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Vatis

Como o Vatis funciona?


Vatis (cloridrato de propafenona) tem como substância ativa o
cloridrato de propafenona, um agente que atua de forma a inibir ou
diminuir as irregularidades no ritmo e a mudança na frequência dos
batimentos cardíacos, com efeito estabilizador de membrana da
célula muscular do coração. O tempo médio estimado para o início da
ação farmacológica no organismo é de aproximadamente 3 horas após a
administração oral.

Contraindicação do Vatis

Este medicamento é contraindicado em casos
de:

  • Pessoas alérgicas ao cloridrato de propafenona ou a qualquer
    outro componente da fórmula do produto;
  • Nos casos de síndrome de Brugada (disfunção dos canais de íons
    do coração responsáveis pela condução do estímulo elétrico, ou
    seja, do impulso cardíaco, que pode causar uma arritmia ventricular
    grave ou fatal);
  • Doença estrutural cardíaca significativa ou insuficiência
    cardíaca descompensada (dificuldade do coração para bombear sangue
    suficiente às necessidades do organismo) com fração de ejeção do
    ventrículo esquerdo inferior a 35%;
  • Choque cardiogênico (ocorre após períodos de lenta e
    progressiva deterioração cardíaca, tornando o coração incapaz de
    bombear o fluxo sanguíneo), exceto quando causado por arritmia
    (batimento rápido do coração);
  • Diminuição acentuada da frequência cardíaca, sintomática ou
    não;
  • Doença do nódulo sinusal (uma forma específica de arritmia),
    transtornos pré-existentes de alto grau da condução sinoatrial,
    bloqueios atrioventriculares de segundo e terceiro graus, bloqueio
    de ramo ou bloqueio distal na ausência de marca-passo externo;
  • Doença pulmonar obstrutiva grave (doença crônica dos pulmões
    que diminui a capacidade de respirar);
  • Distúrbio eletrolítico não compensado (ex. alteração dos níveis
    de potássio no sangue);
  • Pressão sanguínea arterial muito baixa;
  • Tratamento concomitante com cloridrato de propafenona e
    ritonavir;
  • Miastenia grave;
  • Infarto agudo do miocárdio nos últimos 3 meses.

Como usar o Vatis

A medicação deve ser administrada exclusivamente pela via oral,
sob o risco de danos de eficácia terapêutica.

Devido a seu sabor amargo e ao efeito anestésico superficial da
substância ativa, os comprimidos revestidos devem ser engolidos
inteiros com um pouco de água, sem mastigar.

A dosagem deve ser ajustada conforme as necessidades individuais
dos pacientes.

O medicamento pode ser administrado com ou sem
alimentos.

Posologia do Vatis


Adultos

É essencial o controle clínico, eletrocardiográfico e da pressão
arterial do paciente feito pelo médico antes e durante a terapia,
para determinar a resposta da propafenona e o tratamento de
manutenção.

A determinação da dose de manutenção é individual. A dose
inicial para titulação e de manutenção diária recomendada é de 450
a 600 mg dividida entre 2 ou 3 doses por dia a cada 8 a 12 horas,
segundo a orientação de seu médico. Estes dados são válidos para
pacientes com peso corporal de aproximadamente 70 kg. Em pacientes
com peso inferior, devese reduzir convenientemente as doses
diárias, conforme esquema.

Dose mínima

450 mg/dia (1 comprimido de 150 mg, a cada 8 horas).

Dose média

600 mg/dia (2 comprimidos de 150 mg, a cada 12 horas).

Dose máxima

900 mg/dia (2 comprimidos de 150 mg, a cada 8 horas).

A dose individual de manutenção deve ser determinada sob
supervisão cardiológica, incluindo monitorização
eletrocardiográfica e medidas repetidas da pressão arterial (fase
de titulação) pelo médico.

O aumento da dose não deve ser realizado até que o paciente
complete 3 a 4 dias de tratamento.

O limite máximo diário de administração são 3 comprimidos
revestidos de 300 mg cada.

