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Amplavit

Reações Adversas do Amplavit

O uso exagerado e sem controle médico, em alguns casos, pode
levar a sintomas de hipervitaminose.

Superdosagem do Amplavit

Devido à elevada margem de segurança terapêutica e à reduzida
dosagem de vitaminas e sais minerais é improvável a ocorrência de
superdosagem. Entretanto em caso de superdosagem acidental,
consultar o médico imediatamente.

Interação Medicamentosa do Amplavit

Os contraceptivos orais podem elevar os níveis plasmáticos da
vitamina A.

Outros medicamentos, como antiácidos contendo alumínio,
colestiramina, colestipol, neomicina, bem como o óleo de parafina
podem diminuir a absorção de vitamina A.

Portanto, deve-se respeitar um intervalo de 1 a 2 horas entre a
ingestão de Acetato De Retinol (substância ativa deste medicamento)
e qualquer um destes medicamentos.

A minociclina pode aumentar o risco de pseudotumor cerebral.

Os anticoagulantes, trombolíticos e outros inibidores da
agregação plaquetária podem aumentar o risco de sangramento. A
administração concomitante de altas doses de vitamina A e
medicamentos como, por exemplo, a varfarina ou o clopidrogel podem
provocar um aumento do efeito anticoagulante.

Os análogos da vitamina A podem aumentar o risco de toxicidade
por vitamina A.

Ação da Substância Amplavit

Resultados da eficácia

A deficiência prolongada de vitamina A pode causar uma grave
doença carencial, a hipovitaminose A, que pode, por sua vez,
acarretar xeroftalmia e cegueira. Embora possa ser prevenida, a
hipovitaminose A ainda é um problema de saúde pública em vários
países em desenvolvimento. Os autores apresentaram neste estudo uma
visão geral da deficiência da vitamina A no mundo, especialmente no
Brasil.

A suplementação de vitamina A tem sido exaustivamente estudada
em termos de saúde e impacto nutricional. A suplementação tem sido
amplamente implementada por ser relativamente simples e de baixo
custo. David Ross relatou a importância da suplementação da
vitamina A, dado que a deficiência de vitamina A é um importante
problema de saúde pública. O tratamento com doses baixas de
vitamina A é recomendado para mulheres com cegueira noturna e/ou
manchas de Bitot. Dada a evidencia de custo-benefício da
suplementação de vitamina A é essencial que programas eficazes de
suplementação desta vitamina estejam disponíveis para toda a
população onde a deficiência de vitamina A é um importante problema
de saúde pública.

Características Farmacológicas

Propriedades Farmacodinâmicas

Vitamina A e a visão

A função mais bem definida da vitamina A é o seu papel na
visão.

Na retina, a vitamina A constitui o grupo prostético das
proteínas carotenoides que fornecem a base molecular da excitação
visual.

O branqueamento fotoquímico da rodopsina nos vertebrados resulta
na isomerização cis-trans da base de Schiff
11-cis-retinal-protonada. A hidrólise desta base leva a formação de
opsina e all-trans-retinal. Para que o processo da visão continue,
deve ocorrer a isomerização enzimática trans-a-cis do
retinoide.

A rota de isomerização deve ser definida uma vez que existem
nove rotas potenciais diferentes e a fonte de energia deve ser
identificada uma vez que os 11-cis-retinoides são mais energéticos
do que seus isômeros all-trans.

A energia para esta isomerização é fornecida por um processo
mínimo de duas etapas envolvendo fosfolipídios de membranas como
fonte de energia.

Primeiramente, o all-trans-retinol (vitamina A) é esterificado
no epitélio pigmentado da retina pela lecitina retinol
aciltransferase (LRAT) para produzir um ester
all-trans-retinil.

Depois, este éster é diretamente transformado em 11-cis-retinol
por uma enzima isômero-hidrolase, em um processo que acopla a
energia negativa livre da hidrólise do éster acil para a formação
do 11-cis-retinoide pigmentado.

Vitamina A, crescimento e desenvolvimento

Diversos estudos com animais demonstraram que a vitamina A é
necessária para o desenvolvimento e crescimento normal. Em muitas
espécies animais a deficiência manifesta-se como perda do apetite,
seguida por rápida perda de peso e retardo do crescimento.

O ácido retinoico, que não pode ser convertido novamente em
retinal, mantém o crescimento normal e a diferenciação dos
tecidos.

A vitamina A desempenha um papel relevante na diferenciação
celular. A falta de vitamina A provoca a queratinização do epitélio
ciliado mucossecretor e outras alterações epiteliais.

