Pular para o conteúdo

Alopecia areata total: diagnóstico e tratamento com o Dr. Paulo Müller Dermatologista

  • por
  • posts

Alopecia Areata: Tratamento para Casos Extensos

No vídeo de hoje, vamos falar sobre a alopecia areata, especificamente dos casos mais extensos, conhecidos como alopecia areata total ou universal.

Para entender um pouco mais sobre a alopecia areata, é importante saber que ela é uma doença que causa a queda de cabelo em áreas arredondadas do couro cabeludo, podendo também afetar a barba e outras partes do corpo. A alopecia areata não é tão comum, afetando cerca de 2% das pessoas ao longo da vida. Acredita-se que a doença seja causada por um ataque do sistema imunológico às raízes do cabelo, e existem também influências genéticas e gatilhos externos ainda desconhecidos.

Na maioria dos casos, as áreas afetadas pela alopecia areata são pequenas, e o cabelo costuma voltar a crescer dentro de seis meses a um ano. Cerca de 70% dos pacientes têm melhora espontânea nesse período. No entanto, alguns pacientes podem apresentar quadros mais crônicos e recorrentes, com queda seguida de crescimento em outras áreas. Em casos mais raros, a perda de cabelo pode se espalhar para grandes áreas do couro cabeludo, resultando na alopecia areata total, afetando também os pelos do corpo.

O tratamento da alopecia areata em casos mais extensos é mais desafiador do que em casos localizados. Cremes com corticoides são menos eficazes em áreas maiores, assim como as injeções com corticoides são difíceis de aplicar em todo o couro cabeludo. Portanto, a opção mais comum de tratamento são os medicamentos por via oral, como os corticosteroides, que possuem propriedades anti-inflamatórias e podem estimular o crescimento do cabelo.

Porém, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais importantes, como ganho de peso, formação de estrias e alteração da imunidade. Outros medicamentos anti-inflamatórios, como o metotrexato e a azatioprina, podem ser utilizados em conjunto ou isoladamente, mas também possuem efeitos colaterais e requerem um monitoramento cuidadoso.

Uma opção mais recente de tratamento são os inibidores da janus kinase, utilizados principalmente para artrite reumatoide. Esses medicamentos têm mostrado resultados promissores para a alopecia areata, inclusive em casos mais extensos. No entanto, seu uso ainda não foi aprovado especificamente para a alopecia areata, e também apresentam possíveis efeitos colaterais e necessitam de acompanhamento médico.

Outra opção de tratamento é o uso tópico do difenciprona, um produto aplicado no couro cabeludo que gera inflamação local e estimula o crescimento do cabelo. Esse tratamento é mais lento e requer meses ou até anos para apresentar resultados.

É importante lembrar que nenhum desses tratamentos garante resultados definitivos, e cada paciente pode responder de maneira diferente. O tratamento deve ser individualizado, considerando os riscos e benefícios para cada caso. Para algumas pessoas, os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos podem não ser confortáveis, e a opção de não tratar também é válida.

Em resumo, o tratamento da alopecia areata em casos extensos é desafiador e requer acompanhamento médico constante. Os medicamentos disponíveis possuem efeitos colaterais importantes e não garantem a cura da doença. Por isso, é fundamental avaliar cada caso individualmente e acompanhar a resposta ao tratamento ao longo do tempo.

Fonte: Alopecia Areata Total – Queda de todos os cabelos – Dr. Paulo Müller Dermatologista por Dr. Paulo Müller