Idosos

De modo geral, não foram observadas diferenças na segurança ou
na eficácia do medicamento em idosos. No entanto, não pode ser
excluída uma sensibilidade maior de alguns idosos e, portanto,
estes pacientes devem ser monitorados cuidadosamente pelo médico. O
mesmo se aplica à terapia de manutenção. O aumento de dose não deve
ser feito com intervalos menores do que 5 a 8 dias de terapia.

Paciente com doença do fígado ou dos rins

Em pacientes com função do fígado e/ou dos rins debilitada, pode
haver o acúmulo do fármaco após administração de dose terapêutica
padrão. No entanto, esses pacientes podem ser tratados com Vatis
(cloridrato de propafenona), desde que haja controle cardiológico,
ou seja, controle eletrocardiográfico e monitoramento clínico.

Interrupção do tratamento

Mesmo que os sintomas tenham desaparecido, continue o tratamento
durante o período indicado por seu médico.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários,
as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem
o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Vatis?


Se você se esqueceu de tomar o medicamento, tome uma dose assim
que se lembrar. Se estiver no horário de tomar a próxima dose, a
dose esquecida deverá ser desprezada, e você deve simplesmente
tomar o próximo comprimido no horário usual. Não dobrar a próxima
dose para repor o comprimido que se esqueceu de tomar no horário
certo.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Vatis

Assim como outros agentes utilizados para tratar as
irregularidades no ritmo ou a mudança na frequência dos batimentos
do coração, Vatis (cloridrato de propafenona) pode causar uma nova
alteração ou piora da alteração préexistente.

Portanto, é essencial uma avaliação clínica e
eletrocardiográfica feita pelo médico antes e durante o tratamento
para determinar se a resposta ao medicamento comporta um tratamento
contínuo.

Síndrome de Brugada

Que é uma arritmia hereditária, pode ser desmascarada ou
aparecer no eletrocardiograma (ECG). As alterações podem ser
provocadas após exposição ao cloridrato de propafenona por
portadores assintomáticos da síndrome. Após o início do tratamento
com propafenona, um eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado para
descartar alterações sugestivas desta síndrome.

O tratamento com Vatis (cloridrato de propafenona) pode afetar o
limiar rítmico e a sensibilidade de marca-passos artificiais. O
marca-passo deve ter suas funções avaliadas e, se necessário, deve
ser reajustado.

Existe um potencial para conversão da fibrilação atrial
paroxística para flutter atrial.

Como outros agentes antiarrítmicos da classe 1C, pacientes com
doença cardíaca estrutural significativa podem estar predispostos a
eventos adversos graves; portanto, Vatis é contraindicado nesses
pacientes.

Vatis (cloridrato de propafenona) deve ser usado com cautela em
pacientes com obstrução das vias aéreas como, por exemplo,
asma.

Informe sempre ao médico sobre possíveis doenças do rim, do
fígado, insuficiência cardíaca ou outras condições que esteja
apresentando, para receber uma orientação cuidadosa.

Informe o médico se apresentar febre ou outros sinais de
infecção, dor de garganta ou calafrios, especialmente durante os
três primeiros meses de tratamento.

Efeitos na habilidade de dirigir e usar
máquinas

Visão embaçada, tonturas, fadiga e hipotensão postural podem
afetar a sua velocidade de reação e diminuir sua capacidade de
operar máquinas ou veículos motores. Durante o início tratamento,
você não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua
habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Reações Adversas do Vatis

Resumo do perfil de segurança

As mais frequentes e comuns reações adversas relatadas na
terapia com propafenona são: tontura, desordens de condução
cardíaca e palpitações.

São descritas a seguir reações adversas clínicas que ocorreram
em pelo menos 1 dos 885 pacientes que tomaram cloridrato de
propafenona SR (comprimidos de liberação modificada) em cinco
estudos de fase II e dois estudos de fase III. É esperado que as
reações adversas e as frequências sejam similares para as
formulações de liberação imediata deste medicamento. Também estão
incluídas a seguir as reações adversas que ocorreram
pós-comercialização de propafenona.

Reações adversas muito comuns (ocorre em mais de 10% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

  • Tontura (excluindo vertigem);
  • Desordens de condução cardíaca (por ex: bloqueio sinoatrial,
    bloqueio atrioventricular e intraventricular) e palpitações.