Geralmente, alterações histopatológicas características no
sistema respiratório precedem outras consequências da deficiência
de vitamina A no trato geniturinário, olhos e pele.

Estas alterações incluem perda das secreções normais, perda da
homeostase hídrica normal através do epitélio, perda do transporte
mucociliar, tendo como consequência infecções recorrentes das vias
aéreas, estreitamento do lúmen e perda da elasticidade provocando
aumento da resistência das vias aéreas e do esforço respiratório.
Todas estas alterações são reversíveis com a restauração dos níveis
normais de vitamina A.

Tem-se especulado, entretanto, que a displasia pulmonar crônica
ocorre se tal deficiência grave de vitamina A for simultânea à
lesão das vias pulmonares.

Uma vez que a vitamina A exerce um papel primário na síntese de
glicoproteínas, a importância das glicoproteínas para cada célula
sugere que esta seja uma função igualmente importante da
vitamina.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção

Essencialmente todos os ésteres de retinila são convertidos em
retinol no lúmen intestinal.

Nos enterócitos, o retinol é ligado a uma proteína celular
específica de ligação ao retinol (cellular retinol-binding protein,
CRBP II), então é esterificado a ácidos graxos de cadeia longa pela
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) para formar ésteres de
retinila (principalmente palmitato de retinila), antes da
incorporação aos quilomícrons.

Os quilomícrons são as principais lipoproteínas intestinais.
Estas grandes lipoproteínas (100 – 2000 nm de diâmetro) consistem
em agregados de milhares de moléculas de triacilglicerol e
fosfolipídios unidas a ésteres de retinila e outras vitaminas
lipossolúveis, ésteres colesteril e algumas poucas apolipoproteínas
específicas, de modo característico.

Distribuição

Os quilomícrons atingem então a circulação geral via linfa
intestinal e quilomícrons remanescentes são formados como resultado
da hidrólise do triacilglicerol e da troca de apolipoproteinas nos
vasos capilares. Durante esta conversão, quase todos os ésteres de
retinila permanecem com quilomícrons remanescentes.

Os quilomícrons remanescentes são removidos principalmente pelo
fígado, mas sua captação extra-hepática é importante na
distribuição do retinol para os tecidos com intensa proliferação e
diferenciação celular, tais como medula óssea e baço. Tem sido
demonstrado que os leucócitos periféricos obtêm ésteres de retinila
desta fonte, e sido sugerido que as células pulmonares também obtêm
ésteres de retinila através dela.

Exceto no estado pós-prandial, quase toda vitamina A plasmática
está ligada a uma proteína plasmática específica de ligação ao
retinol (PLR), conhecida desde 1968.

A PLR é bem caracterizada como uma única cadeia polipeptídica,
com peso molecular de aproximadamente 21 kDa (quilodaltons), que
tridimensionalmente consiste em uma cavidade hidrofóbica muito
especializada designada para ligar-se e proteger a vitamina A
lipossolúvel, retinol.

A PLR pertence à superfamília das lipocalinas, que abrangem um
número de proteínas ligantes para moléculas lipossolúveis como o
colesterol.

Muitos tecidos sintetizam a PLR.

Grande parte da PLR secretada pelo fígado contém retinol numa
proporção molar 1:1. O retinol ligado a PLR é necessário para
secreção normal de PLR (holo-PLR).

Aproximadamente 95% da PLR plasmática está associada à
transtirretina (TTR) 1:1 mol/mol. Este complexo reduz a filtração
glomerular do retinol.

O fluido lacrimal também contém retinol ligado a PLR, o qual é
provavelmente a fonte de vitamina A do epitélio ocular
absolutamente dependente.

Finalmente, uma proteína interfotoreceptora ligada ao retinoide
(interphotoreceptor retinoid-binding protein IRBP) tem sido
identificada no espaço extracelular entre o epitélio e as células
fotoreceptoras. Esta IRBP liga-se não só ao retinol, mas também ao
retinal, vitamina E, ácidos graxos e colesterol.

As diferentes moléculas de transporte da vitamina A estão
listadas na tabela abaixo:

Moléculas de transporte extracelular para compostos de
vitamina A

Metabolismo

Está estabelecido agora que o retinol se recicla no plasma,
fígado e tecidos extra–hepáticos. Esta grande reciclagem do retinol
é parte importante de sua homeostase corpórea. Entretanto, 50 a 80%
do total corpóreo de vitamina A são armazenados no fígado ou como
retinol ou como ésteres de retinila. Noventa a 95% dos ésteres de
retinila são armazenados nas células estreladas e apenas 5 a 10%
nos hepatócitos, dos quais o retinol pode ser rapidamente
mobilizado (holo-PLR).

