro,
algumas vezes no suor, leite materno (0,5 a 1,0 mg/dia); sangue
menstrual e urina.

Fonte: Bula do Profissional do
Medicamento Lomfer.

Cuidados de Armazenamento do Vitafer

Manter à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e
manter em lugar seco.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características Físicas

Comprimido revestido na cor marrom, circular e biconvexo.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Vitafer

Reg. MS – 1.0235.0219

Farm. Resp.:

Dr. Ronoel Caza de Dio
CRF-SP 19.710

EMS S/A

Rod. Jornalista Francisco Aguirre Proença, km 08
Bairro Chácara Assay
CEP 13186-901 – Hortolândia/SP
CNPJ: 57.507.378/0003-65
Indústria brasileira.

Siga corretamente o modo de usar, não desaparecendo os
sintomas procure orientação médica.

Vitafer, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.