Reações adversas comuns/ frequentes (ocorre entre 1% e
10% dos pacientes que utilizam este medicamento)

  • Ansiedade e desordens do sono;
  • Dor de cabeça, alteração do paladar;
  • Visão embaçada;
  • Bradicardia sinusal, taquicardia, palpitação, flutter
    atrial;
  • Náusea, vômito, diarreia, intestino preso, boca seca, gosto
    amargo, e dor abdominal;
  • Falta de ar;
  • Alterações na função do fígado;
  • Fadiga, dor torácica, astenia (fraqueza) e febre.

Reações adversas incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

  • Diminuição das plaquetas no sangue;
  • Falta de apetite;
  • Pesadelos;
  • Desmaio, falta de coordenação dos movimentos e alteração da
    sensibilidade da pele (formigamento);
  • Vertigem;
  • Taquicardia ventricular, arritmia (alterações no ritmo do
    batimento do coração). A propafenona pode estar associada com
    efeitos pro-arrítmicos que se manifestam por meio do aumento dos
    batimentos cardíacos (taquicardia) ou na forma de fibrilação
    ventricular. Algumas dessas arritmias podem constituir ameaça à
    vida e podem requerer manobras de ressuscitação para prevenção de
    desfecho potencialmente fatal;
  • Diminuição da pressão sanguínea, incluindo hipotensão
    postural;
  • Distensão abdominal (inchaço do abdome) e flatulência
    (gases);
  • Alterações na pele: coceira, urticária, vermelhidão,
    eritema;
  • Impotência sexual.

Reações adversas raras (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

Não são conhecidas até o momento.

Reações adversas muito raras (ocorre em menos de 0,01%
dos pacientes que utilizam este medicamento)

Não são conhecidas até o momento.

São descritas a seguir reações adversas
pós-comercialização de propafenona, que não têm frequência
conhecida

  • Alterações no sangue: diminuição das células brancas, das
    plaquetas, ausência de plaquetas;
  • Reações alérgicas;
  • Confusão mental;
  • Convulsão, sintomas extrapiramidais (tremores, espasmos,
    movimentos involuntários) e inquietação;
  • Fibrilação ventricular; falência cardíaca (pode ocorrer um
    agravo de insuficiência cardíaca pré-existente) e redução da
    frequência cardíaca;
  • Hipotensão postural;
  • Distúrbio gastrintestinal e vômito;
  • Alterações no fígado (lesão celular, colestase, icterícia e
    hepatite);
  • Síndrome lupus-equivalente (caracterizada por febre, calafrios,
    dores articulares e musculares, fadiga e manchas vermelhas na
    pele);
  • Diminuição da contagem de espermatozoides (reversível após a
    descontinuação da propafenona).

Informe ao seu médico, cirurgião dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Vatis

Uso na gravidez

Não existem estudos adequados e bem controlados com mulheres
grávidas.

Vatis (cloridrato de propafenona) deve ser usado durante a
gravidez somente se o benefício potencial justificar o risco
potencial ao feto e se for indicado pelo médico. É conhecido que o
cloridrato de propafenona ultrapassa a barreira placentária em
humanos. Foi relatado que a concentração de propafenona no cordão
umbilical representa cerca de 30% do total no sangue materno.

Lactação

A excreção de propafenona no leite materno não foi estudada.
Dados limitados sugerem que a propafenona pode ser excretada no
leite materno. Vatis (cloridrato de propafenona) deve ser usado com
cuidado em lactantes, e se for indicado pelo médico.

Informe imediatamente ao médico se houver suspeita de
gravidez, durante ou após o uso do medicamento.

Informe ao médico se estiver amamentando.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Idosos

De modo geral, não foram observadas diferenças na segurança ou
eficácia do medicamento quando usado por idosos. No entanto, não
pode ser excluída uma sensibilidade maior de alguns indivíduos
idosos e, portanto, estes pacientes devem ser monitorados
cuidadosamente pelo médico.

Uso em pacientes com problemas nos rins ou
fígado

Vatis (cloridrato de propafenona) deve ser administrado com
cautela em pacientes com insuficiência dos rins ou do fígado.