O mecanismo homeostático regula a concentração plasmática de
retinol em torno de 400 a 800 ug/l (1,4 umol/l/1,4 umol/l -2,8
mol/l).

O comprometimento da adaptação visual noturna e a hiperqueratose
folicular tornam-se evidente apenas quando os níveis plasmáticos da
vitamina A caem para 300 ug/l (1,05 umol/l).

A cegueira noturna e a xeroftalmia manifestam-se com
concentrações plasmáticas de aproximadamente 100 ug/l (0,35
mol/l).

A hipervitaminose A, não está associada a altos valores
plasmáticos de retinol, mas ao grande aumento das concentrações
plasmáticas dos ésteres de retinila, em até 10 –100 vezes os
valores normais (cerca de 50 ug/l). Além do retinol e dos ésteres
de retinila, alguns retinoides estão presentes no plasma em
concentrações nano molares.

Entre eles, o ácido all-trans retinoico, o ácido 13-cis
retinoico, o ácido 13-cis-oxoretinoico e o glucoronida all-trans
retinol. O nível da maioria destes retinoides é dependente do
aporte de vitamina A, elevando-se em cerca de 2-4 vezes após a
ingestão de uma grande quantidade desta vitamina.

As proteínas celulares de ligação do retinol direcionam o
retinol para enzimas específicas.

In vivo, a maior parte do retinol intracelular está
ligada às proteínas celulares de ligação que podem estar envolvidas
no direcionamento do retinol para as enzimas apropriadas.

Por exemplo, a síntese de retinal é mais sustentada mais
diretamente pela CRBPI retinol do que pelo retinol livre.

Foram isoladas e clonadas duas proteínas citoplasmáticas de
ligação específica ao retinol (R).

  • Proteína celular de ligação ao retinol tipo I (CRBPI) é a
    proteína intracelular de ligação ao retinol predominante na maioria
    dos tecidos. Há maior concentração de CRBPI está mais concentrada
    no fígado, pulmões, rins e epidídimo.
  • Proteína celular de ligação ao retinol tipo II (CRBPII):
    apresenta um alto grau de homologia com a proteína anterior e
    também com algumas outras. Sua distribuição nos tecidos,
    entretanto, é muito mais restrita: enterócitos para CRBPII.

Finalmente, a última proteína intracelular de ligação aos
retinoides a proteína intracelular de ligação ao retinal (CRALBP)
que não possui homologia com as outras, foi detectada na retina
neural, no epitélio pigmentado da retina e na glândula pineal e em
nenhum outro tecido analisado.

A tabela abaixo mostra várias proteínas celulares de ligação e
sua relação com o metabolismo dos compostos de vitamina A.

Proteínas intracelulares de ligação aos
retinoides:

Exceto para visão, onde de modo geral presume-se que o
11-cis-retinal é o retinoide ativo, os outros retinoides
fisiologicamente ativos são ainda objeto de debate, mesmo que se
tenha atribuído como retinoides ativos o ácido all-trans retinoico
e o ácido 9-cis-retinoico na regulação da transcrição.

Mais que isso, foi sugerido que o RA não pode substituir todos
os efeitos do R (retinol). Na regulação do crescimento, R (retinol)
é metabolizado por muitas células a 14-hidroxi-4, 14-retro-retinol
o qual seria o mediador.

Eliminação

Embora o catabolismo do retinol e do ácido retinoico tenham sido
minuciosamente investigados, ainda não foi bem compreendida a
contribuição quantitativa destas duas vias, dos intermediários,
assim como, das enzimas envolvidas.

A maior parte do catabolismo do retinol envolve a produção de
ácido retinoico como um intermediário que não pode ser reconvertido
a retinol ou retinal.

Alguns metabólitos mais polares também são formados a partir do
retinol e parte deles foi identificada.

O citocromo P450 parece estar envolvido nesta conversão.

Glucuronideos também são formados a partir do retinol para
excreção biliar e solubilização para excreção urinária.

Dados de segurança pré-clínicos

Não foram realizadas investigações especiais com Acetato De
Retinol (substância ativa deste medicamento), pois o perfil de
segurança da vitamina A em animais é bem conhecido.

Dizeres Legais do Amplavit

Elizabeth Okumura Ono CRF-SP n.º 13.571

Amplavit, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.