Pular para o conteúdo

Tudo o que você precisa saber sobre virologia e os coronavírus

  • por
  • posts


Coronavírus: informações sobre o vírus

Se o nome coronavírus não for familiar para você, com certeza essa imagem aqui já.

Pessoas na Ásia utilizando máscaras cirúrgicas no dia a dia

Será que isso acontece? Você vai descobrir daqui a pouco. O coronavírus é um vírus pertencente à família coronaviridae, e o seu nome vem justamente da coroa solar, aquela estrutura circular do sol saindo os raios do sol, dizem né. Contaram pra mim que o coronavírus, na microscopia eletrônica, tem esse aspecto.

Olhei desconfiada, achei que poderia ser mais assim:

  • Item 1
  • Item 2
  • Item 3

Na prática, a gente só vai lembrar desse nome porque ele é a segunda principal causa de um resfriado, depois do novo vírus, e também porque ele está associado à epidemia de SARS, que é a Síndrome Respiratória Aguda Grave. É essa SARS que vamos esclarecer nesta cópia de coronavírus.

O coronavírus tem distribuição mundial e está em causa neste momento no mundo inteiro. As áreas de surto são diferentes. Vamos falar um pouco mais agora.

O que é a SARS?

A SARS começou na China em 2002, tomando a forma de uma pandemia. Esse vírus causou pneumonias graves nos pacientes, que levavam ao óbito. Começou a ser muito assustador.

De repente, o paciente começa com um quadro respiratório e vai a óbito, porque, veja só, ela não responde a antibióticos. Até que descobriram que o coronavírus é de uma maneira muito hipercontagiosa. Um caso pode infectar até 100 pessoas em alguns casos. Foi justamente por meio do controle da Organização Mundial de Saúde que conseguimos reduzir os casos e até acabar com a epidemia.

Desde 2003, poucos casos foram relatados. Foram tomadas medidas de prevenção de transmissão e quarentena dos casos feitas pela Organização Mundial de Saúde em parceria com os governos locais no sudeste asiático, onde a epidemia se espalhou. Essas medidas fizeram com que a gente controlasse as epidemias.

Outras formas de coronavírus

A gente não fala muito aqui, mas é justamente o coronavírus que causa epidemias similares no oriente médio. É importante entender a estrutura desse vírus.

Como eu comentei, o coronavírus tem um tamanho entre 80 e 160 nm. É um vírus envelopado de RNA positivo. Ele tem glicoproteína de membrana, que é importante para a fisiopatologia. A proteína é um/transglicoproteína de membrana e é importante na adesão, fusão e neutralização de anticorpos. A fisiopatologia acontece a partir da invasão do epitélio da nasofaringe com o vírus e, depois disso, ele gera a degeneração dos cílios. A partir dessa degeneração dos cílios, temos a produção de citocinas inflamatórias na resposta imune do indivíduo. Isso gera a secreção e os sintomas de resfriado, muito parecidos com um resfriado comum. Já a patogênese do SARS é muito menos conhecida, porque a infecção é mais rara do que um resfriado, por exemplo. Mas ele também entra pelo trato respiratório e infecta o pulmão. No pulmão, ele causa um aspecto histopatológico de membrana hialina e infiltrado intersticial. Ele se espalha para o resto do corpo, podendo causar diarreia, pancitopenia (leucopenia, plaquetopenia, anemia) e pode ser isolado em várias secreções, como sangue, fezes, urina.
Aqui está um aspecto de microscopia eletrônica do vírus:

Microscopia eletrônica do vírus

Manifestações clínicas

Na prática, as manifestações clínicas podem ser de resfriado, com um período de incubação de dois dias. Os sintomas clássicos são coriza, obstrução nasal, entre outros sintomas já conhecidos. Já a SARS tem um perfil bastante diferente. O paciente pode apresentar febre, cefaleia, mal-estar e mialgia, lembrando muito uma gripe. Depois, o paciente pode começar a tossir seca, apresentar diarreia. Cerca de 25% dos pacientes evoluem para a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) e 10% desses pacientes morrem da doença, com alta mortalidade.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de RT-PCR, que é um método com maior sensibilidade e especificidade. É muito lógico a cultura viral para você receber o resultado. É importante gastar dinheiro para identificar, já que a sorologia vai demorar. Você só vai conseguir o diagnóstico durante a fase aguda e convalescente. Aí você pode usar tecnologia para ver a prevalência geral da população. No contato com o paciente, o melhor método é o RT-PCR, mas mesmo assim, a gente vai tratar já que o paciente tem o sintoma. Como não tem um tratamento específico para a doença, o tratamento se baseia em suporte e terapia intensiva, ventilação mecânica, prescrição de sintomáticos.

Prevenção

Infelizmente, não temos antivirais nem para as formas mais graves da doença e também não temos vacina. Mas temos medidas de prevenção, como higiene, educação da população, isolamento de casos sintomáticos para evitar a transmissão. Foi justamente isso que fez a gente vencer a epidemia em 2003.

Espero que tenhamos aprendido com essa aula que fala sobre uma doença com uma epidemia tão forte e tão grave.

Fonte: Microbiologia: Virologia – Coronavírus por Jaleko Acadêmicos