Composição do Vatis

Cada comprimido revestido contém:

150 mg de cloridrato de propafenona.

Excipientes:

amido, celulose microcristalina, hipromelose, croscarmelose
sódica, estearato de magnésio, dióxido de titânio, lactose
monoidratada, macrogol e triacetina.

Apresentação do Vatis


Comprimido revestidos contendo 150 mg de cloridrato de
propafenona em embalagens com 30, 60 e 90 comprimidos
revestidos.

Uso oral.

Uso adulto.

Superdosagem do Vatis

Os efeitos adversos relacionados à superdose são distúrbios de
condução elétrica cardíaca, como bloqueio atrioventricular
(interrupção ou lentificação da condução do impulso elétrico no
coração), aumento da frequência cardíaca ou flutter ventricular
(caracterizado por grande aumento da frequência cardíaca), pressão
sanguínea baixa, sudorese, tontura, sonolência, convulsão, e morte.
Em caso de superdose, deve-se procurar suporte médico emergencial
imediatamente.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Vatis

Anestésicos locais e outros fármacos com efeito
inibitório sobre a frequência cardíaca e/ou a contratilidade
miocárdica

Pode ocorrer potencialização de efeitos colaterais quando o
cloridrato de propafenona é administrado juntamente com anestésicos
locais (p.ex., para implantação de marca-passo, procedimentos
cirúrgicos ou dentários) e outros fármacos com efeito inibitório
sobre a frequência cardíaca e/ou a contratilidade miocárdica
(p.ex., betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos).

A coadministração de Vatis com agentes metabolizados pela via
CYP2D6 do fígado (como a venlafaxina) pode aumentar o nível
plasmático desse medicamentos. Aumentos no nível sanguíneo de
propanolol, metoprolol, desipramina, ciclosporina, teofilina e
digoxina têm sido reportados durante a terapia com Vatis. A dose
desses medicamentos deve ser reduzida apropriadamente se forem
observados sinais de superdosagem.

Fármacos inibidores das vias CYP2D6, CYP1A2 e
CYP3A4

Cetoconazol, cimetidina, quinidina, eritromicina e suco de
grapefruit (toranja ou pomelo), podem aumentar os níveis de
cloridrato de propafenona. Quando o cloridrato de propafenona é
administrado com inibidores dessas vias, os pacientes devem ser
monitorados cuidadosamente e a dose deve ser ajustada de
acordo.

Amiodarona

A terapia combinada de amiodarona e cloridrato de propafenona
pode afetar a condução e a repolarização cardíaca, levando a
anormalidades com potencial de induzir arritmia (efeito
pró-arrítmico). Podem ser necessários ajustes de dose de ambos os
compostos com base na resposta terapêutica.

Lidocaína

Não foram observados efeitos significativos na farmacocinética
da propafenona ou da lidocaína após o uso concomitante. Entretanto,
foi reportado que o uso concomitante de cloridrato de propafenona e
lidocaína aumenta os riscos de efeitos adversos no sistema nervoso
central relacionados à lidocaína.

Fenobarbital

O fenobarbital é um indutor conhecido da via CYP3A4. A resposta
ao tratamento com cloridrato de propafenona deve ser monitorada
durante o uso crônico concomitante de fenobarbital.

Rifampicina

O uso concomitante de cloridrato de propafenona e rifampicina
pode reduzir a eficácia antiarrítmica do cloridrato de propafenona
como resultado de uma redução de seus níveis plasmáticos.

Anticoagulantes orais

Um rigoroso monitoramento da condição de coagulação em pacientes
que recebem anticoagulantes orais concomitantes (p.ex.,
fenprocumona, varfarina) é recomendado, pois o cloridrato de
propafenona pode aumentar a eficácia destes fármacos, resultando em
um tempo de protrombina aumentado. As doses desses medicamentos
devem ser reduzidas, apropriadamente, se sinais de superdosagem
forem observados.

Fluoxetina e paroxetina

Elevados níveis plasmáticos de propafenona podem ocorrer quando
cloridrato de propafenona for usado concomitantemente com
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como
fluoxetina e paroxetina. A administração concomitante de cloridrato
de propafenona e fluoxetina em metabolizadores rápidos aumentou o
Cmax e a AUC da S-propafenona em 9 e 50%, respectivamente, e a Cmax
e a AUC da R-propafenona em 71 e 50%.

Fármaco-Tabaco (nicotina)

O uso concomitante de propafenona e componentes do Tabaco
aumenta a concentração plasmática de Propafenona e o risco de
reações adversas como arritmias e efeito betabloqueador aumentado.
Em caso de uso concomitante, monitorar cuidadosamente o paciente em
relação ao risco de reações adversas cardiovasculares. O mecanismo
provável dessa interação é a inibição do metabolismo da Propafenona
na via CYP1A2, mediada pelo uso do tabaco.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Ação da Substância Vatis

Resultados de eficácia

Boriani et al. trataram pacientes com propafenona,
comparativamente a placebo, para a reversão de FA com duração de
até 7 dias. Com propafenona na dose de 600 mg por via oral (dose
única), verificou-se chance de reversão em 3 horas de 45% vs. 18%
com placebo (plt;0,001) e de 76% com propafenona vs. 37% com
placebo (plt;0,001) em 8 horas.

Kochiadaks GE, et al avaliaram 362 pacientes com FA com menos de
48 horas que receberam propafenona, procainamida, amiodarona e
placebo de forma randomizada. O sucesso do tratamento ocorreu em
68,5% dos pacientes do grupo procainamida (média de 3 horas), 80,2%
do grupo propafenona (média de 1 hora), 89,1% do amiodarona (média
de 9 horas) e 61,1% do grupo placebo, média de 17 horas, (plt;0,05
para todas as medicações versus placebo).


Características farmacológicas

Descrição

O Cloridrato de Propafenona (substância ativa) é um agente
antiarrítmico, classe 1c com algumas semelhanças estruturais com
agentes beta-bloqueadores. É um pó cristalino branco ou incolor com
um sabor muito amargo. É pouco solúvel em água (20°C), clorofórmio
e etanol. Seu nome químico é cloridrato de
2’-[2-hidroxi-3-(propilamino)-propoxi]-3-fenilpropiofenona e sua
fórmula química é C21H27NO3.HCl. Seu peso molecular é de
377,92.

Farmacodinâmica

O Cloridrato de Propafenona (substância ativa) é um agente
antiarrítmico com efeito estabilizador de membrana na célula
miocárdica, bloqueador dos canais de sódio (Vaughan Williams classe
1c). Tem também fraca ação beta-bloqueadora (Vaughan Williams,
classe II). O Cloridrato de Propafenona (substância ativa) reduz a
taxa de aumento do potencial de ação atrasando assim a condução do
impulso (efeito dromotrópico negativo). Prolonga o tempo refratário
nos átrios, nódulo AV e ventrículos.

Prolonga o período refratário nas vias acessórias em pacientes
portadores da Síndrome de Wolff-Parkinson-White.

Farmacocinética

Absorção

O Cloridrato de Propafenona (substância ativa) atinge
concentrações plasmáticas máximas em 2 a 3 horas após a
administração. A propafenona é conhecida por sofrer extensa e
saturável biotransformação pré-sistêmica (efeito do metabolismo
hepático de primeira passagem pela CYP2D6) o que resulta em
biodisponibilidade dose e forma de dosagem-dependente.

Apesar de a alimentação aumentar a concentração plasmática
máxima e a biodisponibilidade em um estudo de dose única, durante a
administração de doses múltiplas de propafenona para indivíduos
saudáveis a alimentação não alterou significantemente a
biodisponibilidade.

Distribuição

Propafenona se distribui rapidamente. O volume de distribuição
do estado estacionário é 1,9 a 3,0 L/Kg. O grau de ligação da
propafenona com proteínas plasmáticas é dependente da concentração
e diminui de 97,3% a 0,25 ng/mL para 91,3% a 100 ng/mL.

Biotransformação e eliminação

Existem dois padrões genéticos de metabolismo da propafenona. Em
mais de 90% dos pacientes, a substância é rápida e extensamente
metabolizada, com uma meia-vida de eliminação de 2 a 10 horas
(metabolizadores rápidos). Esses pacientes metabolizam a
propafenona em dois metabólitos ativos: 5-hidroxipropafenona que é
formada pela CYP2D6 e N-depropilpropafenona (norpropafenona) que é
formada pela CYP3A4 e CYP1A2.

Em menos de 10% dos pacientes, o metabolismo da propafenona
é mais lento porque o metabólito 5-hidroxi não é formado ou é
minimamente formado (metabolizadores pobres). A meia-vida de
eliminação estimada da propafenona varia entre 2 a 10 horas para
metabolizadores rápidos e de 10 a 32 horas para metabolizadores
lentos. O clearance da propafenona é 0,67 a 0,81 L/h/Kg.

Uma vez que o estado estacionário é alcançado apenas após 3 ou 4
dias após administração da dose o esquema de doses recomendado é o
mesmo para todos os pacientes (metabolizadores rápidos ou
lentos).

Linearidade/ não linearidade

Em metabolizadores lentos a farmacocinética da propafenona é
linear. Em metabolizadores extensos, a saturação da via de
hidroxilação (CYP2D6) resulta em farmacocinética não linear.

Inter/intra variabilidade individual

Com o Cloridrato de Propafenona (substância ativa), há um grau
considerável de variabilidade individual na farmacocinética, que é
devido em parte ao efeito do metabolismo de primeira passagem
hepático e à farmacocinética não linear em metabolizadores
extensos. A grande variabilidade nos níveis sanguíneos devido ao
efeito de primeira passagem pelo fígado e à farmacocinética não
linear requer titulação cuidadosa da substância nos pacientes, com
particular atenção às evidências clínicas e eletrocardiográficas de
toxicidade.

Existem diferenças significativas nas concentrações plasmáticas
da propafenona em metabolizadores lentos e rápidos, sendo que os
primeiros atingem concentrações 1,5 a 2,0 vezes maiores do que os
metabolizadores rápidos em doses de 675-900 mg/dia. Com doses
baixas, as diferenças são maiores sendo que os metabolizadores
lentos atingem concentrações mais de cinco vezes maiores do que os
metabolizadores rápidos.

Idosos

Exposição à propafenona por pacientes idosos com função renal
normal foi altamente variável, e sem significante diferença em
relação aos indivíduos saudáveis. A exposição à propafenona foi
similar, mas a exposição à glucoronídeos propafenona foi
dobrada.

Pacientes com insuficiência renal

Em pacientes com insuficiência renal, a exposição à propafenona
e a 5-hidroxipropafenona foi similar a dos pacientes saudáveis,
enquanto foi observado acúmulo de metabólitos glucoronídeos. O
Cloridrato de Propafenona (substância ativa) deve ser administrado
com cautela em pacientes com insuficiência renal.

Pacientes com insuficiência hepática

A diminuição da função hepática aumenta a biodisponibilidade. A
depuração da propafenona é reduzida e a meia-vida de eliminação é
aumentada em pacientes com disfunção hepática significativa. A
dosagem deve ser ajustada em pacientes com insuficiência
hepática.

Cuidados de Armazenamento do Vatis

Conservar Vatis (cloridrato de propafenona) em temperatura
ambiente (15-30ºC), proteger da luz e da umidade. Se armazenado nas
condições recomendadas, o produto é válido por 24 meses.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

O Vatis (cloridrato de propafenona) é um comprimido revestido
branco com uma das faces lisa e a outra sulcada.

Devido a seu sabor amargo e ao efeito anestésico superficial da
substancia ativa, os comprimidos devem ser engolidos, sem mastigar,
com um pouco de água após as refeições.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Vatis

MS nº: 1.0033.0184

Farmacêutica Responsável:

Cintia Delphino de Andrade
CRF-SP nº: 25.125

Registrado por:

Libbs Farmacêutica Ltda.
Rua Josef Kryss, 250 – São Paulo – SP
CNPJ: 61.230.314/0001-75

Fabricado por:

Libbs Farmacêutica Ltda.
Rua Alberto Correia Francfort, 88
Embu das Artes – SP
Indústria brasileira

SAC:

0800 0135044

Venda sob prescrição médica.

Vatis, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.